Amizade e uma coisa Fragil

E o que era "eu"
É uma simples palavra
Na boca das trevas de Dezembro

É verdade: eu sou uma mulher dura cercada de homens meigos.

Tenho certeza de possuir uma alma, e todos os livros com os quais os materialistas enfadaram o mundo não me convencem do contrário.

Para que uma obra de arte seja realmente bela, é preciso que nela o autor se esqueça de si mesmo e me permita esquecê-lo.

O aborrecimento é uma das faces da morte.

A vida não é comprida nem é curta: ela tem uma duração própria.

Para todos os ofícios, exceto o de censor, é indispensável uma aprendizagem: os críticos fazem-se antecipadamente.

A vida tem uma só entrada: a saída é por cem portas.

Esta é a essência da ciência: faça uma pergunta impertinente e cairá no caminho da resposta pertinente.

A uma guerra justa preferimos uma paz injusta.

A vitória de uma facção política é ordinariamente o princípio da sua decadência pelos abusos que a acompanham.

Uma dor assim, se tivesse podido prevê-la saberia suportá-la.

Quando o doutor escreve a receita, olha-nos uma última vez para ver se põe um remédio dos caros ou dos baratos.

Não sei se sou autoritário. Durante as filmagens, sou decerto uma pessoa diferente, sem tempo para delicadezas. Mas será que, numa operação, o cirurgião diz: poderia me passar o bisturi, por favor? Muito obrigado. Claro que não. Ele só diz: bisturi!

Ser brotinho é atravessar de ponta a ponta o salão de festa com uma indiferença glacial pelas mulheres que deixaram de ser brotinhos.

Só um gênio conseguiria inventar um vidro de aspirinas impossível de ser aberto por uma criança que consegue fazer funcionar um gravador de vídeo.

Um criminoso é uma pessoa com instintos predatórios sem capital suficiente para formar uma empresa.

Uma pessoa devia ter uma quantidade de pequenos objetivos dos quais devia ter consciência e para os quais devia ter nomes, mas nunca deveria ter nome para o principal objetivo da sua vida, nem consciência dele.

Na velha roseira,
entre as folhas e os espinhos,
uma aranha tece.

A moda é uma variante oblíqua de se lutar contra a morte. Ora na velhice tal luta é mais problemática. E é por isso que no velho a moda é mais ridícula.