Ah Saudade
" Por mim, te esperarei a vida inteira
Ah!! não vens
não tem problema
a decisão é tua
o sonho é meu...
Se eu pudesse te proteger...
Ah, se eu pudesse te proteger
De todas as dores,
grandes e pequenas deste mundo.
Eu estaria lá...
Quando você sentiu medo.
Quando se sentiu sozinho, em meio ao escuro.
Quando você sofreu os seus primeiros traumas,
Violências, injustiças,
quando viu pela primeira vez,
E uma e outra vez, e mais de uma vez,
Que o mundo não é assim
tão bom de se estar,
E de se habitar.
Para que isso fosse, enfim, possível,
Você, talvez nem nasceria, talvez,
Talvez nem estaria aqui.
Porque para nascer, já é preciso chorar...
E para sofrer, basta se estar vivo.
Família...
Ah!... família é aquele emaranhado de gente,
com pensamentos diferentes,
vivendo debaixo do mesmo teto,
brigando por qualquer besteira,
aprendendo a ter afeto.
É quando o sonho de um vira o objetivo do outro e todos empregam esforço para poder alcançá-lo.
Família é uma receita diferente,
que só quem conhece sente
o prazer de se provar.
É saber que não se está sozinho,
é no fim do dia o carinho
de alguém pra abraçar.
É saber que a conquista só tem preço
se ao fim o meu esforço, em apreço,
eu tiver pra quem contar.
Obrigado a todos,
sem vocês não há prazer em conquistar.
Cícero Marcos
O pessimista conhece bem o inferno. O realista só anda em terra firme. Mas o otimista, ah o otimista... esse sim, sabe alcançar as estrelas.
Ah, se você soubesse, que há uma porção dobrada da essência divina, no ato de acreditar, e nunca desistisse dos seus sonhos... Ah, se você soubesse...
Ah se não fosse esse tal de arrependimento... Ele sempre vem... Não adianta fugir dele... A gente sempre se arrepende: do que fez, do que não fez ou do que poderia ter feito melhor.
O TEMPO
Ah, o tempo... tão precioso, tão igual para todos e, ainda assim, tão negligenciado.
Brigamos por posições, possessões e tantas outras coisas — e perdemos o tempo que, em seu intento, sempre vai.
Perdemos a graça de sorrir das coisas bobas da vida.
Perdemos o tempo de abraçar, quando preferimos a briga.
Sem saber que ele pode acabar, sem que tenhamos tempo de pedir perdão pela intriga.
A vida se vai como o vento; o ontem já passou e se perdeu no tempo.
Por isso:
Não pense em sorrir — sorria.
Não espere pelo abraço — abrace.
Não espere o tempo para ser feliz — seja feliz agora.
Ria das coisas bobas, não brigue com ninguém; ele também é alguém como você.
Também tem sonhos, tem medos, e lhe foi dado o mesmo tempo e o mesmo segredo:
Seu tempo também passa.
Não corra atrás da riqueza, não.
Viver devagar, observar a vida — é isso que nos traz beleza.
Viva cada segundo, sorria sempre, ame, para que você também seja amado.
Aprenda a perder quando a vida lhe tirar algo querido.
E, no tempo em que formos, veremos que, em cada tempo vivido, nada estava realmente perdido.
CHEIRO DE AMOR
Ah, se eu pudesse... meu amor...
Quiser-te-ia, meu doce, que viesses no espelho,
ou desenhado com meu batom vermelho,
ou esculpido na pedra do amor,
em cada canto, em cada lugar por onde eu for...
Ah, se eu pudesse... meu tacere...
“Dir-te-ia, meu ardere: – ‘Minha alma se agita no peito, te busca, pois é por direito."
Tuas dúvidas a transpassam e a ferem,
mas és o sol que o deserto prefere."
Dir-te-ia mais, mas apenas em presença: – ‘Amo-te tanto, muito além do que pensas; “...e dói, e corrói tua ausência,
o silêncio da arte e o encanto da tua eloquência, tua lucidez, tua sapiência...”
Ah, se eu pudesse... minha impotência...
Amenizaria tua veemência, mas a discrição faz parte da minha essência,..., eu, tu, Deus e os jugos dos escrutínios dos olhares que impõem a decência.
Ah, se eu pudesse... meu singular...
Dir-te-ia muito mais, em versos e cânticos: – "Não deixemos a vida passar, como as areias que se desfazem das ondas do mar."
Ah, se eu pudesse... meu fagueiro...
