Jorge Paulo Lemann
O amor e a literatura coincidem na procura apaixonada, quase sempre desesperada, da comunicação.
Jorge DuranNão somos responsáveis pelas emoções, mas sim do que fazemos com as emoções.
Jorge BucaySempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria.
Jorge Luis BorgesParece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.
Jorge Luis BorgesNão odeies o teu inimigo, porque, se o fazes, és de algum modo o seu escravo. O teu ódio nunca será melhor do que a tua paz.
Jorge Luis BorgesA esperança é o mais sórdido dos sentimentos.
Jorge Luis BorgesA democracia é um erro estatístico, porque na democracia decide a maioria e a maioria é formada de imbecis.
Jorge Luis BorgesHoje não me alegram
as amendoeiras do horto.
Me lembro de ti.
Fazer o bem ao teu inimigo pode ser obra de justiça e não é árduo; amá-lo, tarefa de anjos e não de homens.
Jorge Luis BorgesFica-se enamorado quando se dá conta de que a outra pessoa é única.
Jorge Luis BorgesO casamento é um destino pobre para uma mulher.
Jorge Luis BorgesO livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Jorge Luis BorgesSou
Sou o que sabe não ser menos vão
Que o vão observador que frente ao mudo
Vidro do espelho segue o mais agudo
Reflexo ou o corpo do irmão.
Sou, tácitos amigos, o que sabe
Que a única vingança ou o perdão
É o esquecimento. Um deus quis dar então
Ao ódio humano essa curiosa chave.
Sou o que, apesar de tão ilustres modos
De errar, não decifrou o labirinto
Singular e plural, árduo e distinto,
Do tempo, que é de um só e é de todos.
Sou o que é ninguém, o que não foi a espada
Na guerra. Um esquecimento, um eco, um nada.
Não há prazer mais complexo que o do pensamento.
Jorge Luis BorgesO tempo é a substância de que sou feito.
Jorge Luis BorgesAs ditaduras fomentam a opressão, as ditaduras fomentam o servilismo, as ditaduras fomentam a crueldade; mas o mais abominável é que elas fomentam a idiotia.
Jorge Luis BorgesElogio da Sombra
A velhice (tal é o nome que os outros lhe dão)
pode ser o tempo de nossa felicidade.
O animal morreu ou quase morreu.
Restam o homem e sua alma.
Vivo entre formas luminosas e vagas
que não são ainda a escuridão.
Buenos Aires,
que antes se espalhava em subúrbios
em direção à planície incessante,
voltou a ser La Recoleta, o Retiro,
as imprecisas ruas do Once
e as precárias casas velhas
que ainda chamamos o Sul.
Sempre em minha vida foram demasiadas as coisas;
Demócrito de Abdera arrancou os próprios olhos para pensar;
o tempo foi meu Demócrito.
Esta penumbra é lenta e não dói;
flui por um manso declive
e se parece à eternidade.
Meus amigos não têm rosto,
as mulheres são aquilo que foram há tantos anos,
as esquinas podem ser outras,
não há letras nas páginas dos livros.
Tudo isso deveria atemorizar-me,
mas é um deleite, um retorno.
Das gerações dos textos que há na terra
só terei lido uns poucos,
os que continuo lendo na memória,
lendo e transformando.
Do Sul, do Leste, do Oeste, do Norte
convergem os caminhos que me trouxeram
a meu secreto centro.
Esses caminhos foram ecos e passos,
mulheres, homens, agonias, ressurreições,
dias e noites,
entressonhos e sonhos,
cada ínfimo instante do ontem
e dos ontens do mundo,
a firme espada do dinamarquês e a lua do persa,
os atos dos mortos,
o compartilhado amor, as palavras,
Emerson e a neve e tantas coisas.
Agora posso esquecê-las. Chego a meu centro,
a minha álgebra e minha chave,
a meu espelho.
Breve saberei quem sou.
aqui também essa desconhecida
e ansiosa e breve coisa
que é a vida
Sou um homem de letras, nada mais. Não estou certo de ter pensado nada de original em minha vida. Sou um fazedor de sonhos.
Jorge Luis BorgesSob a lua
a sombra que se alonga
é uma só.