Texto Pai do Mario Quintana
Vivo a vida com tranquilidade porque me limito a viver com aquilo que me é necessário .
Se tenho ambições ? Sim as tenho ,mas não as deixo sobrecarregar minha alma ;cada coisa a seu tempo.
E se a ambição de hoje for realmente a necessidade de amanhã chegará até mim sem neuras e ansiedades ,simplesmente acontecerá.
CONCEITO EQUIVOCADO DE HUMANIDADE:
Ajudar a quem já nos ajudou no passado ou àqueles que têm os meios de nos ajudar no futuro...
Este é um pensamento farisaico, igual aos hipócritas que foram condenados por Cristo. Aqueles quando davam uma festa esqueciam de convidar os menos favorecidos!
Contudo, ainda se ouve destes senhores, a expressão máxima e vulgar: "Eu sou cristão."
DA JANELA
Tive olhando hoje
pela manhã,
pela janela
do mundo
as pessoas,
as ruas
os postes
as calçadas...
Tudo me pareceu
concreto..
não havia flores
nem jardim
nem animais
nem crianças
coisa abstrata indefinida
tudo muito frágil.
Dia chuvoso
no hemisfério sul
sem névoa ou neve
também sem sol
tudo na rua
parecia morte e medo
de tanta calma
vida concreta
gente sem alma.
"Doravante só direi SIM, pois o NÃO soa arrogante e pretensioso, portanto, serei aquele que concorda, embora não participe da loucura do mundo.
Com este mantra em mente, como um prisma cristão, devo aceitar minha estaca de tortura, minha frágil e irreparável imperfeição.
Caso me exijam a roupa, darei a roupa que cobre o meu corpo, também darei minha comida e meu cobertor, e, se ainda não for suficiente darei minha vida em troca, pela vida dos que não não chegaram a conhecer o amor..."
Não devemos assinar sob aquilo que não nos pertence.
"Tudo que é perfeito vem de Deus, desce das luzes celestiais."
SEM RESERVA E SEM MODÉSTIA - PALAVRAS DO EDITOR
Não raro me questiono de forma muito crítica e dura, sobre minha falta de madureza espiritual, por ter demorado tanto tempo para perceber qual é o meu papel neste mundo, felizmente hoje tenho clareza neste respeito.
Talvez, de forma um tanto torta ou desvirtuada, eu tenha produzido alguma semente de luz, com minhas ações impetuosas, presunçosas e egocêntricas, no campo da arte. Todavia, agora tenho bem transparente, na mente e nos olhos, a verdadeira razão de eu ter nascido com algum dom para escrita, para música e para poesia.
Contudo, fugindo do mundo comum, onde reina a vaidade humana exacerbada, entre os artistas com quem vivi e convivi, encontrei de fato o verdadeiro sentido para continuar fazendo arte, isto no melhor sentido da palavra escrita e pensada.
Editar novos poetas, com muita responsabilidade e consideração pela pessoa humana, e sempre revelando minha intenção para com o trabalho de outrem, fazer com que a obra publicada seja de importância para edificar leitores, não visando ganho desonesto nem ganância sobre eventuais lucros que a obra venha nos proporcionar.
É possível viver com apenas o necessário, e se concentrar no que há de melhor nos seres humanos. Portanto, a meu ver, todo artista, por mais genial que seja não terá paz nem felicidade em produzir sua arte, se não for com o propósito nobre de indicar um caminho através do seu trabalho. E mais importante ainda é aceitar, com sinceridade e amor ao próximo, que ele não é o único artista sobre a terra e sob o céu.
Há muito mais nas entrelinhas, mas isso só eu posso revelar.
Evan do Carmo 21/12/2017
No que tange à natureza moral das coisas ou à moral da natureza, vermes produzem vermes e homens produzem homens....
Meu pai foi um homem irrepreensível, quanto a mim não posso me auto julgar, contudo, tive dois filhos homens, que onde passam são elogiados por sua conduta exemplar...
Evan do Carmo 01/ 01/2018
A dor do viver é mais cruciante,
mais incômoda e dolorida
do que a dor da morte.
A dor da morte é certa, curta,
infalível e repentina,
traz a paz e o sossegar do morimbundo,
do enfermo, do desvalido.