Confessar-te-ia no luzueiro: - “Minha ânsia fora enlaçar-te, aspirar-te, até que me saciasses quando te aproximaste… Como se cada suspiro pudesse apaziguar-me o desejo. Contudo, a cada arrepio, sinto teu aroma, teu cheiro.”
ROSIMARA SARAIVA CAPARROZ
Ah, quem me dera, por um só dia, recitar para alguém o que eu me narro todas as noites.
Esses céus sem estrelas
Essas chuvas que não molham
Essas telas que não inspiram
Ah, quem me dera, por um só dia ter um ouvido que escutasse a minha
alma.
“Podem prender-me em algemas
Em grades ou podem amarrar meus pés
Mas meu conhecimento não!
Ah! Isso não!
É o meu escudo, minha proteção
Meu grito de guerra
Minha libertação!”
Análise do poema da escritora Priscila Mancussi
Pequeno no tamanho, mas grande na potência, este poema nos lembra que o saber é uma arma contra qualquer forma de opressão.
Pés , ah os pés
arqueados , chatos ,
os cavos e os normais
Sejam quais tipos forem
todos uma função principal tem
A função de ir e vir
Alguns, objetos de fetiche são
São beijados , massageados
Numa atitude de respeito
amor e até subserviência
como nos conta a história
Ah, pés
Já os tive saudáveis
bem comportados
de grandeimportância na locomoção
Hoje se acham limitados
A cada passo um queixume
expresso de forma dissimulada
Ah, tempos bons
do caminhar ligeiro
Caminhar de passo leve
mas que teve um tempo breve .
pés saudáveis
quem não gostaria de ter?
Mas há imprevistos
que nos tiram esse bel prazer
Se hoje o caminhar é limitado
O coração é abençoado
de bons sentimentos é calçado
edite lima 60
agosto 2025
A Foto
Ah… todos os dias, no teu corpo me perco,
Corpo nu, erguido, como num altar.
Te olho, me afogo, e já me condeno,
As mãos tremem… mas não podem te tocar.
Teu rosto, o destino quis esconder,
Mistério vivo, impossível de desvendar.
E o teu perfume, que iria me enlouquecer,
Na tua ausência, não posso respirar.
Ah… pele morena, tão natural,
Cor de mel, pedindo pra provar,
Que minha boca insiste em imaginar.
Mas volto a mim… e lembro, com pesar,
Que é só uma foto que ficou no meu olhar,
E a saudade… só sabe aumentar.
Ah, você me machuca,
com essa mania cruel de me ignorar.
Prefiro falar com o Dobby, meu gato,
Pois ele me entende bem melhor
Que você.
Ele não me faz chorar,
não me faz sofrer,
às vezes, brincando,
me faz até renascer.
Você duvida de mim a cada instante,
como espera que eu queira você?
Se acerto, não há louvor,
mas se erro, é castigo sem porquê.
Sempre pergunta aos outros
o que pensam de mim,
mas nunca declara confiança,
nem para fingir, nem por um fim.
Busca dinheiro, busca aplauso,
mas não me busca, não me vê.
Esquece o respeito, o amor,
e deixa meu peito arder.
Ignora minhas dores antigas,
não sabe o que enfrentei.
Repete comigo o mal
que em seu passado também deixaram, eu sei.
Ninguém confiou em você
Eu sei, e sinto muito por isso
Eu não gostaria que tivesse sido assim
Queria mesmo que tivesse sido amado
E compreendido
Mais uma vez eu respondo a você
Com a tristeza de perceber que você não me escuta
Insisto em dizer em vão
Sabendo que amanhã tornará a repetir
e perseguir suas dores
E buscará caça-las
Queria que tivesse sido amado,
acolhido de forma inteira.
Pois minha paixão é febril,
mas teu coração é frio, sem paz.
E no silêncio, percebo:
a história se repete sempre mais.
Ainda assim, digo em vão,
mesmo sem você me escutar:
“Não há ninguém mais bela que você,
Seu espelho, espelho seu diz
nem a branca neve pode igualar."
Ah, se eu pudesse voltar no tempo,
onde correr descalça na rua
era movimento de alegria,
e o barro do barraco
era anticorpos para o meu corpo.
Onde as moedas achadas no chão
eram sintonia de muita sorte,
e o banho no rio
era o banho mais alegre de se tomar,
onde o final da tarde
trazia a ansiedade doce
para a próxima manhã chegar.
