Coleção pessoal de carlinharios
Na verdade, não acredita em nada disso e só vive por aí porque não sabe desistir. Mas tenta. Sempre tentou.
(Pra sentir alguma coisa.)
O jeito que nós somos
É a razão para eu ficar
Enquanto você estiver aqui comigo
Eu sei que nós vamos ficar bem
Eles dizem que o amor é para sempre
Seu para sempre é tudo do que preciso
Por favor, fique o tempo que você precisar
Não posso prometer que as coisas não vão ser difíceis
Mas eu juro que eu nunca vou deixar
Por favor, fique para sempre comigo
E a vida leva embora
Traz de volta o que foi daqui
Um pedaço que se foi
Que leva embora uma parte de mim
Deixo ir, traz de volta
Sinto saudade, já se foi
O novo chegou, te recebo bem
E a vida entende
Que não compreende
O que não se aparenta
O que a gente sente
Se me dói tanto viver
É porque eu não sei sofrer
Se me custa desapegar
Me ensina a amar
E só amar
Só amar 4x
O passado do futuro
Não está em minhas mãos
E tem tudo que me assusta
Dentro do meu coração
Mas num mundo bonito e bom
A beleza eu vou abraçar
E a perfeição vai me consolar
Se me dói tanto viver
É porque eu não sei sofrer
Se me custa desapegar
Quero confiar
Se me dói tanto viver
É porque eu não sei sofrer
Se me custa desapegar
Me ensina a amar
E só amar
Só amar 4x
E eu sigo de olhos bem abertos
Só pra ter a honra de Te perceber
Nem que seja por instantes
Te perceber
Lembro da primeira vez que te vi. Não me apaixonei de cara, mas senti algo diferente. Não cogitei o futuro, mas senti que acontecia algo no presente. Sejamos francos, uma das primeiras coisas que surge é o interesse, a vontade de saber quem é aquela pessoa que chama atenção. Numa comparação com o dito popular, não é que tenha julgado o livro pela capa, mas foi a capa que me deu o interesse de ler.
E poder desvendar o que de repente surgia em mim.
Recordo nossa primeira conversa. Se ali pudesse saber o que aconteceria depois, sairia correndo. Apesar de ser um romântico incurável, também possuo meus mecanismos de defesa. Não gosto de estar entregue, mas, se me entrego, o faço de corpo e alma. Não é uma equação tão simples já que dependo das variáveis do lado de lá (o seu, no caso em questão). É difícil ter coragem de apostar tudo sem medo de sofrer no final.
Costumo dizer, então, que se a gente já soubesse o que aconteceria na nossa história, não haveria graça vivê-la. Entre os passos mal calculados no caminho e alguns cortes que acabaram acontecendo, no final perdurou um amor tão lindo e limpo, tão claro e vivo, tão forte e amigo que o inevitável flashback na minha cabeça me faz sorrir sozinho onde quer que eu esteja. Você ali, parada, prestando atenção em alguma coisa que não era eu e eu pensando:
– Você tem tudo que eu gosto, falta só gostar de mim.
Demorou até. Aprendi mais ainda contigo que nada cria raiz da noite pro dia, mas que as mais inesperadas surpresas podem contribuir para os seus alicerces. O que se constrói beijo a beijo, olhar a olhar, cumplicidade a cumplicidade, é o mesmo que se fortalece na distância, se assegura na saudade e se renova nos reencontros.
Queria eu poder ter uma memória mais privilegiada e lembrar cada acontecimento. Cada vez que dormi ao seu lado, cada gosto novo que experimentamos juntos, cada sorriso. Se transformasse nós dois num filme, com certeza seria o meu predileto. Sem cortes, sem censura, com direito a rotina comum a todos os casais e os dias inesquecíveis exclusivamente nossos. Tudo.
Lembro da primeira vez que te vi, mas seria impossível dizer quantas vezes mais me demorei em você. Ainda assim, lembro de tudo que já senti e sinto. E, então, me pego imaginando como será nossa próxima cena, lembrando da última, e tendo certeza de que te encaro toda vez que fecho os olhos.
Sem close pro fim.
[ Gustavo Lacombe ]
Assim que o amor entrou no meio, o meio virou amor
O fogo se derreteu, o gelo se incendiou
E a brisa que era um tufão
Depois que o mar derramou, depois que a casa caiu
O vento da paz soprou.
