Joaquim Nabuco

Encontrados 14 pensamentos de Joaquim Nabuco

O gênio sem paixão é o asceta da poesia, não é o poeta.

Não há fealdade na natureza. Ela só existe nos nossos olhos.

Uma das maiores burlas dos nossos tempos terá sido o prestígio da imprensa. Atrás do jornal, não vemos os escritores, compondo a sós o seu artigo. Vemos as massas que o vão ler e que, por compartilhar dessa ilusão, o repetirão como se fosse o seu próprio oráculo.

Evitai de vos observar ao microscópio. Bons olhos, sem vidros, voltados para o que vos cerca é quanto basta.

O que constitui o gênio e a invenção de uma época ficará sendo a técnica, o lugar-comum, de outra. Uma onda de ideias novas, de frases bem cunhadas, que muito custaram aos seus autores, entra diariamente em circulação, e depressa se torna o palrar inconsciente dos iletrados.

O pensamento, apesar de tudo, é uma esterilização. Não há perigo de que ele venha, algum dia, a triunfar sobre a natureza, que é a vida.

Os invejosos invejam-se reciprocamente.

A oposição será sempre popular; é o prato servido à multidão que não logra participar no banquete.

Parece pretensioso o uso do «eu»; no entanto a forma pessoal é a única que exclui toda a pretensão. Quem a emprega traduz impressões recebidas, não emite sentenças, mas quem se veda o uso do «eu», constitui-se forçosamente num oráculo.

Há máquinas de felicidade dispendiosas, que funcionam com enorme desperdício, e há outras econômicas, que, com as migalhas da sorte, criam alegria para uma existência inteira.

Joaquim Nabuco
Obras completas: Pensamentos soltos, Volume 10, Página 141, Joaquim Nabuco - Instituto Progresso Editorial, 1949
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O reinado da mulher talvez venha um dia a ser realidade, mas será precedido por uma greve geral do amor. O sexo que suportar por mais tempo essa inactividade acabará por triunfar sobre o outro.

A escravidão não consentiu que nos organizássemos e sem povo as instituições não tem apoio, a sociedade não tem alicerce.

Joaquim Nabuco
NABUCO, Joaquim. Minha formação. Rio de Janeiro: W.M. Jackson Editores, 1952

...enquanto a nação não tiver consciência de que lhe é indispensável adaptar à liberdade cada um dos aparelhos do seu organismo de que a escravidão se apropriou, a obra desta irá por diante mesmo que não haja mais escavos

Joaquim Nabuco
O Abolicionismo, de Joaquim Nabuco, Publifolha, 2000
Inserida por waltereudes

A consciência é o último ramo da alma que floresce; só dá frutos tardios.