Em meio ao caos flutuante Ouço só o... Thaylla Cavalcante

Em meio ao caos flutuante
Ouço só o meu vazio.
Minha alma contorce-se de frio,
Teu gás impulsiona incêndio fulminante.

Da dor sem trégua me cobri,
Em meio a fogo, sumiste
A deusa morte agora assiste
Entre cinzas e sombras o perdi.

O desespero no andar de baixo,
Toda fuligem visível se dissipa.
Teu corpo, agora sem vida.
Procuro consolo, não acho.

Ao passo descalço do rancor,
As lápides te trazem no prefácio,
Outrora feito inoculado,
Perdi em mim teu fulgor.

E ao perpassar dentre estes mármores eternos
Estive comigo a pensar,
Se amou-me ou há de amar
Até tuas carnes perderem os méritos.

Perdoa-me pela fúria indomada,
Acostumei-me com a lama,
Fiz do chão leito e cama,
Perdoei-te pela vida estragada.

Direciono o olhar a estas mesmas plantas mortas,
Te enxergo distante,
Olhares oscilantes,
Guardei meu inferno e abriste as portas.

E como todo filme de terror tem um fim,
Vens a mim, submergindo,
Despeço-me, sorrindo.
Vivo estás, mas não para mim.