Novas Historias
O que há de novo, além do fato do homem projetar em si mesmo
a vontade de se comunicar com seu semelhante, desse sentimento do álter,
da busca do outro como elemento de complementação de si mesmo, de
compartilhar com o outro a sua forma de ser e estar no mundo? De falar de si
mesmo ao outro, usando gestos, palavras, códigos e até, quase de forma metafórica visual, de transpirar no computador?
O fato da revolução dos meios de comunicação vir precipitando no planeta uma sintonia entre países, só imaginada antes em obras de
literatura de ficção científica, não esclarece ou mostra que as prioridades
políticas do século XX são de ficção científica também, nem que a modificação na relação tempo-informação muda a relação desenvolvimento sociedade.
Apesar de algumas vezes gastarmos nosso tempo com uma série de descobertas e invenções que nem sempre resultam em inovações
positivas para o mundo, em outras ocasiões estas mesmas descobertas são reveladas a partir de fases negativas da humanidade, caracterizadas por guerras, chacinas, e outras barbaridades, provenientes da natureza humana.
Nos países de Terceiro Mundo se vê que cantores sertanejos e jogadores de futebol vão se tornando classes emergentes, enquanto professores estão cada dia mais pobres. Ilude-se o pai que acha que, comprando um computador para seu filho, está garantindo a ele um futuro melhor. As coisas não são tão simples assim, e esta é uma das tantas questões do porque a política é fundamental.
Quando o país esteve mergulhado em um período de massacre social
como o da ditadura, podemos indagar porque se correu coletivamente para
processos de catarse. Acredito ser este um fenômeno relacionado à Internet de
hoje. A Internet é a catarse do momento, como o futebol foi na década de 70, e como o LSD foi na década de 60, bem como a ideologia do paz e amor.
Se pensarmos nos fenômenos da bossa-nova, do movimento hippie, da jovem-guarda, tudo poderia ser visto como desabafos coletivos. Até os movimentos darks e punks na década de 80 na Inglaterra nos ajudam a diagnosticar que, quanto mais a sociedade se encontra reprimida, mais ela parte para os processos de catarse.
Foi no auge do tacherismo que os darks e punks nasceram. As
pessoas fogem da realidade porque a realidade não dá segurança e conforto
às pessoas. Nem sempre elas são manipuladas ou alienadas; muitas vezes guardam seus problemas na memória, como se fosse uma gaveta trancada onde os mesmos se armazenam. Elas podem autoalienarem - se ou estarem
predispostas a serem alienadas, segundo a vontade dos meios de
comunicação, do sistema ou do governo.
Mesmo conhecendo inconscientemente o que é real e o que não é, preferem a irrealidade, por ser mais cômoda e menos traumatizante para elas.
Seria desejável que estudos futuros analisassem algumas semelhanças entre os jogos lotéricos e a Internet, porque o próprio processo dos sorteios seria alienante, e o próprio ato de jogar seria uma catarse, com as pessoas apostando porque precisam sonhar com uma realidade que elas não
podem alcançar.
Novas Atitudes
Desperte para a vida... para a verdadeira Vida que está em "Jesus Cristo" .
Se almeja a felicidade, lembre-se de que você é o único responsável por seu destino.
Supere as dificuldades, vença os obstáculos e construa sua vida, entendendo que Jesus é único que nos conduz para vida plena.
Por: PHenrique Barros
A internet usa também este modelo - laboratório de sonhos das loterias. Na mesma vertente, questiono-me sobre a televisão e os meios de comunicação. As pessoas usam os meios porque elas querem se alienar.
Defendo a ideia de que o que leva a alienação coletiva de uma nação é o medo da exclusão de cada indivíduo que forma esta nação. Os meios de comunicação, como rádio, televisão, internet, ou de arte, como música, dança, cinema e o próprio esporte, como o futebol, são catarses. São
instrumentos que proporcionam algum prazer na vida. Não só no Brasil: hoje o futebol é paixão na Inglaterra, na Espanha e na Itália.
Em várias partes do mundo e por vários motivos as pessoas procuram entrar em processos de catarse, uma vez que os desenvolvimentos humanos, sociais e políticos não acompanharam o desenvolvimento técnico-científico. Por isto também temos tantos gurus contemporâneos e as pessoas
acreditam em fadas, em anjos, em duendes, porque o desenvolvimento técnico
e industrial não conseguiu tampar os buracos de ordem afetiva e emocional.
O ser humano se desenvolveu muito tecnologicamente e cientificamente, e pouco abriu-se para as questões da essência humana, do seu eu e do seu ego, descobriu menos sobre sua mente e seu comportamento psicológico do que sobre computadores, e quanto mais ele se aproxima do computador como seu alter-ego, mais seu espelho interior fica embaçado.
Lembremos, por exemplo, que a crise da Bolsa de Valores (1929) de Nova Iorque, não foi somente uma crise financeira, mas uma crise emocional mundial, como quando o governo Collor tirou o dinheiro da
poupança das pessoas no Brasil; foi uma crise emocional coletiva e nacional.
Teve gente morrendo mais do coração pela emoção do que pela falta do dinheiro propriamente dito.
Defendo que o povo brasileiro não é ignorante por gostar de futebol e carnaval, mas por outros motivos, pela falta de alfabetização, de
escolaridade, de respeito aos direitos humanos.
Os alemães cometeram a maior catarse alienatória da história. Quiseram eliminar as diferenças culturais pasteurizando o mundo numa raça só e numa cultura só. A globalização quer eliminar as diferenças aniquilando as comunidades que resistem a sua uniformização e os países periféricos pela falta de modernização tecnológica.
Assim como os americanos têm o blues e o jazz e o baiseboll, os ingleses o rugby, nós temos futebol e carnaval. É formação cultural e não alienação.
Grande preconceito aqui no Brasil é dizer que intelectual não possa gostar de time de futebol e de escola de samba, como se fosse reduzir sua maneira de pensar e a sua formação cultural. Pelo contrário, isto tenderia a enriquecer a qualidade e quantidade das informações, tornando-os apreciadores da nossa própria cultura e não colaborando com o seu esvaziamento.
Não acredito na afirmação de que as novas tecnologias de comunicação trarão mais qualidade de vida e igualdade para as classes sociais, maior participação política ou melhor cobertura democrática; pelo
contrário, creio que as novas tecnologias de comunicação estão muito ligadas
à questão econômica – financeira , e de que toda informação é paga, se não
por via direta da técnica e dos meios, por via indireta do saber para se ter,
entender e criticar.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp