Outer Banks
Os Outer Banks, o paraíso na Terra. É o tipo de lugar onde você tem dois empregos ou duas casas. Duas tribos, uma ilha.
Pogues, a ralé, os peixes pequenos. A base da cadeia alimentar. A desvantagem de ser um Pogue é que somos ignorados e abandonados. Mas o lado bom é que somos ignorados e abandonados, então nós fazemos o que queremos e quando queremos.
Eu não tinha nada a perder. Meu pai disse que na ilha tudo é exagerado. Tem pobres e ricos, mas em maior quantidade e intensidade. Acho que o jogo é manipulado. Talvez sempre tenha sido. E sem pais, sem dinheiro ou alguém pra cuidar de mim, eu não tinha chances, a não ser que eu corresse atrás.
A negação é subestimada. Você devia experimentar. É muito eficaz, e só é negação se você estiver errado.
E é aí que esta história começa. Meu pai desaparecido, meu tio ausente e a noiva do Frankenstein ameaçando me colocar no orfanato.
O que mais me irrita? Fácil. Não cuidar do meio ambiente. Só temos uma Terra. Ela tem que ser a nossa prioridade, no mínimo.
Quando as pessoas se aproximam de mim, eu me sinto encurralada. E pulo fora. E eu as culpo por isso.
A certa altura, deve se perguntar se o tesouro foi uma fuga ou uma armadilha.
Meu pai dizia que sempre tem um raio de esperança. Mas nem sempre é assim. Às vezes, o sol nos cega. Às vezes, milagres também trazem desgraças.
Meu pai sempre dizia que nada bom vem fácil e nada de valor é dado. O importante não é ganhar. É o que se dispõe a arriscar.
Caçar tesouros, explorar… Não tem só vitórias e ouro. Em todas as grandes missões, mesmos nas famosas, chega uma hora em que tudo leva ao desastre, e cada passo parece um erro. E cada escolha é uma armadilha.
Até quando podemos seguir o caminho errado antes que seja tarde para seguir o certo?
A vida é mais difícil e estranha do que imaginamos. Às vezes, as maiores vitórias causam as maiores perdas, e, às vezes, os maiores vilões se tornam os heróis inesperados.