Tempo em que as pessoas mais velhas
eram leais e respeitosas
com nós, crianças,
tempo em que meu olhar
transmitia a mais pura inocência,
e meu sorriso era o mais belo,
o mais verdadeiro.
Hoje, todos esses momentos
são apenas lembranças
de um passado que nunca mais voltará,
um eco suave no peito,
um suspiro preso na alma,
um tempo que ficou guardado
onde a menina descalça ainda corre,
mesmo que só dentro de mim.
Esse tal Senhor Tempo
Ah, esse senhor que não domamos. Esse tal senhor Tempo
Esse ser que não tocamos.
Esse alguém que simplesmente vem,
E passa por nós, sobre nós.
Um desconhecido que chega à meia-noite.
Sem aviso prévio. Um intruso.
Inflexível. Implacável. Invulnerável.
Era passado, fez-se presente e já é futuro.
Por que o tempo passa?
Mas se não passasse não seria tempo!
Seria um contratempo!
Por que não o contrário?
Nasceríamos velhos, ficaríamos crianças,
pequeninos, inocentes e morreríamos bebê,
Sem nada saber…
Sim, esse senhor parece voar,
como a águia, como o pensamento.
Parece intocável, como sonhar.
Vai em qualquer direção como o vento.
Começamos a morrer no segundo seguinte,
Logo que nascemos, dizem.
Que paradoxo. Que dicotomia. Que ironia.
Vir e partir. Nascer e perecer.
Em cada novo alvorecer,
Usando cada segundo desse tempo,
Ao meu Salvador quero engrandecer.
O Pão do Céu será meu alimento.
E como um vaso imperfeito,
Que o Oleiro faça em mim um novo advento.
E o ser que eu era seja refeito,
Mesmo diante do inexorável tempo.
E a cada novo amanhecer,
Quero anunciar de voz e de coração:
"Bendirei o Senhor o tempo todo!
Os meus lábios sempre o louvarão".
Ah, se vocês soubessem
da poesia que trago em meu peito
Eu poderia rimar com bandido
este peito...
E com poeta menino
o Universo!
Ah, se vocês soubessem
da poesia que este menino
carrega em seu peito!...
Então se explicaria
toda esta rebeldia
e este não aceitar
e este sonhar encantos...
Todos se comoveriam...
Finalmente desobscurecidos!
Saberiam o motivo de sua dor
e como seu coração é
de vendaval e fogo!
Perdoariam sim, tanta irreverência...
Tanta sapiência
e impaciência...
Que só poderia dar em dor!
Neste mundo onde o "certo"
é o "errado"
O "sagrado"
é o "profano"...
Ele sabe de histórias, meu Deus!
Tão antigas quanto o tempo!...
E tem fé na vida
e tem sorte, sim!
O saber sentir,
lhe é um privilégio
E o martírio santo de ser poeta
uma dádiva e uma nova chance!
Imaginem só!
Ninguém pode escutar
a sua voz
Ninguém ousa desatar
os seus nós
E seus rótulos todos
já estão vencidos!
Caminhando em direção ao futuro
Ah, o passado, às vezes tão presente em nossas vidas! Às vezes por coisas boas, às vezes por algumas tristezas, ele sempre está lá. Mas o que temos que entender é que nem sempre é possível reviver o passado. As coisas mudam, as pessoas mudam. Por isso, temos que nos libertar do passado e seguir sempre em frente para viver o que nos espera no futuro.
Passado…
Ah, o passado.
Se eu pudesse contar em estrelas o quanto ainda me volto a ti,
faltariam céus para abrigar tantas.
E se fosse em grãos de areia,
seria o triplo das praias do mundo inteiro.
Ah, passado… por que fuges de mim?
Por que corres, levando contigo as risadas, os dias de sol,
as glórias que hoje só vivem em lembranças?
Foste abrigo, e hoje és ausência.
Cruel em tua distância,
duro em tuas lembranças.
O presente tenta seguir, mas tropeça em ti —
num tempo que já não é meu,
num amor que se perdeu entre o que fomos
e o que nunca mais seremos.
O galo não é despertador, é poesia,
Cantando o início de mais um lindo dia.
E o cheiro... ah, o cheiro! Café em brasa,
Se misturando ao perfume que mora na casa.
O bolo de milho, de receita guardada,
Era a ponte doce da vida adoçada.
Mas nada, nada superava o calor
Do abraço da Vó, feito de puro amor.
No colo macio, o tempo parava,
Tudo de ruim ali se apagava.
Saudade que pulsa, lembrança que fica,
Daquele tempo onde a vida era rica.
