Texto para 15 anos

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O CARTÃO

Eu tinha dezessete anos e era louca por um cara com quem trocava olhares, não mais que isso. Ele era o legítimo "muita areia pró meu caminhão" e jamais acreditei que pudesse vir a se interessar por mim, o que me deixava ainda mais apaixonada, claro. Mulher adora um amor impossível.
Então chegou o dia do meu aniversário. No final da manhã eu estava em casa, contando os minutos para uma festa que daria à noite, quando a empregada apareceu com um cartão nas mãos, dizendo que o zelador o tinha encontrado embaixo da porta do prédio. Abri e fiquei azul, verde, laranja: era dele! Corri para o telefone e liguei para a minha melhor amiga. "Que trote bobo, você quase me mata de susto, pensa que não sei que foi você que escreveu o cartão?" Ela jurou por todos os santos que
não. Liguei para outra amiga. "A letra é igual a sua, eu sei que foi você!" Não tinha sido. Liguei para outra: "Você acha que eu vou acreditar que um cara lindo que nunca me disse bom dia veio até aqui largar um cartão amoroso desses?" Ela me recomendou terapia. Bom, diante de tantas negativas, só me restou pensar: "Outra hora eu descubro quem é que está tirando uma comigo". E esqueci o assunto.
Semanas depois estava caminhando na rua quando encontrei o dito cujo. Ele resmungou um oi, eu devolvi outro oi, e então ele perguntou se eu havia recebido o cartão de aniversário. Minha pressão caiu, minhas pernas fraquejaram, eu só pensava: mas que idiota eu fui! O que iria responder? "Recebi, mas jamais passaria pela minha cabeça que um homem espetacular como você, que pode ter a mulher que escolher, fosse entrar numa papelaria, comprar um cartão, escrever um texto caprichado, depois descobrir meu endereço e então pegar o carro, ir até a minha rua,
colocar o envelope embaixo da porta feito um ladrão, e aí voltar para casa e aguardar meu telefonema. Olhe bem pra mim, eu não mereço tanto empenho."
Respondi: "Que cartão?"
Ele soltou um "deixa pra lá" e foi embora se sentindo o mais esnobado dos homens. E assim terminou uma linda história de amor que nunca começou. Anos depois nos encontramos casualmente e tivemos um rapidíssimo affair, mais aí já não éramos os mesmos, não havia clima, ficamos juntos apenas para ver como teria sido se. Vimos. E não escutamos sinos, não fomos flechados pelo Cupido. Cada um voltou para a sua vida e nunca mais tivemos notícia um do outro.
Contei essa história para um amigo outro dia e ele comentou que conhecia outras mulheres assim. Epa, assim como? Ora, assim medrosa, desconfiada, temendo pagar micos diante da vulnerabilidade que toda paixão provoca. Ele estava certo. Era assim mesmo que eu me sentia aos dezessete anos: medrosa e incapaz de levar um grande amor adiante. Quando recebi o tal cartão, deveria ter ligado imediatamente para o meu príncipe encantado para agradecer e convidá-lo para a festa.
E se ele tivesse dito: "Que cartão?"
Eu responderia: "Deixa pra lá, mas venha à festa assim mesmo". E então eu assumiria as conseqüências, não importa quais fossem. O nomezinho disso: vida. É sempre uma incógnita, portanto não vale a pena tentar fugir das decepções ou dos êxtases, eles nos assaltarão onde estivermos. Se você for uma garota boba como eu fui, acorde. Ninguém é muita areia pra ninguém. Pessoas aparentemente especiais se apaixonam por outras aparentemente banais e isso não é um trote, não é uma pegadinha, não é nada além do que é: um inesperado presente da vida, que todos nós merecemos.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Doidas e Santas. Porto Alegre: L&PM, 2008.

Tão sutilmente em tantos breves anos
foram se trocando sobre os muros
mais que desigualdades, semelhanças,
que aos poucos dois são um, sem que no entanto
deixem de ser plurais:
talvez as asas de um só anjo, inseparáveis.
Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
o pó de um cotidiano desencanto.

Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca.

Lya Luft
Mulher no palco

Depois de sonhar tantos anos,
De fazer tantos planos
De um futuro pra nós
Depois de tantos desenganos,
Nós nos abandonamos como tantos casais
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também

Depois de varar madrugada
Esperando por nada
De arrastar-me no chão
Em vão
Tu viraste-me as costas
Não me deu as respostas
Que eu preciso escutar
Quero que você seja melhor
Hei de ser melhor também

Nós dois
Já tivemos momentos
Mas passou nosso tempo
Não podemos negar
Foi bom
Nós fizemos histórias
Pra ficar na memória
E nos acompanhar
Quero que você viva sem mim
Eu vou conseguir também

Depois de aceitarmos os fatos
Vou trocar seus retratos pelos de um outro alguém
Meu bem
Vamos ter liberdade
Para amar à vontade
Sem trair mais ninguém
Quero que você seja feliz
Hei de ser feliz também
Depois.

Mais um domingo que você me liga. Igual faz a uns quatro ou cinco anos. Você beija a sua mãe depois do churrasco, dá um oi carinhoso e finalmente pensa sem culpa na sua ex, cheira sua camiseta pra ver se a coisa tá muito feia e descobre que sua vida está prestes a ficar vazia: chegou a hora de me ligar.
Você não sabe ao certo o que vê em mim, mas também não sabe ao certo o que não vê. Você sabe que pode ter uma mulher mais gostosa do que eu, mas por alguma razão prefere a gostosa garantida, aquela que ainda ri das suas piadas. Mesmo sendo as mesmas piadas há quatro ou cinco anos.
Aí você me liga, com aquele ar descompromissado e meigo de quem só quer ir no cinema com uma velha amiga. Eu não faço a menor idéia do que vejo em você, mas também não faço idéia do que não vejo. Eu posso ter um cara mais gostoso, como de fato já tive milhares de vezes. Mas por alguma razão prefiro suas piadas velhas e seu jeito homem de ser. Você é um idiota, uma criança, um bobo alegre, um deslumbrado, um chato. Mas você é homem. E talvez seja só por isso que eu ainda te aguente: você pode ter todos os defeitos do mundo, mais ainda é melhor do que o resto do mundo.
Aí a gente, sem saber ao certo o que está fazendo ali, mas sem lugar melhor para estar, acaba pulando o cinema que nunca existiu e indo direto ao assunto. O mesmo assunto de quatro ou cinco anos que, assim como as suas piadas, nunca cansam ou enjoam.
E aí acontece um fenômeno muito estranho comigo. Mesmo quando não é bom, mesmo quando cansado e egoísta você não espera por mim e vira pro lado pra dormir ou pra voltar à sua bolha egocêntrica de tudo o que é seu, eu sempre me apaixono por você. Todas as vezes que te vi, nesses últimos quatro ou cinco anos, eu sempre me apaixonei por você. Eu sempre estive pronta pra começar algo, pra tomar um café de verdade, pra passear de mãos dadas no claro, pra poder te apresentar ao sol sem receber mensagens de gente louca ou olhares curiosos, pra escutar uma piada nova. E você sempre ignorou esse fato, seguindo seu caminho que sempre é interrompido pelo vazio da sua camiseta fedendo a churrasco. Eu nunca vou entender. Eu nunca vou saber porque a vida é assim. Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais.
Eu só sei que agora eu vou tomar um banho, vou esfregar a bucha o mais forte possível na minha pele e vou me dizer pela milésima vez que essa foi a última vez que vou ficar sem entender nada. Mas aí, daqui uns dias, igual faz há uns cinco ou seis anos, você vai me ligar. Querendo pegar aquele cineminha, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo. “

Quinze anos! é a idade das primeiras palpitações, a idade dos sonhos, a idade das ilusões amorosas, a idade de Julieta; é a flor, é a vida, e a esperança, o céu azul, o campo verde, o lago tranquilo, a aurora que rompe, a calhandra que canta, Romeu que desce a escada de seda, o último beijo que as brisas da manhã ouvem e levam, como um eco, ao céu.