(Romeu e Julieta)
E a gente se força a achar que o outro pode ser consertado, mesmo sendo evidentes as rachaduras, suas infiltrações e alguns parafusos meio frouxos que ficam bem na cara. A gente acha que amor é como a caixa de lápis de cor no maternal, e que o tempo vai dar a chance da gente colorir tudo da forma que achar melhor.
Foi a maior força possível — me recuperei completamente do complexo de inferioridade e de abandono, senti outra vez aquelas coisas, lembrei de todas as letras do Roberto Carlos — fiquei, enfim, meio cafona como sempre fico nessas situações, mas agora já voltei a pisar na terra — tudo fica mais concreto, e eu compreendo melhor.
E a gente se força a achar que o outro pode ser consertado, mesmo sendo evidentes as rachaduras, suas infiltrações e alguns parafusos meio frouxos que ficam bem na cara. A gente acha que amor é como a caixa de lápis de cor no maternal, e que o tempo vai dar a chance da gente colorir tudo da forma que achar melhor.
“Ouça, meu filho, e seja sábio; guie o seu coração pelo bom caminho.”
— Provérbios 23:19.
Amor do futuro
Ela não sabe, mas eu sou o cara que vai acabar com as dúvidas dela. Sou o cara que vai fazê-la rever as inseguranças, encarar os medos e descobrir o melhor que se esconde por detrás dos defeitos que ela tanto diz que tem. Sou eu. Vou cruzar o caminho dela mais cedo ou mais tarde, fazendo ela rir à tôa.
Sou o cara que a fará querer adivinhar qual a diferença entre destino e acaso.
Terão dias que ela vai se perguntar os porquês, motivos e afins de ter me deixado ir tão longe. Vai querer fechar o coração de novo, vai ouvir a razão e brigar com si mesma, dizendo que é trouxa. Vai se deparar com mal-entendidos e outras confusões. Nunca iremos beirar aqueles casais de cinema, mas, ainda assim, ela vai ter certeza que sou eu.
Ela não sabe, mas a minha voz vai chamá-la e mexer com ela como nunca antes. Aliás, a maioria dos efeitos será recíproco. Tenho certeza que os carinhos dela em mim acenderão e farão de mim o que quiser. Ela não sabe, mas será o melhor bem que alguém terá me feito. Mesmo que ela diga “mas eu não fiz nada”.
Fará muito ainda.
Ela mal sabe de mim. Imagina que posso vir a ser algo, mas sou distante. Mal posso esperar para estar perto e dentro do coração dela. Vamos por partes. Ela ainda não sabe, mas a relação vai se construir aos poucos e será como poucas também. Hesitaremos como qualquer casal, seguiremos como os que dão certo. Daremos.
Ela não sabe da gente e, sinceramente, eu também não sei. Ainda seremos, mas não nos cruzamos. Um futuro que vem à galope, meio vacilante às vezes, mas vem. Que estejamos atentos para que, quando ela puder saber de mim, eu saiba reparar e saber também dela.
Por isso eu sempre fico. Permaneço ali, mesmo com o barco quase afundando eu luto contra toda maré, só pra ter o prazer de sorrir quando chega a calmaria... Eu sempre fico quando a esperança me diz que você vai vir, não me importa como quando ou onde eu sempre espero, a tempestade pode ser grande mas sei que quando você chegar tudo se acalma e é por isso que eu sempre fico.
- Naiana Batista e Stheffany Almeida
Vai ser ele
Quando você não parar de olhar no celular e recitar as sílabas dele num apelido que diminui o nome e expõe a normalidade com que você fala, vai ser ele.
Vai ser ele quando você achar que foram os outros ou que não vai ser nunca mais. Quando você tiver desistido e aceitado beber uma Gin Tônica numa sexta-feira – e se você nunca bebeu, vai entender quando beber uma. Quando você tiver saindo tarde da noite do trabalho e perguntar se ele topa pegar a última sessão do cinema.
Vai ser aquele cara nadica a ver com o Encantado ou com o Jack Sparrow. Talvez ele não nade bem como o Phelps, talvez não cante bem como o Adam Levine, talvez seja tão brutamontes quanto o Coisa do Quarteto Fantástico. Mas vai ser ele, e a forma dele não importa.
