Neiva Lorenzoni Ferraz Busch
Há quem se vanglorie de não portar carros caros e grifes, alardeando sua humildade, mas ostenta tanta vaidade na falsa simplicidade, que um carro top de linha comparado com o seu ego parece uma carrocinha...
Quanta gente já nos amou, sem saber, pelo avesso... dando-nos elevada importância na persistente falta de apreço.
Quando alguém insiste em difamá-lo, na verdade está querendo mostrar ao mundo o quanto é moralmente superior a você. Mas o ato baixo fala por si...
Como termina a novela da humanidade perdurando o ódio e a intolerância? Mocinhos, mocinhas e bandidos morrem no final, e a culpa não é do mordomo!
A mágica dos pontos: um ponto final somado a dois, forma reticências... um ponto de vista ponderado por dois ou mais, liberta a consciência!
O autoconhecimento não é estimulado pelos donos do poder porque o nosso olhar se volta para dentro, desviando dos atrativos externos que monetizam suas estruturas.
Quando alguém disser que te conhece bem, peça a esse gênio que te apresente a você mesmo então. Conhecer o outro, quando sequer conhecemos a nós mesmos, é pura pretensão.
O tribunal da internet apenas tornou digital o que existe há milênios: a rejeição por pré-julgamento do que não é nosso espelho.
META UM VERSO:
quando a realidade dura te inquietar;
quando tudo o que parecia sólido desmoronar;
quando tiver que se recompor,
remendando teus esforços chutados
por quem não soube valorizar.
Já há dentro de ti um metaverso,
uma consciência capaz de alterar
o ambiente coletivo
a partir do teu próprio universo.
Para cada dor existe uma cura.
A cada lágrima, meta um verso.
QUANTAS VEZES JÁ MORREMOS NESTA VIDA?
Morremos e renascemos
de rupturas e desfazimentos,
em ciclos encadeados
por morte e renascimento.
Partimos por vontade própria
de histórias vividas
com validade vencida,
ou expulsos do paraíso
mesmo agarrados feito carrapicho.
Coisas, pessoas, status indispensáveis
são tirados de cena à nossa revelia,
substituídos por novos,
que serão depostos por outros,
e outros…
O eu que fomos,
se recompõe em novos prumos
mesmo arrastado contra a vontade
para outros rumos.
Assim seguimos vivendo,
no mesmo corpo,
morrendo e renascendo.
DOMINGO
Inundação de pausa.
Incômoda calma
lembrando a mente insone
que ela tem alma.
Domingo,
em que o segundo se alarga
para suportar a segunda
que nos aguarda,
escancara, sarcasticamente,
que nosso tempo se vai,
ao pôr a vida
em modo stand by.