Texto Poético de Criança

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Conta a lenda que certa mulher pobre com uma criança no colo passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que lá dentro lhe dizia:
"Entre e apanhe tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém, de uma coisa: Depois que você sair, a porta se fechará para sempre. Portanto, aproveite a oportunidade, mas não se esqueça do principal..."
A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelo ouro e pelas joias, colocou a criança no chão e começou a juntar, ansiosamente, tudo o que podia no seu avental. A voz misteriosa falou novamente: "Você agora só tem oito minutos."
Esgotados os oito minutos, a mulher, carregada de ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou... Lembrou-se, então, que a criança lá ficara e a porta estava fechada para sempre! A riqueza durou pouco e o desespero, sempre...
O mesmo acontece, por vezes, conosco. Temos uns oitenta anos para viver neste mundo, e uma voz sempre nos adverte: "Não se esqueça do principal!" E o principal são os valores espirituais, a vida, as amizades, o amor! Mas a ganância, a riqueza, os prazeres materiais nos fascinam tanto que o principal vai ficando sempre de lado...
Assim, esgotamos o nosso tempo aqui e deixamos de lado o essencial: os tesouros da alma! Que jamais nos esqueçamos de que a vida neste mundo passa breve e que a morte chega de inesperado. E, quando a porta desta vida se fechar para nós, de nada valerão as lamentações.

PROCURA-SE UM ALGUÉM PARA AMAR

Alguém com um sorriso de criança, mas com um olhar furtivo de uma fera indomável.

Alguém que embriague meus desejos e sobria os meus pensamentos, apenas com um abraço.

Alguém que jamais brigue comigo sem motivo, mas que me chame sempre atenção quando estiver errado.

Alguém que ouça comigo a musica que eu adoro, mas que não seja hipócrita pra dizer que gostou só pra me agradar.

Alguém que ria das minhas bobagens e nunca me deixe com cara de idiota na frente dos seus amigos.

Alguém incapaz de fazer mal a uma mosca, mas extremamente capaz de enfrentar o mundo por minha causa.

Alguém que me ache bonito, interessante, mesmo com a velha farda do trabalho. E que, ainda assim, tenha orgulho de apresentar para as suas amigas como o seu homem.

Alguém para que possa oferecer poemas de amor, músicas românticas e que valoriza isso como uma incontestável prova de carinho e reciprocidade.

Alguém que goste de chocolate, sorvete, cinema e poesia.

Alguém que goste de Jorge Ben Jor, Fagner ou Djavan, mas que também saiba esbaldar-se numa noite louca, dançando a Dança do Creu na última velocidade...

Alguém que seja a minha amiga, amante e confidente.

Alguém com um jeitinho de menina, inocência de uma criança, mas atitude e relevância de uma mulher...

Enfim, alguém que tenha personalidade própria a ponto de não se submeter a qualquer relacionamento, mas que saiba respeitar, envolver-se e compartilhar com a pessoa que estar ao seu lado, aprendendo e ensinando a cada dia.

MEU ANIVERSÁRIO - FASES DA VIDA.
Em criança aprendi, na adolescência questionei, na juventude idealizei sonhos e muitos se realizaram na maturidade e hoje vivo de recordações de um passado, que Deus me privilegiou com a graça de ter usufruído de todas as fases anteriores.
Cada etapa foi programada por Deus, com sua importância e beleza.
Entretanto, coube-me a missão de saber administrar cada uma delas com harmonia, dentro dos bons costumes e sem ferir a dignidade das pessoas.
Envelhecer com qualidade é mais uma questão de estado de espírito pessoal, do que as rugas e os cabelos brancos que adquiri ou mesmo atribuir números à idade.
Não me sinto envelhecido. Apenas amadureci, para ter tempo de recordar, refletir e passar a limpo tudo o que vivi e aprendi com a vida.
Como um bom vinho, vou me ajeitando na garrafa e quando aberto, tocar bem fundo da alma das pessoas que me consideram e que sempre gostaram de mim.
Tudo isso é muito natural. São as realidades da vida. Esta é a minha vida!
É o que me ofereço neste dia do meu ANIVERSÁRIO. 30/08/2014.
Minha eterna gratidão a todos.

Eu vivi e ainda vivo !!

