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Entre avenidas movimentadas, luzes ofuscantes e barulhos incômodos, uma correria sem fim, afinal, a vida tem hora marcada. O alimento é ingerido grotescamente no almoço para que haja tempo para complementar o sono da noite. A todo instante nos deparamos com agendas superlotadas, nos esbarramos com compromissos que deixam para serem marcados, mas nunca são realizados. O ar poluído nos mata gradativamente e as cores vibrantes, recebem tons acinzentados. Apenas quando o apagão acontece imprevisivelmente, se notam as estrelas.

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Existe uma razão pela qual tenho apreciado o mundo pela janela, as cousas são mais belas vistas de longe, o risco danoso é pouco provável. O medo de viver é sufocante e estar vulnerável a todo instante, torna cada segundo uma eternidade.
Uma das maiores provas de admiração, é o céu que é ilustrado por nuvens e seu preenchimento de cores excepcionais, uma mudança constante que em todo momento será autêntico. Aprendemos desde pequenos a contemplá-lo e até mesmo ao ausentar seus tons mais claros, dão lugar a um cenário de luzes extraordinário; sorte delas estarem tão longe.
No entanto, a sensação inquietante de estar estagnado gera o desejo de liberdade, perco-me nesta ânsia de realizar sonhos improváveis. Vivendo em doce recreio uma vida de receio.

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Quantas fofocas feitas, tantas vidas para cuidar, tantas grosserias ditas, atos corruptos, preconceitos praticados, sempre negados. O dedo que aponta defeitos, também é usado para cutucar feridas, alheias.
Passa a semana em pecado, chega domingo na igreja para se confessar. São tantos vivendo a mesma ilusão, a consciência não pesa, pois a mente é ocupada com bobagens no ato da procrastinação.
Infelizmente a bondade dissimulada está viva, em todo lugar, procurando vítimas, quando na verdade o mais prejudicado é o que muitas vezes se põe em fingimento até mesmo na hora de rezar.

Inserida por manamitamogami

A mosca paira pelo ar, invade o cômodo deixando todos aflitos. Circundando tudo ao redor e presenciando conversas fiadas, de quem passa horas regurgitando indelicadezas. Uma noite reservada para atos sórdidos, em que discretamente a imundície é varrida para baixo do tapete.
Os banquetes fartos implicam enormes despesas, capazes de saciar famílias, que até então partilham a miséria. Indivíduos de pose robusta e de cargos prestigiados, comendo e bebendo como se não houvesse amanhã. Santificados aos olhos do mundo, sujos aos olhos da mosca.
A conformidade é frequente, perante tantas injustiças vivenciadas. O pão e circo traz a sensação de felicidade mascarada, tirando o foco de todo desconforto existente; do sonho de ao menos um quinto do valor que recebem para arcarem com as obrigações diárias, para sobreviver.
Mesmo ali imóvel quase imperceptível, é uma visita indesejada e por isso após inúmeros golpes de sorte, consegue sair ilesa, sem levar evidências do que acabara de espreitar.

Inserida por manamitamogami

Sorria sarcasticamente, mesmo após várias discussões para os quais o alcoolismo levava. Sentia ter controle sobre a situação embora mal pudesse se manter em pé. A cada dose, a felicidade ilusória tomava conta de seus relacionamentos, de seu emprego, de sua vida. Prejudicando não só a ele, mas também todos que o cercavam e dependiam de sua sobriedade.
Os erros cometidos eram perdoados pela esperança da mudança que não vinha, todas suas ações eram praticadas em função do vício. As influências que começaram como farra aos finais de semana, tornou-se um hábito, todos os dias.
As críticas logo passaram a ser rebatidas agressivamente, seu desgosto e raiva pelas situações cotidianas eram descontadas na bebida e posteriormente nas pessoas. O dinheiro já não sustentava o vício e as necessidades que deveriam ser priorizadas, os empregos eram instáveis e sua reputação era danificada sem chance de reparos.
Não queria nada da vida, negava qualquer ajuda que não pudesse colaborar com a alegria proporcionada pelo álcool. A afeição existente da família destruída e pessoas próximas, passou a ser compaixão ou desprezo. A solidão tomou conta dos cômodos da casa, até o momento do despejo. Só então a ficha caiu, mas resolveu tomar alguns goles para amenizar o sofrimento.