Machado de Assis
Contos Avulsos - Machado de Assis. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1956

Nota: Trecho do conto O anjo das donzelas.

...Mais

Não interprete ao pé da letra. Pelo corpo do texto estão as partes que compõem o sentido.
Esta regra vale para as relações humanas. É no conjunto dos detalhes que nos revelamos.
Mas na revelação há sempre a prevalência do mistério, o que no outro nunca é acessível.
A Hermenêutica é sempre bem vinda.

Eles se amam. Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossível. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é difícil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso.

O tempo não é uma medida. Um ano não conta, dez anos não representam nada. Ser artista não significa contar, é crescer como a árvore que não apressa a sua seiva e resiste, serena, aos grandes ventos da primavera, sem temer que o verão possa não vir. O verão há de vir. Mas só vem para aqueles que sabem esperar, tão sossegados como se tivessem na frente a eternidade.

- Que importa o tempo decorrido? Só os espíritos superficiais necessitam de anos para se libertarem de uma emoção. O homem que é senhor de si mesmo pode emancipar-se de um pesar tão depressa como é capaz de inventar uma distração. Eu não pretendo estar a mercê das minhas emoções. Quero usá-las, aproveitá-las, dominá-las.

Uma vez, uma amiga minha, mulher feita já, com mais de 30 anos, tinha ido com a irmã visitar um tio ao hospital e ele, repentinamente, faleceu na presença das duas. Elas ficaram sem ação. Viraram-se uma para a outra e a minha amiga disse: Precisamos chamar um adulto. Quando ela me contou, nos fartamos de rir, mesmo entendendo essa sensação de orfandade. Na verdade, não importa que idade tenhamos, há sempre um momento em que é preciso chamar um adulto.

Deus criou o Plano Divino, colocou-o em prática e, por bilhões e bilhões de anos o Plano Divino estava indo muito bem. Agora você vem e reza por algo. Suponhamos que o que você quer não está no Plano. O que quer que Deus faça? Mude o Plano? Só por sua causa? Não acha que é meio arrogante de sua parte? (...) Suponhamos que suas preces não sejam atendidas, o que você diz? Oh, é desejo de Deus. Assim seja. Tá bom, mas se é desejo de Deus e se ele vai fazer o que quer de qualquer modo, pra quê diabos serve rezar?

George Carlin
Álbum "You Are All Diseased"

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa. Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder.

Steve Jobs

Nota: Trecho de discurso em Stanford, 2005

Me perdoe pelos meus mil anos à frente dos nossos segundos e pela saudade melancólica que eu senti o tempo todo mesmo sendo nossos primeiros momentos. Pelo retesamento na hora de entregar. Pela maneira como eu grito e culpo quem tiver perto por uma angustia que sempre foi e será só minha e que eu sempre suporto mas quando sinto amor fico achando que posso distribuí-la um pouco, mesmo sabendo que é fatal. Me desculpe por eu ter querido tanto ficar bonita e perfeita e só ter conseguido olheiras e ossos. Me perdoe pelas vezes que de tanto querer leveza acabei pesando a mão. De tanto querer sentir, pensei sobre como estava sentindo, e perdi o sentimento.

Que foi isso, de repente? Nada; dez anos se passaram. Não diga! Se somaram? Se perderam? Algumas relações se aprofundaram? Se esgarçaram? Onde estávamos? Onde estamos? E... aonde vamos? O tempo, em lugar nenhum e em silêncio, passa. É inegável - todos temos mais dez anos agora. Ainda bem, poderíamos ter menos dez. Tudo nos aconteceu. Amamos, disso temos certeza. E fomos amados - onde encontrar a certeza? Avançamos aqui materialmente, ali não, nos realizamos neste ponto, em outros queríamos mais, algumas coisas tivemos mais do que pretendíamos ou merecíamos - mas isso é difícil de reconhecer. Perdemos alguém - "Viver é perder amigos". No meio do feio e do amargo, no tumulto e no desgaste, tivemos mil diminutos de felicidade, no ar, no olhar, na palavra de afeto inesperado, que sei? Espera, eu sei. É a única lição que tenho a dar; a vida é pequena, breve, e perto. Muito perto - é preciso estar atento.