Vai ser quando você perguntar se tá tudo bem e ele disser que não. Vai ser quando você foram num karaokê e ele desafinar cantando uma música que você adora, beber demais e cair no seu colo pedindo desculpas. Vai ser ele quando vocês engasgarem rindo da mesma piada e aquele silêncio gostoso se abrir no lábio dos dois quando a risada acabar.
Vai ser ele quando você começar a se procurar debaixo dos trilhos, quando começar a se perguntar porque tá acordando mais disposta pra malhar às 6h quando tudo o que queria antes era que o dia não te cansasse tanto. Vai ser ele quando você pensar que era o amor dele que faltava pra te fazer mais feliz do que você era.
Vai ser ele quando, num esbarrão, você virar uma carta de tarô no xing ling do Centro e ela te revelar dois enamorados. Ele vai te dizer que não acredita em nada disso e até o ar cético vai te mostrar que é ele quando ele disser que só acredita mesmo em você. Vai ser ele quando a sua estranheza combinar com a dele, e talvez ele nem ligue pro fato de você colocar ketchup na pizza.
Vai ser ele quando as suas amigas, os seus primos distantes, o seu porteiro, os seus móveis, os seus horários e até a conta do seu celular souber.
Vai ser ele quando você sentir um choque, sabe quando a gente sente choque quando encosta em alguém? Então, vai ser ele quando o esqueleto dele te der mais conforto que um travesseiro, por incrível que pareça. Quando você parar de dizer que odeia dormir de conchinha – eu odeio, não sei você, mas vai que.
Vai ser ele e você vai saber exatamente disso porque ele palpita aí dentro.
Vai ser ele. Ou talvez já seja.
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta, que hoje eu me gosto muito mais, porque eu me entendo muito mais também. E que a atitude de recomeçar é todo dia, toda hora. É se respeitar na sua força e fé.
Carta para dizer que eu ainda te amo.
Eu sei que você detesta quando eu escrevo e foi por isso que decidi me despedir de você. Por saber que você não vai ler. Eu não saberia dizer isso olhando para dentro de você. Sou covarde, sabe?
Só queria te dizer que você me ofereceu coisas maravilhosas, me ensinou coisas para vida, me fez sentir viva e me fez viver um grande amor. Ainda não descobri como você chegou, nem como apareceu na minha casa. Tenho certeza que não te liguei. Também não consigo entender como consegui te fazer permanecer, meu jeito desarrumado não facilita muito meus romances. Você era a estante e eu era aquela montanha de livros empilhados, saca? Mas você ficou e parecia querer continuar, onde até eu teria desistido de tentar arrumar a bagunça.
Eu me apaixonei em cada mensagem, me encantei com tua criatividade. Passados quase três anos, esse encanto apenas aumenta. A distância me leva para longe, mas o meu bem-querer me trazia de volta. Eu sei que sou clichê, como você mesmo diz que todas as garotas são. O equívoco é esse: todas as mulheres apaixonadas são garotas clichês vistas em filmes adolescentes. Mas um dia você vai entender que amor “abobalha” as pessoas.
Eu dei meia volta algumas vezes, mas nunca te deixei de verdade. Nesse meio tempo, houve rosas, raivas, beijos, mágoas e abraços de urso. Você se tornou meu porto-nada-seguro, mas ensinou que Merthiolate nas feridas não precisa ser mais doloroso. Foi você quem cantou para mim no telefone quando meu mundo e o de todo mundo que me rodeava tava desabando. Eu tinha que ser forte, mas não era. Você cantou para mim e de repente, a paz invadiu o meu coração. De repente se encheu de paz, como se um vento de um tufão arrancasse meus pés do chão. Depois de muitos dias doente e tendo que parar no soro, foi você quem me mandou uma mensagem dizendo que anjos não adoecem, mas descansam suas asas para poder voar novamente e abençoar as pessoas.
