Miriam Panighel Carvalho Milika
A provação vem, não só para testar o nosso valor, mas para aumentá-lo; o carvalho não é apenas testado, mas enrijecido pelas tempestades.
"AMIZADE"
Amizade, bem precioso
Que a vida pode nos dar
Tesouro muito valioso
Que ninguém consegue roubar.
A amizade verdadeira,
Não tem hora, não tem lugar.
Também não é passageira
Quando vem, é para ficar
Tal qual mais um sacramento
Que tenho no coração
Ora surge num momento
De profunda comoção,
Ora nasce num instante
De sorriso ou mero olhar,
Um sentimento importante
Outra forma de se amar!
O salgueiro que se curva à tempestade frequentemente escapa melhor que o carvalho que resiste a ela; e assim em grandes calamidades, algumas vezes acontece de espíritos frívolos e levianos recuperarem sua elasticidade e presença de espírito mais rapidamente do que aqueles com caráter mais nobre.
Felicidade, árvore frondosa de dourados pomos. Existe, sim, mas nós nunca a encontramos porque ela está sempre apenas onde nós a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos.
A glória que se tornará póstera assemelha-se a um carvalho que cresce bem lentamente a partir da sua semente; a glória fácil, efémera, assemelha-se às plantas anuais, que crescem rapidamente, e a glória falsa parece-se com a erva daninha, que nasce num piscar de olhos e que nos apressamos a arrancar.
Dona moça
Menina-moça, tentaram me fazer acreditar que o amor não existe e que sonhos estão fora de moda. Cavaram um buraco bem fundo e tentaram enterrar todos os meus desejos, um a um, como fizeram com os deles. Mas como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos. Em construir castelos sem pensar nos ventos. Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim. A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes. Porque aprendi com a Dona Chica, que a vida, apesar de bruta, é meio mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola. E lá vou eu, nas minhas tentativas, às vezes meio cegas, às vezes meio burras, tentar acertar os passos. Sem me preocupar se a próxima etapa será o tombo ou o voo. Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que não dá é pra ficar parado.
Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso, sim, acredito até o fim. O destino da felicidade, me foi traçado no berço. Disse um certo pai Ogum.
Como menina-teimosa que sou, ainda insisto em desentortar os caminhos.
Em construir castelos sem pensar nos ventos.
Em buscar verdades enquanto elas tentam fugir de mim.
A manter meu buquê de sorrisos no rosto, sem perder a vontade de antes.
Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrários. É maior porque é do bem. E nisso sim, acredito até o fim.
Nota: Trecho de um texto de Cris Carvalho. A autoria do texto tem vindo a ser erroneamente atribuída a Caio Fernando Abreu.
...MaisAcredito na bondade sem disfarce, nos rostos sem máscaras e doses de paciência que removem montanhas, no carinho e na amizade. Creio na palavra que cura, nas canções que embalam sonhos, nos risos gratuitos, na bússola do lado esquerdo que sempre indica o caminho. Eu nasci pra acreditar. E esperança, minha gente, é o que anda comigo.
O sentimento segue aquilo que amamos. Se amamos o que é verdadeiro, bom e belo, ele nos conduzirá para lá. O problema, portanto, não é sentir, mas amar as coisas certas. Do mesmo modo, o pensamento não é guia de si próprio, mas se deixa levar pelos amores que temos. Sentir ou conhecer, nenhum dos dois é um guia confiável. Antes de poder seguir qualquer um dos dois, é preciso aprender a escolher os objetos de amor – e o critério dessa escolha é:
Quais são as coisas que, se dependessem de mim, deveriam durar para sempre?
Há coisas que são boas por alguns instantes, outras por algum tempo. Só algumas são para sempre.
Se a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, o cinismo é a afirmação ostensiva do vício como virtude.
Se cometi tantos erros, se tão rico e variado é o repertório dos meus pecados, para que inventar mais um, acusando-me logo daquilo que não fiz?