15 anos...
Um sonho de pouco tempo atrás de menina...
Parecia ser tão distante...
Enfim chegou o dia da grande festa, que foi cheia de surpresas e emoções...
Confusões à parte...
Mas, mesmo assim, perfeita...
Jamais vou esquecer do que a minha família e meus amigos fizeram e fazem por mim...
O meu sonho se tornou realidade, devo isso a muitas pessoas...
Pessoas queridas, que eu amo muito, que, por mais que tenhamos desavenças, eu nunca deixei de amá-las...
Esse dia nunca vai sair da minha memória...
Algumas pessoas importantes não puderam comparecer a esse grande momento, mesmo assim, elas estiveram no meu pensamento...
Agradeço muito aos meus amigos, que estão sempre comigo, me ajudando a vencer a batalha do dia a dia; à minha família, por aturar as minhas maluquices, por estar do meu lado em todos os momentos...
Sei que, com o passar dos anos, algumas coisas serão esquecidas, sei que perderei o contato com algumas pessoas, mas quero que sempre se lembrem que eu amo todos vocês...
E se eu não tivesse vocês eu não seria nada...

Quando se faz 16 anos, muda-se muita coisa, muito mais que nos 15 anos que não muda absolutamente nada além do número da Idade! Quando se faz 16 anos, depende da mentalidade e da maturidade da pessoa, a menina passa por muitas mudanças psicológicos... Você começa a ver o mundo de maneira diferente... Coisas que antes eram muito importantes e interessantes pra você, agora não tem mais tanta graça... Acontece... Eu sei que sim...
Amizades que antes eram incríveis, você começa a perceber que não são... Amores, você começa a perceber que não são tão inocentes assim... E que dá pra ser feliz com uma pessoa, e ela não precisa ser o Princípe Encantado nem ter olhos azuis, embora você tenha esperança que ele apareça... A gente começa a perceber que nada é tão perfeito, e que pra ter alguma coisa é necessário ir atrás... Ninguém te vê mais como uma menininha indefesa, ninguém vai apertar suas bochechas e dizer como você cresceu, dirão somente isso quando você engordar (trauma), ninguém vai te ver como a coisinha preciosa e lindinha que você era vista, e finalmente...Ninguém mais vai te ajudar em coisas que ajudavam antes, você não é mais pequena, tá na hora de se virar nos 30, 40, 50, 1000, até onde seu limite permitir, no meu caso acho que passei dos "Se vira nos 1000"... Bem... Você será vista como uma Mulher, e não uma menina... Bem... Uma pré-mulher... Os homens irão te olhar de maneira diferente... E os assuntos falados no seu grupo já não serão iguais aos de antes, e você vai ver agora, como era bom os Assuntos de Criança... Que saudade desse tempo... Opa! Cheguei na Crise principal! Aquelado: "Que saudade desse tempo"... É minha amiga... Você tá crescendo, quando você chega num ponto que você para e começa a pensar: "Que saudade desse tempo", daquele tempo... De quando eu brincava de boneca, de quando eu fazia bolinho de barro... De quando eu podia brincar com água a vontade e não parecia infantilidade... De quando eu fazia birra, eu teimava, e não era "criancice", por que eu era criança... Quando você podia ver alguma cena, presenciar um beijo sem maldade, quando sentia nojo de ver alguém se beijando... Quando você brincava de Esconde-esconde, pega-pega, alerta, com seus amigos, e que muitos desses amigos que você brincava nem falam mais com você! Muitas vezes por ruindade, por egoísmo, por ciúmes, quem sabe até de garotos... Sentimentos idiotas que são instalados no nosso coração... E que saudade daquele tempo que a gente não tinha esses sentimentos!
Minha linda, você cresceu! Quando você percebe o quanto era bom ser criança, você chegou na sua maturidade! A vida que vem a seguir te assusta... Namorado, faculdade, vida social, carreira... Que vontade de voltar a ser aquela menininha indefesa que a tia apertava a bochecha (e não a menininha que atualmentea tia conta de suas relações... bom... relações digamos)... Que saudade desse tempo que eu podia até ter aproveitado mais! Podia ter brincado mais, jogado mais barro nos outros, pulado mais a cerca enquanto eu podia e eu era ágil pra isso! Ai como eu vou sentir falta disso! Que saudade! E agora eu acho um absurdo Crianças dizendo "eu quero crescer", não queiram minhas lindas... Crescer é bom, mas também te destrói internamente!
E lá se vem a vida dos 16... 17... 18... Ué... Espera...Você não esperou tanto tempo por isso?! Esperei! E agora que chegou está me assustando, me sufocando... É muita pressão pra uma moça que não sabe nem qual picolé escolher na sorveteria... Como irei decidir minha vida, se eu ainda me preocupo em brincar... Eu queria tanto voltar a brincar, voltar a sonhar, antes tudo parecia tão fácil, tão lindo, tão mágico... Eu não posso "voar" tão alto quanto antes, eu não posso sentar confortavelmente, "por que isso não é jeito de moça crescida sentar", eu não posso derrubar um copo no chão, "por que você já está crescida pra cuidar das coisas, e não derruba-las!"... O mundo é cruel pra quem está nessa transição dos 16 anos... EU QUERO VOLTAR, EU NÃO QUERO CRESCER, EU QUERO SER CRIANÇA, QUERO BRINCAR, CAIR, ME SUJAR... Mas minha amiga, minha linda... Acabou... E essa é uma das palavras que mais doem em quem está na crise dos 16... ACABOU!!! Está na hora de você seguir sua vida minha menina, de sonhar novos sonhos, de ter novas esperanças! De crescer minha menina!!! O tempo de planejar acabou! Agora viva! Eu sei o quanto é duro ter 16 anos, eu tenho 16 anos! Mas minha menina... Chegou a sua hora de ter seu lugar no mundo, vá brilhar... E quando essa crise bater a sua porta novamente, deixe seu lado criança explodir, brinque, se suje, e não ligue pro que a "Sociedade" irá dizer! A sociedade é sua pior inimiga aos 16 anos...A melhor coisa que você pode levar da sua "crise dos 16 anos", é as lembranças do que você viveu... E se quiser, tente viver de novo! Nunca perca esse espírito jovem que vive dentro de você! Pois é o seu maior tesouro... Um espírito de uma criança indefesa, com medo de escuro, com vontade de brincar...
E não deixe a crise dos 16 anos, se tornar mais forte que você...
Então, minha menina... Você realmente quer crescer?! <3

