Liu Xiaobo (1955 - ) Escritor, professor... Fundação Nobel

Liu Xiaobo
(1955 - )
Escritor, professor de literatura e ativista político chinês nascido em Changchun, capital de Jilin, uma província litorânea da região do Nordeste da República Popular da China, ativista pelos direitos humanos e por reformas na República Popular da China, ganhador do Prêmio Nobel da Paz (2010). De uma família de tradição intelectual, foi educado em sua região e fez um curso de Direito (1969- 1973) e passou a envolver-se com movimentos rurais. Aos 19 anos de idade, foi enviado para trabalhar em uma aldeia na província Jilin e depois em uma companhia de construção. Entrou para a Universidade Jilin (1976) onde se graduou em literatura (1982). Depois tornou-se mestre (1984) e doutor em filosofia (1988) na Universidade Normal Beijing. Neste período, em Beijing, ele ganhou fama no meio acadêmico escrevendo uma série de teses criticando a filosofia de Li Ze Ho. Nos dois anos seguintes (1988-1989), ele visitou várias universidades fora da China, inclusive a de Colômbia, a de Oslo e a do Havaí. Quando explodiram os célebres protestos do movimento estudantil na praça da Paz Celestial, em Pequim (1989) (1989), ele decidiu voltar à China para se juntar aos protestantes. Na ocasião o movimento foi violentamente reprimidos pelo governo e ele foi detido pela primeira vez após os. Voltaria a ser detido outras vezes por participações em movimentos pacifistas contra o governo. Por exemplo, por incitamento a propaganda antirrevolucionária (1991) e por criticar o Partido Comunista da China (1996), quando foi condenado a três anos de reeducação. Casou-se (1996) com uma poetisa Liu Xia e depois tornou-se presidente da filial chinesa do clube internacional de escritores PEN (2003) e recebeu o prêmio Fundação França (2004) dos Repórteres sem Fronteira por defender a liberdade de imprensa em seu país. Em 8 de dezembro (2008) foi detido por ter sido um dos 10 mil signatários da Carta 08, um manifesto em prol da democracia na China. Foi formalmente preso e, acusado de incitar à subversão contra o poder do Estado (2009), foi condenado a 11 anos de prisão em 25 de dezembro, em um julgamento que gerou uma onda de protestos por todo o mundo. Cumprindo pena na província de Liaoning, no nordeste do país, em 8 de outubro (2010) foi-lhe atribuído o Prêmio Nobel da Paz pelo Comitê Nobel Norueguês pela sua longa luta como um grande porta-voz em favor da aplicação dos direitos fundamentais na China. Como não poderia deixar de ser, o governo da China condenou fortemente a concessão do Prêmio Nobel da Paz para o seu dissidente, que está preso, qualificando-a de uma obscenidade que vai contra os objetivos da premiação, além de ameaçar que a decisão vai prejudicar as relações sino-norueguesas, segundo porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Ma Zhaoxu. Sua esposa, que está sob vigilância domiciliar na capital chinesa, disse sentir-se agradecida ao Comitê Nobel por ter agraciado seu marido, “uma verdadeira honra para ele e sei que vai dizer que não merecia", acrescentou.