A tristeza pode durar uma noite
Não sei se escolho dia ou a noite. Porque não estou conseguindo diferencia-los. O dia é mais radiante pela existência do sol, mas tem se tornado num eclipse total, e a noite pior, pois os olhos estão arregalados e carregados de pensamentos controversos.
Asas Negras
"Vi suas asas negras abrirem e levá-lo para as sombras da noite, podes não crer, mas, eram lindas asas negras na qual eu jamais verei outra vez, ele se foi para sempre como os anos anteriores que não podemos retorná-los, assim se foi meu passarinho de asas negras, aquele que ficava a rodear-me falava lindas palavras de carinho, aquele com asas negras, o passarinho!"
No silêncio da noite as lágrimas rolam, sem medo, sem preocupação, sem pena.
As lágrimas rolam e inunda o travesseiro também chamado de casa.
As lágrimas rolam e levam consigo inseguranças, dores e temores.
As lágrimas rolam e molham o sertão da minha alma.
As lágrimas já não rolam mais, pois o sono me carrega em teus braços e de alguma forma as coisas ficam bem.
todas as noites sempre morremos um pouco mais ,sempre nós arrependemos um pouco mais, sempre nós entristecemos um pouco mais...
Talvez vá doer essa noite, as faíscas podem lhe ferir. Mas espere, o tempo apagas as chamas. Ao amanhecer restarão apenas brasas.
Em noites sombrias a única fonte de luz que se apresenta timidamente em meio a tempestade está seu interior, mas em alguns dias ela está pálida e sem vida.
E a única esperança está em tuas mãos, tu decides irás afastar as nuvens e deixar o sol irradiar seu calor?
Se seu dia estiver triste, use a noite como uma escapatória e seja feliz, use a lua como sua amante e não se preocupe até chegar num novo dia.
Não se preocupe. Sempre vai surgir uma luz. Assim como a noite da lugar ao dia.
As trevas dão lugar a luz
No circo da vida, tem dias que o palhaço chora.
Naquela noite fria, as luzes do Circo Solitário brilhavam intensamente, mas a atmosfera estava estranhamente sombria. Felipe, o palhaço, sempre fazia a plateia rir, mas seu sorriso era uma máscara para a tristeza que escondia.
Naquela noite, algo estava diferente. Enquanto se maquiava, Felipe encontrou uma carta misteriosa em seu camarim. "Encontre-me após o espetáculo, ou a verdade será revelada," dizia o bilhete, assinado apenas com um enigmático "A".
Durante a apresentação, a tensão aumentava. Felipe olhava discretamente para o público, procurando por algum sinal do autor da carta. Seus números, normalmente cheios de alegria, tinham um peso diferente. As risadas ecoavam vazias em seus ouvidos.
Após o show, Felipe saiu pelo portão dos fundos e caminhou até o velho carrossel abandonado, onde a carta instruíra. Lá, no meio das sombras, uma figura encapuzada aguardava. "Quem é você?" perguntou Felipe, o coração acelerado.
"Você esqueceu de mim, Felipe?" disse a voz sombria. Quando o capuz caiu, Felipe reconheceu Clara, a trapezista que desaparecera misteriosamente anos atrás. "Você me deixou para morrer naquele acidente. Todos pensam que foi uma tragédia, mas eu sei a verdade."
O pânico tomou conta de Felipe. "Clara, eu... eu pensei que você estava morta! Foi um acidente, eu juro!"
Clara riu amargamente. "Você achou que poderia seguir em frente e esconder seus segredos. Mas o circo da vida não esquece, Felipe. Agora, você vai pagar."
De repente, as luzes do carrossel acenderam, girando em um ritmo frenético. Felipe tentou fugir, mas Clara o puxou para dentro, onde as lembranças do passado o assombravam. As risadas agora eram gritos, os aplausos, ecos de dor.
Naquela noite, o circo descobriu um novo mistério: o palhaço desaparecera, deixando apenas sua maquiagem manchada de lágrimas no velho carrossel. A vingança de Clara se completara, e no circo da vida, o palhaço finalmente chorara.
Sarça
Chegou a noite,
Como dormirei eu, se até a minha Alegria entristeceu-se?