Com 15 anos desejo muitas coisas e temo muitas outras. Com 15 anos já me machuquei bastante, e sorri muito também, e ainda assim, descobri que não sofri nem a metade, e não vivi quase nada ainda.


Tenho mil e uma coisas pra dizer, mas nenhuma palavra sai certa. Queria dizer que não me arrependo dos meus erros, porque se não fossem por eles, eu não seria tão forte e tão madura. Certo, não sou tão madura e muito menos tão forte, mas sou o suficiente para aprender que não devo prender ninguém ao meu lado e a deixar que as pessoas decidam se querem ou não ficar, e também que por mais que a ficha demore a cair, eu não posso obrigar que alguém me ame, por mais que meu sentimento seja forte e verdadeiro. Pudera eu dizer também que o seu sucesso é pelo o que eu mais rezo a noite e o quão adorável você consegue ser. Tantos vão querer te machucar, e vários outros irão te proteger, e você sabe em qual lado eu vou estar, não é?


De você, juro, que só vou levar coisas boas. Nenhuma mágoa, nenhum rancor, porque é disso que se fazem os sentimentos bons, mesmo eles sendo rejeitados. Eu mudei meu mundo para poder te dizer isso, e não dizer ao mesmo tempo. Por mais que não haja um sentimento recípocro, por mais que eu não possa pedir pra você ficar do meu lado e para segurar minha mão e dizer que vai ficar tudo bem, eu quero o seu bem e a sua felicidade.

