Agradecimentos a Jesus
nos conflitos da dualidade
terminamos cedo
começamos tarde
o que nos cura também arde
onde até o covarde
precisa de coragem
o amor vira ódio
nem sempre os vencedores estão no pódio
sérios de tanto brincar
os erros ensinam a acertar
onde obtemos calma na ira
nessa loucura onde até a verdade
é, na verdade, mentira
pagando o preço necessário
vivo em busca da essência
resistindo ao naufrágio
persisto com resistência
nesse jogo enigmático
quero ver mais que aparência
o véu que cega é sistemático
vem plantar incoerência
terrestre no terreno
embaixo do sereno
vivendo o momento
fumaça contra o vento
observando o movimento
o reflexo meio lento
com o olho ardendo
avermelhado do veneno
remédio do pensamento
torna brando o sofrimento
fica leve o passar do tempo
engrandece o pequeno
trás paz pro sentimento
semente abençoada
presente de outro reino
eu não sei a dor que eu transmito
nem o alívio que eu trago
mas sei que saber disso
faz eu ter esperança
de aguentar o meu fardo
tem males que vem para o bem
todo mundo sabe disso
mas quando os bens vem para o mal
a visualização fica mais difícil
expandir o campo de visão
ver além dos globos oculares
entender que cada cidadão
carrega em seu coração
diversos lares
tem quem tampe o sol com a peneira
o que não adianta de nada
uma hora a coisa fica feia
e a vida vira uma desgraça
é como se fossem bolas de neve
caindo pelas ladeiras
de floco em floco elas crescem
capazes de destruir construções inteiras
construções essas que tu lapidou com o tempo
que vieram do fundo da tua alma
não deixe um tormento
bagunçar e destruir a tua calma
o amanhã é só amanhã
imagina se ele não vem
não machuque o próprio coração
seja sincero consigo para viver bem
viva o agora e tenha fé
a vida é o maior tesouro
quem poema amigo é
quem poesia amigo em dobro
Hoje, a vida me fez um convite. Sinceramente, não esperava! Me pegou de surpresa. Ainda estou tentando digerir os pensamentos que ecoaram em minha mente só em imaginar como será a realização daquilo que me convidaram a fazer. Fui convidado para ser jardineiro, adubar a terra que carrega consigo uma surpresa diferente em cada pétala que brota. Esse encontro aconteceu num belo jardim cheio de flores. Seria até redundância da minha parte em falar que esse jardim tem flores, porém, apesar de existir flores, cada uma carrega consigo outro jardim. E foi este jardim que fui convidado a conhecer que, por algum momento, ervas daninha tentaram destruir. Avistei várias flores, algumas em botão, outras irradiantes para o astro rei, algumas precisavam ser cuidadas, irrigadas, adubadas, colocadas para receber a luz do sol... Amei vê o florescer de cada uma: dos lírios às orquídeas, das rosas aos cravos, do girassol ao dente-de-leão. Elas estavam nas sombras da vida, mas quando as coloquei na luz da esperança, puderam exalar sua verdadeira beleza. Ao entardecer, me via entre as pétalas de cada flor e me deparo com as suas essências, seus pólens, as suas estruturas. Só então me dei conta que o convite inicial era para o cultivo do jardim que há em mim. Agora percebo o quão florido és e que posso cultivar e colher qualquer flor que eu desejar. Das flores que cultivo, transbordo de pétalas as veredas deste lindo e imenso jardim que faço morada. O encontro aconteceu num jardim, através de uma flor pude perceber. O encontro aconteceu em mim, através do meu eu pude florescer.
Flertar com o erro é algo viciante, ele nos deixa mais experientes e nos tornamos mais maduros. Por vezes, o erro costuma bater na mesma tecla, até parece algo cíclico. Há quem diga que se pode escrever – aqui leia-se errar – certo em linhas tortas, o torto ou o erro se torna prazeroso, de certa forma. O que me intriga nesta caminhada é a marca indelével que a caneta é capaz de fazer ou quem sabe a intensidade que eu coloco ao escrever, ao rabiscar, ao desenhar. O papel a qual tanto escrevo é sensível para tantas tentativas de erro e acerto. A tinta indelével com força de expressão, de tanto focar em uma única situação, acaba por perfurar a penumbra daquilo que um dia foi forte. Perfuram-se os papeis! Um buraco se abre e me dá acesso para outra dimensão. Será se ali estaria o lugar o qual eu poderia flertar com o acerto? Este buraco negro que me consumiu ferozmente está me mostrando que aqui o vácuo da intensidade é bem melhor quando é escrito com emoção. Nesta outra dimensão todos os meus erros tornam-se, automaticamente, em acertos. A dimensão do jogo da intensidade prevalece nesse emaranhado de flertes escondidos atrás do desenho feito com a tinta indelével da minha força de vontade de viver o acerto que um dia julguei que era um erro. O que seria dessa dimensão sem os tão sonhados erros que nos fazem melhores a cada linha que pintamos do lado de cá? A resposta está no erro que não pintei ainda.
POEMA – PRECORDIALGIA NUMA QUARENTENA
Hoje, eu só queria falar da dor, da dor que enlaça o meu peito nesse momento de confinamento. Sei que está sendo difícil, já senti vontade de chorar, até. Talvez esse seja um momento de encontro comigo mesmo. Quanto tempo que não tive mais esse contato, esse encontro, talvez a dor surge em meio a essa dificuldade de me encontrar e de conectar-me a mim mesmo no dia-a-dia. Nesse momento, talvez um acalento singelo pudesse apaziguar essa dor tão devastadora que urge em meu peito. A precordialgia me invade! Nesse nome, percebo o quanto o preço da dor dói em mim, o quanto eu permito ela doer em mim. Qual o preço da dor? Qual o preço da cor? Não sei! Mas, sei que estou pagando o preço por guardar tudo em mim, esses sentimentos guardados se transformaram em dor no meu peito, essa dor que me sufoca, que me tira o fôlego, parece que estou morrendo, que tem algo me corroendo por dentro. Fico pensando e imagino que o preço da cor está naquilo que eu não faço ou gostaria de fazer. Até colorir isso tudo, essa dor que está aqui dentro, levarei uma quarentena. Talvez esse momento seja para isso: para transformar a dor em cor, para refletir se vale a pena cultivar essa dor, para transformar a escuridão em luz, para colorir em aquarela a algia que surgiu quando eu entrei em contato comigo mesmo. A dor tem preço, e desse preço eu quero levar o valor da cor. Ao fim da tão dolorosa quarentena, virei um pintor de mim mesmo: a dor virou cor!
"É uma barbárie viver em um sistema que aprisiona o pensamento e que não atenua a marcha da inteligência à favor da luta e posicionamento".
Exclusão é tudo aquilo que foge ao entendimento. Preconceito é tudo aquilo que voce sabe , mas exclui pela falta de amor.
No destino eu encontrei a infelicidade
Na infelicidade eu encontrei a felicidade
Na felicidade eu encontrei o amor
No amor eu encontrei você
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