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Por dentro de dois mundos

⁠Meu quarto escuro habita em mim
No meio de todos sempre só
Já se tornou habitual não saber o que é nós.

Como mudar-se de mim?
O alívio se torna um vazio existencial
Que absorve metade do potencial.

Meu bem está em qualquer bem
Que eu cause a pessoa de bem
A distância do que procuro é equivalente ao não saber
Do que eu preciso ou quero
O final é sempre o mesmo
Mesmo que não tenha final.

Sou passageiro de histórias
De pessoas que precisam
De capítulos em suas vidas.

Vejo mas não enxergo
Escuto mas não ouço
De tudo que posso ser
Sou apenas um pouco.

⁠Tua sina

Me perdoa pobre coração 
Eu jamais te quis assim
Dilacerado e em pedaços 
Que não podem mais serem costurados. 

Me perdoa por nunca te defender 
E nem fazer o que te faz bem
Por não me importar com os sinais
Talvez por isso hoje não chores mais.

Me perdoa por ser tão egoísta 
Não te alimentar de fé ou crenças 
Não te dar nem esperança 
Muito menos confiança. 

Me perdoa viver por viver 
Não te fazer bater acelerado
Ansioso, de nervoso e excitação 
Sou uma besta, concordamos nisso então. 

Me perdoa pobre coração 
Sei que pensa que o problema é meu
Mas te devo perdão, pois habita em mim
E queria sinceramente que fosse feliz.

Perdoai-me pobre vítima indefesa
Quão grande é o teu significado 
És o motor de vida, o mais belo órgão 
Que vive confinado em um corpo
Como em um calabouço 
Cheio de amargura e solidão 
Em uma batida depressiva 
Teu sofrer é como de mãe 
Só entendemos quando perdemos 
Tua sina. 
Tua minha vida.

O mar

⁠Da brisa leve e suave
As ondas me levam ao seu encontro 
Mas nesse mar que me atraí 
Não há água e nem um cais.

Apenas uma linda mulher 
Que com seu belo sorriso desperta 
Os pensamentos mais puros e sinceros 
E os transformam nestes versos singelos. 

Me perco na imensidão que é o teu corpo 
Como em alto mar se perdem os tolos 
Que navegam sem rumo e remos
Marinheiros guiados pelos ventos. 

Vindos de lugar algum
Indo para lugar qualquer 
Teus seios se tornam ilhas
As mais paradisíacas. 

Ilhas quais sempre penso
Em fugir e ficar para sempre
Pois em terra firme a vida
Já não me ilude nem fascina.

⁠Infratores

Somos corajosos infratores 
Todos os dias nos matamos um pouco 
A cada vez que dizemos não pra si
E sim para o outro. 

Somos corajosos infratores 
Que renegam a felicidade verdadeira 
Nos privando de momentos 
E das pessoas que amamos. 

Somos corajosos infratores 
Que buscam refúgio, o ilícito 
Para esquecer tudo
E que tudo nos esqueça. 

Somos corajosos infratores 
Alguns jovens, outros tolos 
Muitos velhos e saudosistas 
E só podemos ser ou um ou outro. 

Somos corajosos infratores 
Nos orgulhamos do passado 
Nos perdemos no presente 
E não acreditamos no futuro. 

Mas mesmo assim
Somos corajosos infratores 
Que preferem se privar do riso
Para causar o de alguém 
Renegamos quem somos
Mas fingimos muito bem.

Inserida por Otocco

Deixar de ser

⁠Hoje foi mais um dia daqueles
Daqueles que você nunca sabe
Aqueles dias que você nem sabe
Que realmente dia é.

Hoje eu não consegui ver o sol
Hoje talvez o sol nem tenha aparecido
Hoje quem sabe nem tenha sido dia
Quem sabe talvez eu nem tenha sido eu.

Será possível não ser eu?
Será realmente possível não se ser?
Será possível desnascer? (existe?)
Será que dá pra desviver?

Hoje o sol não me visitou como faz de costume
Hoje não houve fresta, não houve claridão pela manhã
Não houve sequer uma olhada de canto
Não se ouviu nenhum canto.

Afinal, o que houve hoje?
Ontem, o que haverá amanhã?
Porquê não se sabe, não se dá pra saber?
Como vou saber o hoje, o ontem e o amanhã?

Se eu mesmo não sei de mim?
Se eu saio de mim?
Se não gosto de fins
Se eu nunca estou afim?

O que será de mim?

Inserida por Otocco