Chegou a meia-noite e foi-se os amigos; quem ficará e consolar-me-á?
Miserável sou eu.
Como ramo espinhoso espanto os pássaros que trazem alegria, e fugindo, escondem de mim sua voz.
Longe de mim brincam as criancinhas,
E de mim fizeram a coroa do sofrimento.
Até em ti Alegria, causei dor.
Meus espinhos perfuraram tua pele, e rasgaram teu coração.
Minhas raízes fizeram-te tropeçar,
E meu tronco foi para ti como pedra à cabeça.
Agora desfalece tu aos meus pés.
Sangrei-te com meus abraços,
Fiz-te sofrer com minhas carícias.
Como lírio delicado és tu, oh Alegria.
Qual louco fez permitir-te florir em meio à sarça?
Quando uma pessoa querida parte,
não é só ela quem vai;
de nós, leva junto uma parte
e um castelo de ferro cai.
E então, morremos também a sua morte,
que instalou-se sorrateira como a noite,
súbita como o vento forte,
e doída como o estalar de um açoite.
Lua de papel
Em olhos marejados a lua é uma rosa branca imensa no céu
Rosa branca que acalma e conforta os perdidos na noite
Seu clarão afasta as sombras, seu formato, origami de papel
Ilude as lágrimas que vão embora.
Encontramo-nos no acaso, ou destino traçado,
para mitigar a melancolia que nos aflige.
E assim, no reflexo de olhos tristes,
surgem sorrisos mais radiantes,
como astros que brilham na noite da vida,
quando nossos olhares se encontram.
Solitária Estrada da Alma
Na estrada solitária da alma perdida,
Caminham passos cansados, sem destino,
A solidão é uma tempestade sem guarida,
Um mar de tristeza onde o sol não brilha.
Na escuridão dos pensamentos noturnos,
As estrelas parecem distantes e frias,
A solidão é um lamento em murmúrios,
Um eco de dor que preenche os dias.
ECOS DO SILÊNCIO
amanhecerá
entre a penumbra de um dia e outro
o ruído do silêncio fazendo eco na madeira dos móveis
o criado-mudo tão mudo quanto antes
estático na sua velha roupagem de verniz vencido
— o tempo deixa marcas me disse, mudamente
— e eu que achava que não... sorri sardônicamente
silêncio lá fora. barulho lá dentro
o vento soprando as horas como se o tempo fosse vela
entre um silêncio e outro [o ruído do tempo]
esse barulho que não passa... virá de fora ou virá de dentro?
Há um silêncio que pesa n'alma,
num eco suave, mas tão profundo,
que rouba do peito a breve calma,
e veste de cinza todo o meu mundo
Não é tristeza, mas melancolia,
em tudo o que, dia e noite, me rodeia,
e logo a transformo em poesia,
poesia é remédio, que a alma anseia
Em meio à tempestade, busque um raio de sol, Um motivo pra sorrir, um coração acolhedor. Em cada novo dia, uma chance de recomeçar, Deixar para trás a tristeza, e se permitir amar.
Um quase lamento de domingo
Naquela madrugada, juntei todos os meus cacos
com os restos da imensa tristeza que me consumia
e tranquei tudo junto com os meus sonhos
em um envelope branco sem selo.
Junto com as cinzas do meu corpo cansado
e com o pranto que inundava meus olhos de lágrimas na ocasião.
Por todos os lados que eu olhasse
só via os insetos (todos) caminhando sem rumo,
perdidos pelo chão da cozinha.
Na pia, os pratos sujos, com os restos da janta de ontem.
Despedaçado por dentro,
vesti a dor que o caminho pintava d’ouro.
Caminho amargo e duro que se precipitava.
E bem em meio a este meu lamento,
vi refletido no espelho do móvel de subir ratos lá de casa,
dois ou três segundos do mais puro desespero
e da mais singular desilusão.
INSONES
Em minhas madrugadas insones
Amarroto os lençóis
Desforro a cama
Mexo
Remexo
Apalpo
Procuro seu corpo na cama vazia
Sonho acordada
Adormeço ao raiar o dia
Quando você se vai.
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