Coleção pessoal de I004145959
A transição para estruturas familiares mais democráticas não justifica a abdicação do pátrio poder por parte dos pais, nem a permissão de comportamentos tirânicos por parte dos filhos.
Na nova dinâmica familiar da pós-modernidade, mães provedoras, pais pastores e filhos desafiadores.
Na sociedade pós-moderna, observamos uma hipervalorização da juventude, concomitantemente à negação da maturidade, o que resulta no prolongamento da adolescência na fase adulta e na manifestação de comportamentos joviais em pessoas mais velhas, os "cinquentões adolescentes".
Comparações
Na vida, somos envolvidos em comparações. Pela vaidade, menosprezamos os menos afortunados. Pela inveja, repugnamos os mais privilegiados, num ciclo eterno de insatisfações e contradições.
Narcisistas, julgamos sem permissões, rotulando os outros com todo desatino. Ambicioso é quem nunca se satisfaz, acomodado é quem com pouco faz.
Cegos nos afetos, esquecemos as razões, que, para além das comparações, encontra-se a verdadeira paz.
A vaidade obsessiva, vida vivida para os outros, refém da busca incessante por validação externa e da encenação, resultando no esquecimento de si.
A vaidade compassiva, valorização de si, sem negligenciar relações genuínas, promovendo o bem-estar, o equilíbrio na vida.
Paz de Espírito
No peito, um espírito despedaçado busca nas estradas o alívio esperado. Um acalanto, mas a alma sabe: é um breve encanto.
Onde o coração sangra em desalento, a mudança de lugar é um mero vento.
A dor, entranhada, não se cura na estrada; é uma ferida gravada na alma.
Por mais que se viaje, por mais que se ande, a enfermidade na alma permanece constante.
É preciso mais que mudança de cenário para curar o espírito; é um processo lento e diário, um luto necessário.
Um registro profundo das dores vividas, das lágrimas derramadas, das despedidas.
Um mergulho no íntimo, um olhar atento, um ombro amigo, um desabafo com o divino que traga a paz de espírito.
Para evitar surfar nas ondas dos delírios, é essencial identificar metas factíveis de quimeras impossíveis.
Ciúme, sombra do amor que nos devora; em seu jogo, perdemos o discernimento de outora.
Ciúme, neblina da alma, onde nos perdemos em desespero; mas com apreço, transformamos em laços sinceros.
Ciúme, fio tênue entre paixão e loucura; navegar por ele, é uma arte de bravura.
Ciúme, estrutura do desejo, impossível não tê-lo, em demasia torna-se patologia, com zelo mantém a magia.
Para se integrar à sociedade, os seres humanos às vezes reprimem pensamentos, desejos ou memórias considerados dolorosos, ameaçadores ou socialmente inaceitáveis, a fim de evitar julgamentos e manter a harmonia social.
O costume de medir os outros com nossa régua nos faz esquecer que cada um tem sua maneira própria de ser e agir.
Na carência, a alma implora; no excesso, o coração cansa; no meio, a paz mora.
A falta gera angústia: tudo aperta e grita; na vida aflita, o peito chora.
No excesso, tudo sufoca, tudo irrita; o fôlego vai embora.
Nos extremos, a busca é longa; no meio-termo, a paz vigora. O equilíbrio prolonga, serenidade aflora.
Tanto idoso quanto velho têm aspectos relacionados ao biológico.
No entanto, velho tem uma conotação pejorativa associada à perda de vitalidade, enquanto idoso está relacionado à idade cronológica.
Nosso cérebro tende a preferir prazeres imediatos, mesmo que prejudiciais (vícios), em detrimento de comportamentos moralmente corretos ou benéficos (virtudes).
A angústia é verdade, não há disfarce; não deve ser suprimida com substâncias químicas fugazes.
Reconheça sua face, não a evite em fuga; encare-a de frente, com alma, com força e com arte.
Hipocrisias e mentiras fazem parte do jogo social; compelido ao falso para se adequar às expectativas sociais ou evitar conflitos, o misantropo aflito se isola e se retira.
A carência doentia por reconhecimento, especialmente em assuntos triviais reflete a decadência de valores morais mais constitutivos nas sociedades ocidentais.
Cancelado por todos os lados
Somos desafiados constantemente a tecer opiniões num mundo polarizado; precisamos escolher um lado para sermos cancelados por todos os lados.
Entre convicções divergentes de ambos os lados, nos sentimos separados e dilacerados.
Ponderados, moderados, equilibrados ou calados, também seremos cancelados.
Em cima do muro, somos balançados, puxados, tentados e criticados, apanhamos de todos os lados.
Num mundo de lados opostos a lutar, tudo é arriscado. Dentro ou fora do quadrado, ser cancelado é nosso fardo.
Num mundo de opiniões polarizadas e ressentidas, expressar-se é como navegar em águas agitadas sem salva-vidas.
Os verdadeiros valores éticos e morais de uma pessoa ou organização se manifestam mais claramente em tempos de crise, revelando sua integridade e autenticidade sob pressão.