Silêncios e palavras

⁠Há silêncios que fazem barulho. Há palavras caladas que berram por dentro e há emoções escondidas que se mostram no corpo.

Existem silêncios que falam e se ouvem mais do que palavras, é aquele silêncio que eu admiro e que quer dizer que não necessitamos de declarar absolutamente nada à outra pessoa.

O homem é escravo das suas palavras e senhor dos seus silêncios.

Nem todas as minha palavras dizem quem eu sou,
mas todos os meus silêncios me revelam.

Entre Nós

Entre nós
Os silêncios
São palavras
Penduradas no olhar

Entre nós
O desejo
É o que vejo
À flor da tua pele suada

E sem palavras
Dizemos tudo
Sobre o mar do nosso fogo

Se eu não consegui dizer o que sinto por você através dos meus silêncios, minhas palavras jamais saberão te contar. E o vazio das letras te leva pra longe de mim... E acabo te encontrando no eco nostálgico do meu solitário sentir.

É na alma dos poetas que por amor, os silêncios tr⁠ocam de lugar com as palavras.

"Os movimentos de diástole e de sístole
do universo
incluem palavras e silêncios."

Do poema: O exílio das palavras

Há palavras que não exprimem nada e há silêncios que revelam tudo. A vida é um jogo de textos, cabe a nós interpretá-los da melhor forma.

"Suas palavras. Seus silêncios. Suas verdades. Seus sentimentos. Os valorizem todos os segundos, todos os dias. Guarde. Proteja. Como seus tesouros, seus tesouros mais preciosos. Valorizem porque são deles que você vive, são deles que sai seu ar."

Poesia é um emaranhado de silêncios quando há palavras famintas de liberdade.

A atitude, os gestos, os silêncios podem falar mais alto que as palavras.

Certos silêncios nascem não pela falta mas pelo excesso de palavras.

Há silêncios que dizem tudo aquilo que as palavras não conseguiram.

Sem silêncios
eu nada seria e diria
no falar das minhas palavras.

Quero dizer que os silêncios são mais eloquentes do que as palavras, e que a arte do narrador consiste em saber silenciar a tempo: por isso, no fundo, a melhor maneira de contar uma história é não contá-la.

As palavras podem expressar as nossas angústias ou apenas compor os nossos silêncios, porque ainda cremos que, como na natureza, todas as coisas são passageiras e tudo se renova diariamente, até as nossas esperanças.

Escrever é tentar acalmar no papel, o prurido que, de quando em vez, se forma no âmago.

Os meus sonhos guardam poemas
os meus poemas guardam saudades
As saudades são dilemas
os meus sonhos, tempestades...

não sou o silêncio
que quer dizer palavras
ou bater palmas
pras performances do acaso

sou um rio de palavras
peço um minuto de silêncios
pausas valsas calmas penadas
e um pouco de esquecimento

apenas um e eu posso deixar o espaço
e estrelar este teatro
que se chama tempo