Enquanto que a dor de viver é incerta,
imprevista, demorada e dolorosa...
...consciência viva, constante,
de uma natureza-morta..
Viajante solitário
"Tenho sugerido novos caminhos, caminhos pelos quais tenho andado, por onde vi flores, rios, mares e almas de indescritíveis belezas, por onde pisei em espinhos e pedras de tropeços monumentais.
Todavia, mesmo que aceites a minha indicação, mesmo que trilhes a mesma estrada que eu, nunca serás como eu sou, nem terás nunca o que tenho, mesmo que vislumbres parte do que vivi, não poderás entender tudo que absorvi nem compreender em que ponto desta caminhada solitária eu me tornei no que hoje sou... Os caminhos podem ser iguais, mas o viajante é sempre solitário"
SOBRE LIVROS E FILHOS
Escrever o prefácio do seu próprio livro, é, a meu ver, o maior enfrentamento moral para um homem, pelo fato de que ninguém melhor que o pai sabe da índole do seu filho, dos seus defeitos e virtudes, vícios e tendências para o bem ou para o mal.
Sem, contudo, negar que muitos dos defeitos que os filhos têm, não raro, sem via de regra, são heranças dos seus pais-genitores.
Desta forma, portanto, somos responsáveis pela conduta dos filhos, ainda mais quando estes filhos são livros, que vieram à luz do mundo em surtos de loucura consciente ou em momentos de delírios de vaidade.
Dos meus filhos-livros, sei muito mais do que sei dos meus filhos espirituais e carnais. Contudo, o livro é, quando bem escrito, a imagem e semelhança do seu criador...
Disse em algum momento da minha prole literária, que todo romance é confissão e toda obra um livro só, uma autobiografia de quem o escreve, só os livros ruins são invenções bem elaboradas, ficção inútil de quem não tem coragem de se revelar por inteiro, nem de se comprometer por escrito.
“O homem e o rio”
Um homem se depara com um rio em sua frente
O homem caminhava sem pressa,
Não pensava em rio nem em mar.
De repente, surge um rio
E a decisão de o atravessar,
Ou de voltar atrás, em busca de um atalho,
De outro caminho,
Por onde possa alcançar seu destino,
Sem rio, sem água, sem mar,
Apenas caminho de terra seca!
Mas o rio está lá, em sua frente,
Impávido, colossal, o rio de Heráclito.
O rio de sua aldeia, o rio que o ameaça,
Que lhe aterroriza, o rio que lhe pergunta:
“ Tu és um homem ou um verme?”
Disse, certa vez,
alguém muito perspicaz,
que são os defeitos
quem, talvez
nos mantêm vivos.
Creio nisso, pois sem o vicio
não haveria alegria
contudo, nem sempre
somos isentos de pagar a conta
pelos erros, defeitos,
mas que seja assim
que os nossos bons vícios
sempre nos socorram
nas horas mais difíceis
e, neste caso, eu cito
como providencial
o vinho, o amor, e a poesia.
SOMBRAS DO AMANHÃ
Em dia de fúria,
Desgosto e tempestade
Há tanto medo e trevas
Em todo pensamento
Sobre o amanhã...
Nem Kafka me socorre
Nem Pessoa,
Que Dante
Socorria.
Nem Castro Aves
Com o peso da
Cruz de Sousa
Sobre o lombo dos homens.
Pobre Zaratustra
Ventríloquo de Deus
Na língua do diabo
Palhaço de Goethe
Verlaine e Rimbaud.
Nada me socorre
Nem poesia nem vinho
Nem fumo ou absinto
Nem Maiakovski
Neruda
Ou Baudelaire.
Grand Finale: Vida e morte em quatro quartos. (25 - 50 - 75)
No final do primeiro quarto, aos 25 anos, aproveitando ou não, deixamos para trás na vida, a verdadeira e real melhor idade. Após termos curtido uma feliz infância, sobrevivendo as turbulências da adolescência, galgamos a maioridade. Lançado nosso barco em alto mar, só nos restou navegar, pois já desperdiçamos nossas melhores oportunidades do nosso tempo, ou não, no primeiro quarto. O gato tem sete vidas, nós só temos quatro quartos. E no primeiro deixamos nossos brinquedos, nossa melhor bicicleta, nossa linda namorada, todas nossas maiores aventuras, nossas bolas de gude, todas aquelas alegres tardes no parque, nossas cafifas, nossas bolas, nossos skates e patins, nossos melhores tablets, quiçá, nossos melhores amigos.