Eu cresci, amadureci, quis ser criança novamente mas não pude.
Respeitei, de todas as formas eu amei . . . no final me descobri.
Te encontrei, com um sorriso me encantou, e com uma troca de olhares me perdi.
De todas as coisas que eu encontrei dentro de mim, busquei uma que se comparasse com aquele momento
Eu amei . . .

Me encontrei, confiei, de todas as formas eu me entreguei.
Correspondi, imaginei, com apenas duas palavras ( te amo ) eu viajei.
E por mais que eu não quisesse,
Me apaixonei . . .

Percebi que meus sentimentos não estavam sendo correspondidos,
Dor, sofrimento, sorrisos insanos, olhares vazios,
eu sofri. . .

Demorei para perceber que estava colocando prioridades em pessoas que me viam como uma simples opção
Eu caí, percebi que o fundo do poço era meu destino
Relutei, não quis aceitar tal destino, me fiz de forte quando a dor era tamanha
Eu chorei . . .

Você não quis mais, não aceitei, me desesperei, me ultrapassei, eu me apaguei.
E com todos aqueles sentimentos perdidos dentro de mim
Me perdi . . .

Com o tempo percebi que eu era muito mais do que aquilo que você via
Eu sou muito mais do que você merecia
Você perdeu, se arrependeu, quis usar aquele olhar novamente, mas eu não era mais a mesma.
Eu cresci . . .

Mereço mais do que aquilo que imagino,
Eu sou mais do que aquilo que as pessoas viram
Eu amei, me apaixonei, eu sofri, eu chorei, me perdi . . . no final eu cresci.
Posso olhar para trás e dizer : Eu vivi e ainda vivo !!

As vezes fico pensando no sentido que damos à vida, basicamente uma criança nasce; cresce; estuda; trabalha; alguns continuam estudando; dentre essas coisas namora; se casa; tem filhos; cria os filhos; espera a aposentadoria e morre. Claro que não perfeitamente nessa ordem.
Mas a grande questão é porque seguir esse repertório?
Todos querem ser diferentes, mas fazemos sempre as mesmas coisas e ainda assim queremos obter resultados diferentes. Como isso pode dar certo? Simplesmente não dá! É fato.
Reclamamos de tudo toda hora, mas no fundo parece que se não cumprirmos esse "ciclo da vida" não nos sentiremos realizados. Mas até ai tudo bem, até entendo, por que existem etapas que realmente são essenciais na nossa vida.
Minha real indignação é no modo como valorizamos coisas fúteis e banais, tornando-as mais importantes do que aquilo, que sentimos que gostamos que realmente nos faz bem.
Fico observando as pessoas no dia a dia... Nas suas expectativas... Sei lá é como se todos vivessem apenas para o futuro... Trabalho, Trabalho e trabalho e o objetivo é sempre o mesmo obter bens materiais... E por fim poder cumprir o modelo de vida que todos querem... Casar e ter filhos, apenas para dizer que formou uma família.
É tudo tão superficial, como se as pessoas não tivessem sonhos... Vivem apenas para seguir o que todos fazem. Os sonhos estão sempre ligados no futuro.
Ai penso... Isso realmente é viver ?
A vida é cada momento... Será que aproveitamos estes momentos ou deixamos todos os momentos do nosso presente passem despercebidos, porque estamos com os olhos fixados no futuro?
Ai penso mais além... Afinal que futuro?
Não sabemos se estaremos vivos nem há 5 min quanto mais daqui há 5 anos.
O futuro de uma pessoa pode esta sendo o agora... E neste exato momento chegar o fim. Sendo assim como podemos viver idealizando nossa felicidade em algo que não nos pertence? É estranhos tudo isso.
Vejo como se não tivéssemos nem noção do que estamos fazendo aqui.
A minha ideia de futuro é de nos prepararmos e evitar fazer coisas na vida nas quais não poderão mais ser perdoadas. Porque o futuro de todos será exatamente o momento do fim. E isso é algo individual, não é apenas relacionado ao fim do mundo.
Às vezes tenho a sensação que ninguém pensa nisso..Entretanto é difícil mesmo, até eu pensando nisso agora, há momentos que esqueço e vivo as ilusões do futuro como todos. É uma coisa digamos que automático.
Mas porque não vivemos cada momento, como se fosse o ultimo...
Não digo de viver inconsequentemente, mas aproveitar mais o nosso presente, de repente fazer aquilo que gostamos, aquilo que nos faz sentir bem hoje, ao invés de guardar tudo para o futuro incerto que temos.
Fugir um pouco desse modelo de vida que a sociedade nos impõe, talvez...
Ter a oportunidade de realizar-se em todos sentidos, mesmo que sejam coisas fora do comum.
A ideia é se sentir feliz com as coisas simples da vida. Só isso!
Mesmo que aparentemente, seja uma atitude idiota aos olhos do mundo.

