Facebook, o passado diante dos nossos... Marinho Guzman

Facebook, o passado diante dos nossos olhos.

Às vezes me pergunto por onde andariam as mulheres que passaram pela minha vida.
O tempo passou e até mesmo o que eu achava que poderia ter sido um grande amor, definitivamente acabou.
Das rápidas aventuras a gente pode lembrar a adrenalina, combustível insubstituível na juventude. Alguns encontros e desencontros a gente esqueceu como se nunca houvessem existido e para as bebedeiras vale a famosa frase:
– Se eu não lembro não fiz!
Muitos e muitas preferirão não lembrar de ter acordado num lugar estranho, numa cama estranha, com alguém muito estranho.
No Facebook a gente reencontra algumas mulheres que desejamos, conhecemos, namoramos ou “ficamos”, como diriam os mais novos.
Não sei se é nostalgia mas pode haver algum carinho nesses encontros e lembranças virtuais, e inevitáveis decepções.
Afinal, aventura, amor e paixão se confundem, porque não poderíamos nos confundir?
Algumas desavenças foram minimizadas pelo tempo, pela memória ou pelos dois, e os grandes dramas hoje não passam mais do que páginas viradas, capítulos encerrados, de um romance onde o mocinho e mocinha não acabaram juntos.
Os grandes amores terminaram mas jamais serão completamente esquecidos e muitas arestas não foram nem serão aparadas, pois a memória, que deu uma trégua, tem lapsos de lembranças que teimam em mostrar que o tempo pode curar, mas também deixam cicatrizes.
Temos a possibilidade de ver como o outro vive, aquele que poderia ter sido o marido ou mulher, com quem poderíamos estar vivendo. Teria sido igual ou diferente?
Álbuns, fotos, amigos, curtidas e compartilhamentos.
Você pode xeretar à vontade, anonimamente ou pedir amizade a quem um dia chamou de amor e ela pode educadamente dar, ignorá-lo, ou solenemente bloqueá-lo.
E você também pode sentir uma ponta de inveja ou um pouco de pena, regozijar-se das vitórias do outro, quiça sentir que a pessoa merecia melhor destino, ou simplesmente imaginar como, por sua vez, será observado.
E isso tudo no plano da imaginação, porque a realidade é uma só, a vida seguiu seu curso e dificilmente haverá uma segunda chance para antigos sentimentos.
Mas isso nem o Facebook, nem ninguém pode garantir.