Ops! O pensamento foi removido e não pode ser encontrado no Pensador.
Veja outros pensamentos do mesmo autor: Rui Alexandre Cascão de Campos Oliveira.

Outros pensamentos que podem interessar:

Cantar Gago

A poesia do homem
incapaz de ser sucinto
flui da tinta da caneta
para o branco do papel,
como da boca de um gago
flui o cantar mais afinado
que o de uma flauta de bisel.

Pois é!... Na vida somos constantemente deparados com imperfeições e com defeitos que só existem mesmo na nossa concessão da realidade. Como mo filme a Bela e o Monstro onde no seu âmago residia o mais belo dos seres. Também o monstro precisou de uma bela para quebrar o feitiço a que tinha sido sujeito. No fundo a Bela veio como o despertar da consciência daqueles que não se sentem perfeitos ou completos, daqueles que acham que não se encaixam neste mundo de um forma ou de outra, por algo que eles consideram ser um defeito com base em estereótipos a que a sociedade nos impõem constantemente, quando na verdade existe uma real magia por detrás desses muros que levantamos só para nós mesmo. Quando conseguimos derrubar esses muros, que na verdade não são mais que casas de palha, é que podemos então revelar o que de mais verdadeiro e mais belo há em nós. Portanto nada disso importa. Na verdade não ha defeitos, há sim um caminho a percorrer sem preconceitos e uma continua construção do ser, que por si já é belo, para um ser que não teme revelar ao mundo ser um ser Humano cada vez mais belo e mostrar assim, o seu talento, do que é capaz e mostrar também que o mundo é que precisa de readaptar para o receber de braços abertos e em paz.

Inserida por ruialexoli

A maior tempestade
Da minha vida
Apareceu inusitadamente
Num dia que eu precisava
Lavar meu pranto
Não veio de mansinho
Mas trouxe consigo o sol
Com que eu agora vejo outro caminho

Inserida por ruialexoli

Quem dera ser horizonte
Num dia poder escolher ser céu,
Noutro pedaço de terra no cume de um monte!

O olhar paira a aura branco cinza que se esbate sobre o planalto do horizonte, lá longe, longe de o encontra, longe de o tocar invejando o sentido do seu propósito de ser. Limite entre todo aquilo que existe e tudo aquilo que não existe dentro do coração da gente. Linha fina, infinita, que não se aumenta nem diminui, vectorial dentro de de mim onde eu desenho um ou dois... Universos!

Inserida por ruialexoli

Condor

Quero eclipsar a minha existência
E quero-o já... não é um pedido,
É uma ordem que me anda a deixar insolente.
Quero ir para o lado de lá do teu sentido
Dar sentido à minha vida.
Quero ser uma pena na bigorna do forjador.
E que ele não perdoe das suas mãos a minha demência.
Esta sentença de estar onde não estou,
Esta injunção que me obriga a ser quem não sou,
Pois não é mais da ausência a minha dor.
O Anjo do Abismo com sua gadanha
É presença que ao meu lado se senta.
Ouço o sobrevoar silencioso do Condor
Só ele me acalma a alma.
Enquanto ele inalar o meu padecer,
Enquanto ela pairar sobre minha cabeça,
Eu sei que não estarei só.

Porque é para o lado de la
Que eu quero ir... e quero ir já!
Quero ser o litígio entre ambas as partes,
Ser acuso de não ter cumprido o compromisso,
Quero que as cabeças que me andam a atormentar
Sejam mutiladas por Excalibur.
Ordeno sair de dentro de mim.
Irei fazer escorrer meu sangue ladeira a baixo,
Trocar a minha alma pela epifania
E vou querela a toda a hora
Sem demora nem mania,
A toda a hora!...
Ordeno eu ao mais alto dos altos
Que seja agora.
Que seja neste minuto.
Troco o meu lamento
Pelo teu estatuto!
Transforma-te ó Tempo,
No mais bruto forjador,
No cavaleiro de maior talento
E ordeno a Excalibur
Acabar com este momento
Decepar esta minha dor
Onde eu só sinto sofrimento!...

Ouço o alento do bater das assas,
Vai pousar ao meu lado o Condor...
Já não lamento!...


Um tentativa em exonerar da minha imaginação, da minha alma se assim me atrevo a dizer, a dissertar aquilo que de mais profundo imagino pairar sobre muitas consciências humanas, ao se aproximar o momento de uma morte anunciada. Por mais difícil que seja de me pronunciar desta forma tenho que ser fiel àquilo que sinto e deitar cá para fora tal como sinto ao imaginar esse momento.

Inserida por ruialexoli

Da flauta flutua
O lírico poético.
A sátira sutura
Com o quê céptico,
Que verga a envergadura
Da armadura pó sentido métrico.
Pulsão que castrou a dita ditadura,
Punção na mão do povo e o olhar na face/interna,
Mira agora o seu governo novo que não é mais que uma baderna.
Sufrágio clama o mouro para responsabilizar o tolo,
Diz - "tens poder" - mas - "pensa" - não és mais que um palerma!
Mas o povo é tento do descontentamento, falcão atento.
Lhe corroí ácido por dentro quando moi o pensamento.
Não há dito nem tortura que acabe com cultura,
Nem Maria nem José que não saiba como é
O fundo do tacho e a falta de rapadura.
A critica bate o pé com mão dura,
Com fé no Ser e na cultura.
Porque o Ser não esquece.
Que a espada enfraquece,
A flauta flutua,
A sátira sutura,
Com o quê céptico,
E o lírico poético.

A sagrada triangulação, o olho que tudo, ou quase tudo, vê... Só não o vê o que não quer ver e quem não quer ver que o que está visto é que temos que andar é de olho nisto, principalmente em quem está no poder. A mim não me compete competir, mas gosto de escamotear, falar por dizer e advertir para não esquecer. Que politicas fundamentalistas, como as que ainda vemos hoje, algumas até parecem nascer de novo, já exterminaram muito povo e censuraram muita pulsão que é só coisa do criador. Não devemos permitir censuras sobre a nossa envergadura. Nunca houve um tempo tão bom como o que se vive nos dias de hoje, para andar de olho, temos uma ferramenta que nunca antes houvéramos pensado sequer poder um dia existir. Esta janela para o mundo também é uma maneira de exercer, esclarecer, escutar e debater, aquilo que vai acontecendo. Todo temos e devemos ter algo a dizer... Nem que seja uma lírica mal escrita, cujo único objectivo é não sair da sátira poética! O resto fica à interpretação de cada um e a quem de direito com vontade de (munido de suas próprias ferramentas), agir. Sigo convencido de que pelo menos não fiquei inerte daquilo que eu sinto que penso!

Inserida por ruialexoli