Viva a experiência de descobrir novidades, como uma criança pequena. Saia deste casulo de coisas já vividas, porque toda manhã é um dia completamente novo. Cada segundo, uma surpresa e uma oportunidade.
Não olhe com olhos de ontem, porque o ar está renovado, as folhas estão frescas, tudo está diferente de antes, e teus olhos podem te enganar. Tuas idéias podem te enganar.
Teu problema de ontem, hoje, pode apresentar uma nova perspectiva. Tua perda de ontem pode trazer, hoje, um novo ganho. Será que tú vais enxergar?

O silêncio da noite é meu refúgio, sou filho da escuridão, sou uma criança perdida e tristes. Já não sinto mais nada, somente medo.
Mas medo do quê?
Medo de mim mesmo?
Ou medo de tentar ser o que na realidade abominamos?
Não sei, hoje não procuro mais a felicidade, e sim a paz, acho que isto vai me consolar, saber que não sou feliz, mas saber que tenho paz em minha vida, paz e felicidade, seria bom juntas, mas me contento, aaaahhhhh como eu queria nossa, como queria, cara, falar o que eu acho, mostrar o que eu quero, viver o que eu sonho... mas algumas coisas me confortam...
O primeiro passo foi dado, resta seguir andando, começar de novo, antes que eu mergulhe novamente em minhas próprias tentações, em meu próprio vício... às vezes acho que sonho demais... acho que estou no caminho errado... porque acredito que meus sonhos são somente sonhos... enquanto vivo em um profundo pesadelo... Eu quero esquecer algumas coisas... mas como esquecer quem mais amo? Simples. Pare de amar. Mas como? Simples, pare de respirar!

Ser criança

Sinto falta de correr descalço em busca de magia
Sinto faltar de olhar todas as pessoas como iguais
Sinto falta de abraçar minha família
Sinto falta de chorar mesmo sentindo a pequena dor possível,

Sinto falta de olhar para o horizonte
E me imaginar como alguém especial diante do mundo,
Sinto falta de sonhar acordado comendo qualquer besteira,
Sinto falta de esquecer do futuro e viver o presente,

Sinto falta de subir na mais alta árvore
E sentir a liberdade diante da mais pura ilusão,
Sinto falta de dizer tudo que eu pensava sem medo
Sinto falta de mim, sinto falta de ser criança.

Quando você é criança, a noite é assustadora. Porque existem monstros escondidos debaixo da cama. Quando você cresce os monstros são diferentes. Desconfiança, solidão, arrependimento. E embora você seja mais velho e mais sábio, você ainda se vê com medo do escuro.
Dormir é a coisa mais fácil de se fazer. Você só fecha os olhos. Mas para muitos de nós, dormir parece estar fora de nossa compreensão. Nós queremos! Mas não sabemos como conseguir. Mas, uma vez que enfrentamos os nossos demônios, os nossos medos. E pedimos ajuda uns aos outros…
A noite não é tão assustadora assim porque... Nós percebemos que não estamos totalmente sozinhos na escuridão.

MONÓLOGO POÉTICO DE OUTONO

O outono frio sem amor, pode parecer com mergulhar na escuridão fria...

Um passo para adeus dos nossos verões, eu ouço as folhas secas sendo pisoteadas...
Com chocolate quente na caneca, com o coração cheio de saudades de você... E você com saudades de outro alguém, que por sua vez tem saudades de outro alguém ainda...Mas não é de você! O inverno também pode ser minha mente, uma torre de sucesso embalada por este monólogo.. Para quem? -Para eclodir no universo das letras e se tornar mais um texto poético e sem dor... Ontem foi o verão, folhas caem aqui . Este ruído misterioso soa como uma partida..Amo seus olhos verdes de beleza delicada, mas hoje eu estava doce como chocolate, e você preferiu contemplar a paisagem fria e parada na foto tirada de um trem que já passou há muito tempo... Você está sempre fugindo do verdadeiro amor.... Quanto tem nas mãos deixa escapar, quando perde lamenta em saudades... Melhor que eu aprecie poéticos textos, artesanais e meus como raio amarelo e macio de outono! Autora Cleide Regina Scarmelotto

