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Entre o céu e o abismo

Às vezes, é preciso fechar os olhos
para se encontrar consigo mesmo,
encontrar caminhos entre atalhos,
equilibar - se entre o céu e o abismo!

De repente enudecer a própria alma,
reconhecer-se frágil, carente de si...
solitário de um quê a quem se ama,
por achar a dúvida de um existir em ti...

Ao carregar indagações do por quê,
encontraria justificativa o seu íntimo
e por ventura, a lágrima de um vil se!

Daí, se encontrar, se perder ou o se ser,
seria o reconhecer perfeito do que se é
e certamente o reconstruir de um viver!

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O sorriso

Salve, salve a alegria sincera
que se manifesta espontâneo,
no sentimento por onde opera
nas cavas de um olhar ingênuo!

Ora que se puser o outro libertar
a igualdade do sorrir no reflexo;
é afeto que ao outro pode doar,
todavia, um sorriso é complexo!

Pois, se não houver ingenuidade,
por conseguinte, é cruel e severa
ao que o rir ao por fé da maldade;

Entre o que não se põe a palavra,
ao suposto, da própria verdade,
do que impiedoso ulcera e lavra!

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Resposta pequena

Veja, o que faço, com seu presente de consolação! Despedaço, amasso e rasgo
Nas palmas da mãos!
Meu riso, num grito esfrego meu não,
Na sua cara de traição!

Quanta ironia, foi o seu gesto de covardia
Pensando que me enganaria,
Comprando pra mim,
Um ramalhete de flor!

Ah! Que pecado malvado
É seu gesto pequeno, neste bilhete de amor!
Meu desgosto e meu nojo
É resposta pequena à um traidor!

Veja, o que faço,
Com seu presente de consolação!
Rasgo, amasso e despedaço também
O seu bilhete de amor
É mais uma resposta pequena à um traidor!

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Se falar de amor

Se falar de amor
Olhe nos olhos,
Sinta pulsar o coração,
Busque aquele encontro na alma.

Se falar de amor
Solte aquele sorriso aberto
Caminhe de mãos dadas
Olhem a mesma flor.

Se falar de amor
Beije com carinho
Evolva - se num abraço
Ame com ternura.

Se falar de amor
Não fale, sinta, viva e ame,
Pois amor não se fala
No silêncio se traduz!

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Banho de luz

Nas águas que correm sou busca,
Sou verdes matas que a flor ofusca,
Sou silêncio, sou brisa, sou vento,
Sou um mistério em pensamento!

Sou em mim meu eterno encontro,
Vibro nas coisas suaves do sopro!
No simples manifesto desta vida
Sou vernissagem de cor resumida!

De certo que tudo ainda palpita
Quão forte feito o meu coração
Ou leve sopro que o sonar apita!

Assim, ainda desperta- me o sol
Banhada de luz sou feita oração
Debruçada no leito feito lençol!

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