Naquele baile, você me tirou para dançar. Aquelas luzes, os papéis caindo e você comigo. Não poderia ter sido mais perfeito. Seus braços na minha cintura e os meus no teu pescoço, como num laço ou enforcamento desastrado, e eu não conseguia pensar em nada. Nada mesmo. Eu tava ali vivendo, dançando, olhando para dentro de você e não pensava. Acho que meu modo automático me mantém afastada da solidão e me traz para perto. Acredito que você não tenha reparado na música que tocava na hora, mas a mulher que cantava, dizia que há mil anos ela vinha amando aquele rapaz e o amaria pelos próximos mil. Abraçada a ti, eu só respirei fundo e me deixei levar.
Queria que você soubesse que estando juntos ou não, você será sempre meu amor. Vou sentir inveja de qualquer mulher que cruzar a minha visão periférica com você e fingir que queria o sapato dela, mas meus olhos, meus cachos, meus lábios e a palpitação não mentem. E prometo seguir teus conselhos. Eu vou conquistar o mundo, pode deixar. Vou descobrir lugares, mundos e outros universos para imaginar onde a gente poderia ter se amado por mil anos a mais.
Eu nunca mais vou me envolver com alguém de novo. Cansei de quebrar a cara. Essa frase marca o início de um ciclo e o começo desse clichê que a gente repete na tentativa de se proteger na próxima vez. É mais ou menos como um mantra que já prepara o coração para o que vem: segura a surpresa, manda aquela alegria inicial de ter encontrado alguém bacana embora, dá uns tapas na expectativa e te faz prometer para si mesmo que dessa vez vai ser diferente: dessa vez você não vai se envolver.
Essa frieza é característica de quem já sofreu por amor ou por menos que isso. Mas frieza é uma palavra forte, então digamos que seja uma proteção. Essa proteção é a armadura impenetrável de quem foi convocado para a guerra, mas sofre de apatia. É o brigadeiro de panela quente para quem já queimou a língua. Essa proteção é a hesitação de quem não quer repetir um novo ciclo de descasos e esperanças. Ela funciona de forma radical e direta, porque descarta qualquer um antes mesmo dele chegar a algum lugar.
A formação de defesa de pessoas que optaram por “esconder os sentimentos” e viver na desconfiança é pesada. Os que não se declaram solitários por acidente, acabam pode depositar essa postura em outros. Isso porque sempre calha de aparecer alguém que finalmente “valha a pena” para você e essa pessoa vai ser o alvo de todas as suas inseguranças e negações passadas. A frustração de já ter se arrependido, faz com que você manipule as suas vontades e apare as atitudes. Vez ou outra, isso tudo te faz mais amargo, onde o sabor agridoce vai embora e você não percebe que está exagerando. Na sua cabeça, tudo funciona como um teste para o coitado (ou coitada) que tentar algo com você. É que eles estão vivendo a sua síndrome do “Dessa vez vai ser diferente. Eu não vou me envolver.”
Mas existe uma premissa certa nisso tudo: você vai quebrar a cara de novo. Independente da postura que se assuma, você vai passar por alguma frustração. Seja a frustração de estar sozinho, quando não é isso que se quer ou a frustração de finalmente se abrir de novo e se decepcionar. Parece um tanto quanto pessimista, mas é que você encara o “quebrar a cara” como algo negativo. Só que é uma experiência que faz parte de uma vivência maior. Quebrar a cara ensina, e muito, sobre nós mesmos. Ensina sobre padrões de comportamento que nós podemos cometer e erros que dizemos ser dos outros, mas na verdade nos pertencem. Ensina a aprender mais sobre as nossas expectativas e a forma com que lidamos com elas, além de mostrar que pessoas constituem a nossa vida de forma plena e quais podem ser descartadas quando há decepção. Aliás, isso ensina mesmo se foi decepção ou insistência, quando o problema da vez era com a gente. E ensina mais ainda que o ser humano, por mais burro e teimoso que possa ser, ainda possui a capacidade de amar de novo.
Você vai se encantar de novo e se perguntar se dessa vez vai ser diferente, por mais frio ou receoso que seja. Você vai engolir em seco e fingir que nada mudou, mas vai pensar em baixar a guarda. Essa esperança bonita que motiva e que também nos torna um pouco mais bobos e um pouco mais cegos é o que faz com que relacionamentos não sejam apenas relacionamentos. São situações que engrandecem e servem de auto-análise. E elas dizem muito sobre a gente e o nosso modo de ver o mundo. Revela vontades que a gente nem imaginava ter e devolve uma maturidade que vai sendo lapidada ao longo do jogo, com seus ganhos e perdas. E esfrega na nossa cara que a gente vai quebrar a cara de novo e que vai amar de novo. Por mais “evitáveis” que tenhamos nos tornado, ainda somos apaixonantes e apaixonáveis. E essas defesas que a gente cria, com um pouco de persistência e afeto, acabam caindo por terra. E isso pode ser bom ou pode ser ruim. Mas a gente só vai descobrir se der a cara à tapa. Mesmo que isso signifique quebrá-la depois e se apaixonar logo em seguida.