O Eu-poético

Minha poesia é suja, medíocre, falsa
Me falta o altíssimo vocabulário dos literários
Me falta as belíssimas temáticas da antiguidade

Não gosto de falar de amor, nunca vivi nenhum
Gosto de falar de dor, isso em mim é comum

Minha temática é a vida, vivida, convivida
Meu vocabulário é baixo, baixíssimo

Grandes poetas enfatizam o amor
Eu o despreso, o desgasto, o desmoralizo, o piso
Grandes poetas não falam em dor
Eu a clamo, a chamo, a escrevo, a como, a bebo

O amor é chato, fácil, simples
A dor é intensa, imensa, profunda.

Fiquei até bem sorridente ... em ler esse texto de Cecília Meireles é realista e poético ... e muito siginificativo, mesmo ! ainda tou relendo rsrs
Acho que as nossas mensagens são reciprocas ... rsrs
Entre poesias que admiro ... gosto de outros autores mas encontrei nos sonetos de Bernardo Trancoso uma inspiração interessante. Pretendo te enviar uma poesia escrita por mim mesmo ...


Canto, porém canto

Canto sacia. Vou dizer o quanto.
Por que o espanto? Canto sem porquê.
Canto só por poesia, por encanto,
Quando, no entanto, o pranto ida se vê.

Canto por alegria. Por nem tanto,
Eu canto o desencanto e ninguém crê
Que esperanto do amor é mesmo o canto,
Enquanto o canto não me traz você.

Um santo, um dia, ouviu do passarinho
Cura para os quebrantos da paixão
E se encantou, portanto, fez canção.

Dela, levanto o manto, hoje, sozinho,
Prá que o meu canto caiba num cantinho
Deste recanto seu, seu coração.

VALOR DA ALMA
(Dueto poético)

Sabe aquela pedra rara... Quem foi acostumado com bijouterias dificilmente vai reconhecer.
Da mesma forma
São pessoas que não tem sensibilidade para perceber a beleza de uma alma quando à procura de um querer,
Muitas vezes passam despercebidas por àqueles que não sabem reconhecer o brilho que emana de alguém, como uma pedra rara que poucos tem e outros nunca vão ter

Autores: Simone Lelis & Roberto Lopes

Luto poético

Escorre um sentimento de luto
Túmulos de poemas e poesias
Enterradas em esquecimentos
Papeis amarrotados e sem cor
Frases sem sentimento...
Uma eterna falta de amor
Sepulcro onde se enterram letras
Se chora por palavras em vão
Besteira que saiam do pensamento
Mas que no fundo...
Era o sentir do coração
Descanso da entrega poética
Um vazio, uma falta, uma solidão
jaz pensamentos de poetas mortos
Pensamentos que mesmo com tempo
Os que conheceram, jamais esquecerão.


Tudo muito errado, trágico, dramático, poético, intacto.
Suas memórias, sua vida, trajetória, idas e vindas, itinerários e destino
Choros, sorrisos e alegria
Suspiros, soluços e euforia
Reflexão, tristeza e agonia
Medo, coragem e sabedoria
Igual, indiferente e melancolia
Acordar, levantar, sair e voltar
Beber, comer e deitar
Cagar, peidar e vomitar
Sentir, sumir e relaxar
Ser feliz, estar triste e superar
Sair, ir e não mais voltar.

EGO POÉTICO.

Enquanto todos dormem,
O poeta está acordado,
Faz os seus versos,
As suas canções,
Seu andar ritmado.

Como quem deixou o seu barco,
No mar ancorado,
Como quem já se encontrou,
O sonho de ter amado,
Como quem já se esqueceu,
Do seu passado assustado.

Como alguém que resgatou do mar,
Os que estavam afogados,
Como alguém que abrigou,
Aos que estavam desabrigados,
Como alguém que sarou as feridas,
Dos que sangravam machucados,
Como alguém que voltou para casa,
Depois de ter ficado ilhado,
Como alguém que já amou,
E por muito já foi amado.

(Extraído do livro:Noções do silêncio.