No final do segundo quarto, aos 50 anos, já com filhos da idade do nosso primeiro quarto, ou mais, ofegantes de tanto trabalhar e saudosos do que perdemos de vitalidade, somos aconselhados a tomar suplementos energéticos, pois tudo já vai começar a despencar, daqui até a metade do quarto seguinte, ninguém mais nos segura.
No final do terceiro quarto, aos 75 já estamos bem desgastados, mas bem experientes e velhos, o suficiente, para sermos considerados sábios e bem pacientes, em todos os sentidos, pois é neste momento que descortinamos todo o universo, como se o mundo estivesse na palma de nossas mãos, já bem delicadas, mas compreendendo como tudo funciona, de verdade, sem crer mais em todas aquelas mentiras que, desde a tenra infância, fomos obrigados a acreditar e engolir, goela a baixo, sem sequer poder pestanejar.
Quarto quarto, bem, duvido que a maioria esteja viva neste último quarto, este foi reservado aos possuidores de juizo perfeito, que cuidaram da saúde desde a primeira infância, ou tiveram pais inteligentes ou geneticamente saudáveis e não jogaram esta parte da vida fora, quando iludidos foram por falsas curtições com bebidas, cigarros e alucinógenos mil, inclusive os que, suposta e prejudicialmente, lhes forneceriam asas, sobrevivendo talvez a algum naufrágio do passado. A esta altura do campeonato estaremos todos mortos e caminhando para o devido esquecimento do que, para a maioria, foi uma inútil e miserável vidinha, só nos restando dormir, para sempre, sem ir para lugar nenhum, muito menos lá em cima, uma vez que estaremos todos sem nossas lembranças, sem cérebro e coração, a energia pifou, restou nada para sonhar, melhor esquecer, inclusive dos impostos para pagar, ou não, quem sabe não vão nos cobrar no enterro pela rasa cova, já que nem um crematório público, decente, existe neste país, mas isto já fica para outros cuidarem, fechem a tampa que vamos todos dormir. Ave Caesar morituri te salutant.
Autor: José Elierre do Nascimento
DIANTE DE TANTAS VIVÊNCIAS, DE MÚLTIPLAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS, EM TANTAS ÁREAS DA VIDA HUMANA.
HOJE APENAS UMA COISA ME IMPRESSIONA E ME COMOVE DE VERDADE:
NÃO RARO CHEGO AO PRANTO INEVITÁVEL. É QUANDO VEJO GENTE AGINDO COMO GENTE, PRATICANDO O MAIS SUBLIME DOM DE DEUS E DA NATUREZA. DOANDO SEM INTERESSE, PRATICANDO O DAR PELA SIMPLES CONTEMPLAÇÃO DA FELICIDADE DE QUEM NECESSITA DE CONSOLO E DE ABRIGO.
"A COSA EM SI" NÃO TEM NENHUM SENTIDO, APENAS O QUE LHE ATRIBUÍMOS."
NEM KANT NEM FERNANDO PESSOA SABEM NADA A RESPEITO, NADA ALÉM DO QUE SABEMOS.
AS COISAS SÃO O QUE SÃO E COMO SÃO, E NÓS NÃO PODEMOS MUDAR O FATO...
DE RETÓRICAS E FALÁCIAS OS HOMEM CONSTROEM UM UNDO DE INUTILIDADES VERBAIS, MERAS REPETIÇÕES DO QUE JÁ FOI DITO, ENTÃO FICA O DITO VELHO PARECENDO UM DITO NOVO...
"Kant não tinha mais direito à sua distinção entre 'coisa em si' e 'fenômeno' – ele havia se privado do direito de ainda distinguir dessa forma antiga e habitual, na medida em que ele rejeitou, como inadmissível, a inferência do fenômeno a uma causa do fenômeno – de acordo com sua compreensão do conceito de causalidade e de sua validade puramente intrafenomenal: essa compreensão, por outro lado, já pressupunha essa distinção, como se 'a coisa em si' não fosse apenas inferida, mas dada."