Uma carta de desamor |
Me desculpe por ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter escrito. Me desculpe por ter ligado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por ter dito sim. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por ter gozado. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos machucados que sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por querer entender seu silêncio. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por desejar alguma intensidade. Me desculpe por desejar. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe pelo atrevimento de supor que eu merecia o que de bom aconteceu. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe por eu ter gostado de mostrar meu corpo. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por eu ter escrito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu escrevi. Me desculpe por você ter me achado ousada demais. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter me achado bonita. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos erros de português da sua nova namorada. Me desculpe pela sua nova namorada achar margarida uma flor pobre. Me desculpe por eu ter voz.
Me desculpe por você torcer para o Palmeiras. Me desculpe se uma barata entrar na sua cozinha algum dia. Me desculpe pelos 130 km de congestionamento em São Paulo agora. Me desculpe por eu ter voz.
Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você, afinal, porcos não reconhecem pérolas.
... E se meus olhos fossem azuis como o céu e meu corpo definido como violão, você deixaria eu fazer parte do seu coração? Deixaria eu ser a mulher dos seus sonhos, voando entre seus desejos e pousando em suas emoções? Liberaria um pedaço de sua história, onde eu pudesse registrar todos os nossos traços? Concordaria em me deixar acordar todos os dias ao seu lado? Dividiria as páginas do livro da cabeceira e contaria suas histórias baixinho em meu ouvido? Pois bem, não sou da forma que deseja, mas carrego em mim muito mais do que planeja.
Eu só esperava que tudo fosse diferente, que nada fosse tão bacana e destruidor. Eu só queria dizer tudo aquilo que não procurarei mais saber. Eu só queria que não fosse mais um personagem de passagem na minha história. Eu só queria, mas foi inevitável escrever o último capítulo. Foi necessário chegar o fim.
Não gosto desse meu lado desagradável que se defende com medo da dor. Não gosto de ser ríspida mostrando o lado inventado causado pelo sofrimento. Não gosto dessa mania de querer e não transparecer. Não gosto de fingir que não me importo. Não gosto desse meu jeito amargo. E não gosto de mim por não deixar o próximo adoçá-lo.
Aos que não gostam de mim e querem de alguma forma tirar minha paz, eu desejo felicidade. Que sejam felizes! Felicidade quando mora na vida do ser humano, a maldade não atinge as pessoas que eles não se simpatizam. Se preocupam em viver e não infernizar a vida de quem nasceu pra vencer.
Mais pessoas construtivas. Menos pessoas negativas.
Que assim seja, amém!
"E você nunca vai fazer ideia de quantas vezes eu me peguei pensando em você, o quanto eu lutei para não lhe mandar mais mensagens. Cheguei no limite daquelas noites mal dormidas, sabe? Eu acho que eu finalmente cresci, essa vida de repetir os mesmos erros e continuar no mesmo lugar simplesmente não é mais a MINHA vida."
Esqueça as outras meninas que nunca fizeram sentido e não importaram. Esqueça as noites mal dormidas com pessoasvazias e de papel que se desmanchavam ao chegar do dia. Eu estou falando da que realmente importa, da que faz diferença. Daquela que, quando tudo parece que vai desabar, é para os braços dela que você corre. É quem você pergunta como foi o dia, pra quem você quer contar como foi o seu.
É ela. E você sabe.
"Aprendi que para cada lágrima, soluço ou tristeza haverá um sorriso, uma esperança, uma alegria. Aprendi que Deus está no bem, no correto e no justo. Aprendi como continuar aprendendo."
Desculpa, mas não entendo. Eu quero tudo e mais ainda. Amor tem que encher o coração, a casa, a alma. Pouco ou metades nunca me completaram.