Sempre fiz chacota com o dia dos... Márcia Paula Vaz

Sempre fiz chacota com o dia dos finados, mas a vida vem entrando de mansinho e aí a gente aprende algumas coisas.
Hoje acordei pensando que em 1 ano perdi dois grandes amigos. Amigo mesmo, amigo irmão.
Em janeiro de 2010 perdemos Chiquinho num terremoto lá no Haiti. Minha casa descobriu que perder alguém é doído demais. Vi meu esposo perder o melhor amigo, vi meus filhos perderem um tio amoroso que amava viver. Chiquinho se despediu de nós com o sorriso mais lindo e disse: No dia 10 de maio quero um churrasco lá na casa nova de vocês. Fechei a porta e não mais o vi.
Minha companheira de hemodiálise, minha segunda mãe, minha amiga mais corajosa me deixou em junho desse ano. Não pude vê-la no hospital, não pude vê-la no caixão. E sinto muito pelas duas coisas.
Sei de um monte de frases que a gente tenta dizer para mostrar condolências. Sei que todo mundo perde pessoas, não sou coitada por isso.
Eu só quero dizer que hoje pensei neles, pensei muito. Chorei e estou chorando de saudades.
E que tudo isso me ensinou a respeitar mais. E pra finalizar, eu e minha família vamos bastante ao cemitério aonde os dois estão enterrados. Meus meninos choram junto comigo e com o Sérgio e a gente bobamente limpa, conversa, coloca música e deixa a dor da saudade nos invadir.
Ei meus amigos daí de cima: a gente ama muito, muito, muito vcs. Recebam o nosso imenso obrigado!