(Nietzsche, 1988, vol. 12, p. 186. Fragmento 5
PRATIQUE O BEM
"Quando o mundo e vida parece não fazer sentido algum, quando sou acometido por uma profunda sensação de inutilidade, quando me deparo com a estupidez humana e com o abismo que há entre as palavras e as ações dos homens mais veneráveis dos nossos dias, percebo que tudo é uma grande farsa, esta nossa ideia utópica de que os homens construirão algum dia um mundo melhor, é quando não vejo mais nenhuma saída para que a verdade e a justiça sejam praticadas na terra. Contudo, me lembro de algo que aprendi em uma máxima divina, que o bem só será proveitoso se for praticado sem interesse partidário, religioso, tribal ou parental...
Então escolho alguém que necessita de ajuda prática, depois que realizo uma ação, não raro em secreto, pelas circunstância da carência, é então que o mundo se ilumina em minha volta, tudo volta a ter sentido, renasce em mim esperança outrora perdida, mesmo que pareça pura ingenuidade de um homem que ainda acredita na felicidade advinda de se praticar o bem...."
EXISTEM OUTRAS PEDRAS POR AÍ
Um poeta no meio do caminho
com uma pedra enorme na cabeça
que de tão pesada lhe faz sentar.
Atrás do poeta anda um filósofo
que tenta ajudar o poeta
a carregar seu fardo
o poeta, contudo, reluta
não aceita a razão nem a lógica
e permanece rígido, inflexível,
avesso à retórica
a pedra é imensa,
maior que a consciência do filósofo,
que perde o fôlego e o argumento...
O poeta e sua pedra,
continuam no caminho
a pedra, que de tão grande
poderia ser repartida em mil pedaços
a pedra, se dividida entre mil poetas
saciaria a fome de todos eles
a pedra é a poesia,
e se fosse compartilhada
poderia amenizar as dores do mundo.
Evan do Carmo
EGO-METAFÍSICO
Durante o caos da noite
quando nos fogem os sentidos
todo homem é igual
em suas incertezas
dúvidas e desconfianças.
É durante a noite
em nossas insônias
entre culpas e remorsos
que nos tornamos crédulos
a ponto de acreditar no impossível
temos a clara convicção
de que amanhã seremos melhores.
Todo o homem, durante a noite
faz as pazes com seus deuses
mas ao amanhecer,
depois de tomar seu café
é então que, diante do espelho
quando lava seu rosto de barro
ao contemplar a beleza da mortalidade
o homem enxerga outro deus
a quem deve ser leal e obedecer!
ALMAS GÊMEAS
Escrevemos muitas coisas
coisas que não acreditamos
falamos coisas que duvidamos
existir ou ser vedade
contudo, a vida social nos exige
e é necessário que digamos algo
sobre o que cremos
e sobre tudo que nos perguntam.
No entanto, quem na verdade
pode saber o que há no coração
de um homem?
Apenas a quem for concedido
que este homem revele...
Ninguém pode mensurar
o abismo que há em uma alma
ninguém pode conhecer
o que de fato somos
e as palavras, e o que se escreve
fica tudo nebuloso, entre sim e não
só almas irmãs podem se conhecer!!!
O GÁUCHO 05/02/18
O gáucho ama um bom churrasco e um chimarrão quente.
O gáucho com sua bombacha seu lenço no pescoço e uma bota de couro.
O gáucho com seu Cavalo crioulo , um grande parceiro para dar seus passeios e cavalgadas.
O gáucho com prazer no rodeio com seu laço e seu cavalo forte e bonito .
O Gáucho com sua coragem de montar em um cavalo no pelo para a ginetiada.
O prazer do gáucho em ser tão feliz junto com quem o ama e seu parceiro crioulo .
O prazer do gáucho em acordar na madrugada para escquentar uma agua para seu chimarrão e escovar seu cavalo e incilhar -lo para dar um passeio .
E la se vai o gáucho indo para o rodeio.
E la se vai o gáucho com minhas palavras.