Preconceitos

Vinha correndo e parou quando me viu;
imagem inusitada neste frio mês de abril,
aquela criança negra a me olhar e sorrir,
bracinhos abertos, a se equilibrar nas pernas
na fuga da mãe, que lhe corria, também a rir.

Neste mergulho americano, acenei a elas
agradecendo o calor humano sem preconceitos
que vem das crianças, simples, puras e ternas,
a mostrar às pessoas que podemos ser aceitos
não importando a cor ou as origens delas.

Pingo de gente

Pingo de gente, já perdido
pelos cantos da cidade.
Parado nos bares, nos bancos,
pelas ruas tristes da miséria.
Menino na idade,
crescido nos hábitos.
Semblante amargurado,
sem esperanças, sem ilusões,
na crua realidade
de nossa terra.

Brasil sem lógica, futuro
ou piedade.
Exemplo materializado
da guerra do ser
e do não ser.
Brasilidade!

Será a pobreza-criança, fatigada,
abandonada,
a derramar seus rancores
em gritos e apelos?
Infância sem futuro,
marginalizada.

Submissa aos planos
dos doutores,
em miragens heróicas,
e a esquecê-los,
entre o real e a bela fantasia
de construir um mundo
sobre o nada,
em montes de papéis
e de promessas,
que salvarão, por certo,
da agonia
a pátria-criança, abandonada
no lixo pútrido da ignomínia
para que o cancer do descaso
correndo a cada passo
do gigante, a alma fria,
destrua-lhe no embrião,
antes que cresca
o filho pobre a reclamar
justiça, e a vontade
da luta e da conquista
onde o povo oprimido
lhe apareça
a plasmar por si
a própria história,
como a obra-prima
de um grande artista.

Eu sou criança. E vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos, inventar amores. Acho graça onde não há sentido. Acho lindo o que não é. O simples me faz rir, o complicado me aborrece. O mundo pra mim é grande, não entendo como moro em um planeta que gira sem parar, nem como funciona o fax. Verdade seja dita: entender, eu entendo. Mas não faz diferença, o mundo continua rodando, existe a tal gravidade, papéis entram e saem de máquinas, existem coisas que não precisam ser explicadas. (Pelo menos para mim).

O que importa é o que faz os meus olhos brilharem, o coração bater forte, o sorriso saltar da cara. Eu acho que as pessoas são sempre grandes e às vezes pequenas, igual brinquedo Playmobil. Enxergo o mundo sempre lindo e às vezes cinza, mas para isso existem o lápis-de-cor e o amor que a gente aprendeu em casa desde cedo. Lembra?
Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho. E o sonho escreve a minha vida que às vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama (pra descansar a alma e dormir sossegada).

Coragem eu tenho um monte. Mas medo eu tenho poucos. Tenho medo de filme de terror, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos entram e saem, nunca sei aonde fui parar. Mas uma coisa eu digo: eu não páro. Perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou. Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre pergunto se você está feliz, se eu estou linda, se eu vou ganhar estrelinha, se eu posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim, se o café ficou forte demais. Eu sou assim. Nada de meias-palavras. Já mudei, já aprendi, já fiquei de castigo, já levei ocorrência, já preguei chiclete debaixo da carteira da sala de aula, mas palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força.

Sou menina levada, princesa de rua, sou criança crescida com contas para pagar. E mesmo pequena, não deixo de crescer. Trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas. Mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu... Beijo escondido, faço bico, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, choro quando não dói. E eu amo. Amo igual criança. Amo com os olhos vidrados, amo com todas as letras. A-M-O. Amo e invento. Sem restrições. Sem medo. Sem frases cortadas. Sem censura. Sem pudor. Quer me entender? Não precisa. Quer me amar? Me dê um chocolate, um bilhete, um brinde que você ganhou e não gostou, uma mentira bonita pra me fazer sonhar. Não importa. Criança não liga pra preço, não liga pra laço de fita e cartão de relevo. Criança gosta de beijo, abraço e surpresa!

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples que mora dentro de você.
É ter maturidade para falar: "Eu errei."
É ter ousadia para dizer: "Me perdoe."
É ter sensibilidade para confessar: "Eu preciso de você."
Ser feliz é ter a capacidade de dizer: "Eu te amo!"

Augusto Cury

Nota: Frase adaptada do livro "Dez leis para ser feliz", de Augusto Cury. Link