Acho que não temos tempo para parar e discutir isso, diga o que disser, diga o que quiser, mas não há como mudarmos os fatos. Eu queria mais tempo para poder te dizer essas coisas, mas não tenho. Purifiquei meu coração e perdoei meus erros para poder dizer, que sinceramente e mais do que nunca...

eu te amo.

Por que o amor acaba?
Por milhões de coisas bobas, pequenas e sem nenhuma importância. Porém, foram coisas que não foram ditas e então elas se acumularam. Como num quartinho onde se coloca os entulhos… nos entulhamos das coisas que não dizemos. E isso acaba nos sufocando e achamos que o amor acabou. Mas o amor não acaba, ele está apenas acumulado em nossa covardia de acumular silêncio!

O organismo material humano, sobre o qual pesa uma coluna atmosférica de 15 léguas, chega à noite fatigado, cai em fraqueza, deita-se, repousa; fecham-se os olhos da carne; então, naquela cabeça adormecida, menos inerte do que se crê, abrem-se outros olhos, aparece o Desconhecido; aparece o sublime, aparece Ela...e somente Ela.

BEM, ACHO QUE NINGUÉM ACREDITA QUANDO EU DIGO QUE SÓ TENHO 15 ANOS, E ESCREVI ESSE TEXTO, MAS TUDO BEM, EU REALMENTE O ESCREVI .



Talvez, a história não seja verídica.
Talvez, nunca contem a verdade.
Talvez, tudo já esteja acabado, e nós, tolos, ainda não nos demos conta disso.
A única certeza que tenho nos dias conturbados, é que não sei de nada. A única certeza que me cabe, é a certeza de morrer um dia, hoje, amanhã, daqui a trinta minutos ou trinta anos.
As incertezas são formas de vivermos mais intensamente, afinal se soubéssemos o que acontecerá amanhã, isso não seria chamado de vida!
Vida são momentos únicos e especiais, que passam rápido demais para você julgar que conseguiu aproveitá-la o máximo que pode.
Não conheço os limites entre céu e inferno, não sei o que se passa, não sei quem entra e quem sai.
Não sei quem domina estes limites, mas se pudesse dizer que ao chegar em ambos lugares nós pudéssemos lembrar de nossas vidas, sei que nunca nos atreveríamos a dizer que aproveitamos ao máximo.
Poderíamos ter aproveitado muito mais.
Poderíamos ter gastado nem que fossem dez minutos de nossos dias olhando o sol cair ao invés de ficarmos presos em escritórios apertados fazendo horas extras por míseros... Extras.
Poderíamos ter “desperdiçado” um único dia para passá-lo com os amigos ou a família.
Deveríamos ter gastado mais tempo com quem a gente ama e admira.
Tínhamos a obrigação de viver para amar e conhecer a serenidade, mas o que nós nos tornamos?
Monstros! Pessoas sem coração, com ambição, com sede de poder, e cada vez mais e mais.
Pessoas com inveja no lugar da amizade, com ódio no lugar do perdão.
Pessoas com sede de guerra, de sangue, de morte.
Acredito que Deus não nos fez para cometermos tais atrocidades. Acredito que o amor de Deus é que o impediu de matar-nos. Ah! Se fosse eu no Seu lugar, pobres humanos.
Tão sujeitos a falhas, tão sensíveis, tão fracos.
Para onde o mundo vai dessa forma? Pessoas se matando por bens materiais? Pais obrigando seus filhos a trabalhar enquanto eles ficam em casa, esperando que as crianças voltem com o ganha pão.
Mulheres procurando homens. Fazendo tudo por eles. Os papéis estão se invertendo!
E todos estão colocando vendas nos olhos, e aceitando os fatos.
“Os tempos mudaram” – é o que todos dizem.
Onde foi parar o respeito e a dignidade? Onde estão os valores que tanto eram prezados naquele mundo antigo?
Onde estará o afeto e o cuidado? Será que já não é hora de apelar? De dizer que basta!
Os tempos podem ter mudado, mas a vida continua doce e venenosa como sempre foi.