Sociocracia Você já pensou em uma... Max Diniz Cruzeiro

Sociocracia

Você já pensou em uma sociedade que tenha capacidade relativa de autogerenciar-se? A Democracia se reinventa e com o advento da tecnologia será o homem, ser social, um dia capaz de criar estruturas diretas de autogestão?

A Sociocracia (Socio = sociedade; kratos = poder), onde o poder emana da sociedade de forma direta e participativa. Imaginem caros leitores, uma sociedade que os dirigentes de órgãos da Administração Direta e Indireta, todos os agentes públicos Comissionados e representantes Políticos fossem escolhidos por processo de concurso público, onde a valorização do conhecimento tornaria os mais aptos para a função de gestão do governo apenas pelo período de tempo do exercício dos Processos de votação democrática, não superior a quatro anos consecutivos.

No sistema democrático atual o excesso de Agentes Políticos faz com que a eficiência do aparato estatal diminua sensivelmente, pois a verba pública acaba por se perder no meio dos processos intermediários até a chegada ao ponto final demandante da verba específica necessário ao atendimento popular. O certo é o fato que o interesse particular tende a prevalecer sobre o público, porque os políticos brasileiros, com raras exceções, estabelecem estruturas de patriarcais no comando dos seus atos, em que o objetivo não é o bem comum, mas a continuidade do poder que seu núcleo de interesse, seja familiar ou oligárquico, mantém sobre a sociedade.

Muitos países ainda não saíram da estrutura patriarcal que é transmitida aos herdeiros de geração a geração. A democracia ainda não existiu na maioria dos países que compõem a ONU. O problema é que o setor privado torna-se refém do monopólio público das estruturas necessárias ao desenvolvimento de uma nação. As condições necessárias para a manutenção estatal poderiam se condicionar apenas as formas mais genéricas de resolução de conflitos entre particulares e diretrizes estabelecidas por pessoas qualificadas cientificamente, conforme descrito no primeiro parágrafo, para melhor gerir a população como um todo.

Não existe economicidade na atual estrutura Política das nações periféricas. Grande parte dos recursos públicos é canalizada para o pagamento de Agentes Políticos e Comissionados. A estrutura global partidária é orientada atualmente pela partição ideológica da forma de pensamento não permitindo uma organização funcional da sociedade como um tudo.

A divisão de pensamento por ideologia proporciona o fracionamento das ações que movem um país criando sempre forças antagônicas aos pensamentos de outras correntes ideológicas que não querem determinada ação num sentido. Qual o real interesse em dividir o “modus pensare” do povo pela crença distinta do rumo em que uma nação deve seguir? Este modelo de partidos ideológicos já perdura institucionalizando-se no globo por 300 anos e foi responsável por inúmeras guerras e conflitos internos e externos às nações.

Será racional a utilização de um modelo de gerenciamento tão antigo face às transformações que, sobretudo a iniciativa privada ou individual proporcionou à sociedade? Quando de fato a Democracia será implementada? Por que os governos tentam sempre apropriar-se de informações que lhes conferem o continuísmo de seus Agentes Políticos no poder?

O que impede a atual globalização é a dicotomia entre interesses governamentais divergentes e a partilha econômica dos particulares que a representam. Os Políticos são os grandes responsáveis pelos desequilíbrios econômicos por suas políticas de subsídio, impostos e taxas para criação de privilégios de natureza interna e favorecimentos econômicos as suas próprias oligarquias. Então se cria o vício de culpar o próprio sistema produtivo pela falta de investimento nos setores que tornam os produtos gerados não competitivos. Ou pela disparidade do lucro que onera os produtos tornando-os mais caros em relação a outros mercados ditos mais “racionais”.

O mundo atual vive numa Oligodemocracia. Porque, na maioria dos casos, os próprios políticos são os donos dos meios de produção ou os representam. Os gestores dos Órgãos públicos são meros representantes Oligárquicos sem compromisso com as instituições ao qual representam e buscam obter vantagens pessoais enquanto perduram os efeitos de sua permanência no cargo em que ocupam, ora pela elevação indiscriminada dos salários, ora pela criação de novas representações nos órgãos tutorados com a finalidade de ampliar a esfera de influência sobre a administração. Onde fica a eficiência e a economicidade da ação governamental sobre o particular?

É certo que se todo o processo fosse realizado pela representação baseada sobre o conhecimento a exteriorização egoica do ser humano sobre a Administração Pública seria atenuada. Não resolveria o problema, porque seres humanos são falhos, mas a carga somática contenciosa que ele carrega sobre si estaria restrita à manifestação de suas habilidades técnicas e não oligárquicas.