Sempre haverá dias cinzentos, em que... John Novinski

Sempre haverá dias cinzentos, em que acordamos tristes e sem esperanças.
Sempre haverá dias quase insuportáveis, em que o Amor, a Felicidade não nos
parecerão mais do que lenda, ilusão e fantasia.
Porém, mesmo em dias assim se abrirmos os olhos com interesse sincero, talvez
enxerguemos, bem perto, nos olhos de alguém uma repentina luz para viver.
E talvez esse olhar nos reporte a encantamentos nossos, já quase apagados da
memória, já quase sepultados pelos dias de desalento. E quem sabe então percebamos
que a vida é feita mesmo de contrastes: dia e noite, riso e lágrima, lua e sol. E consigamos
sentir menos um pouquinho de alegria por percebermos que, embora estejamos amargurados,
o encanto não morreu, o sonho não acabou, apenas nos escapou por um instante, mas haveremos de recuperar.
Quando nosso coração fica apertado pela dor, descrente pela desilusão, parece mesmo que não vale a pena seguir. Mas, por mais escura que seja à noite, o sol majestoso sempre impõe sua presença, e a vida continua, sempre em frente.
Por mais decepcionados que estejamos, nossa lembrança traz guardadas provas concretas de que a Felicidade e o Amor existem de fato, não são meras fantasias. Podemos ter esquecido o caminho, mas sempre haverá um jeito de redescobri-lo. E quem estiver tão amargurado a ponto de acreditar que o Amor é uma farsa, que esta Vida não vale a pena, que a Felicidade é apenas uma ilusão, que repare ao menos por um instante na repentina luz da vida que emana de dois seres que se amam.
John Novinski.