Comunidade

Marcelo Caetano Monteiro

Marcelo Caetano Monteiro

Escritor, Autodidata e palestrante Espírita. 40 Livros de diversos gêneros e 30 de caráter religioso motivacional com base Espiritista. Sua inspiração incomparável com relação aos livros literários não Espíritas são Dasha Taran e Camille Marie Monfort.

" Zombamos daquilo que desconhecemos. "... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

" Zombamos daquilo que desconhecemos. "

" A razão se cala ante o infinito. "... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

" A razão se cala ante o infinito. "

O AMANHECER DA ALMA.


Quando a aurora rompe as sombras da noite, é como se um cântico silencioso atravessasse os espaços, convidando-nos a renovar o coração. O sol que desponta não ilumina apenas os vales, os montes e os rios; ele acende também uma chama íntima, recordando ao espírito humano que a vida é movimento, ascensão e promessa eterna de felicidade.
A beleza do dia que nasce não reside apenas no espetáculo da natureza, mas no símbolo que ele encerra. Assim como a Terra se veste de claridade após as horas escuras, também nós, viajores do infinito, somos chamados a emergir das sombras da dor, da ignorância e das provações. Cada manhã é, em si, um convite de Deus à esperança.
A vida espiritual não conhece crepúsculo definitivo. A morte, que tantos temem, é apenas o repouso de uma etapa, prelúdio de uma alvorada ainda mais bela. O espírito, imortal em sua essência, amanhece incessantemente. A cada existência, a cada experiência, desvela novos horizontes, amplia a visão, depura os sentimentos. Assim, a felicidade não é uma miragem distante, mas o resultado da marcha perseverante sob o olhar da Lei divina.
No alvorecer do espírito, a beleza maior não está no brilho exterior, mas na paz que nasce da consciência reta, no amor que se dá, na fraternidade que se semeia. A natureza ensina essa lição em silêncio: o sol não guarda sua luz, mas a reparte; a árvore não retém seus frutos, mas os oferece. Da mesma forma, a alma só encontra a verdadeira ventura quando aprende a doar-se, transformando cada amanhecer em um hino de gratidão.


Para meditar:


Que cada dia seja para nós uma alvorada da alma. Que aprendamos a saudar a manhã não apenas com os olhos voltados ao horizonte terrestre, mas com o coração aberto à eternidade. O destino do espírito é a felicidade; não a felicidade ilusória que o mundo oferece e retira, mas aquela que floresce no íntimo e que cresce, segura, à medida que nos aproximamos de Deus pela prática do bem.
Eis o grande chamado: viver o dia que se levanta como oportunidade sagrada de crescimento, luz e amor. E então, mesmo quando a noite dos sentidos chegar, traremos em nós a certeza luminosa de que uma aurora mais pura nos espera, porque o espírito jamais deixa de amanhecer.

" Quando ergo os olhos ao céu noturno, vejo estrelas que cintilam como se fossem portas abertas para o infinito. Elas me recordam que a vida não se encerra em minhas angústias, mas se prolonga em algo maior, eterno. Na brisa suave que acaricia meu rosto, percebo o toque invisível de uma mão amiga, lembrando-me que não estou só. "

" Tudo que for erigido em nome do amor é apenas um eco pálido diante do abismo que ele deixa no peito. Cada gesto, cada palavra, cada tentativa de tocar sua essência, fracassa miseravelmente, como se o próprio sentimento se alimentasse da nossa incapacidade de contê-lo. E tu sentes — com cada fibra, cada suspiro, cada lágrima silenciosa — que nada jamais será suficiente, que todo esforço humano é apenas sombra diante da luz cruel e imensa do que verdadeiramente amas. A dor é aguda, penetrante, e nos deixa nus diante do infinito, impotentes, chamando em vão o que nunca se deixa possuir por completo. "

" Se me fosse dado ouvir o teu coração uma vez ainda! Num único pulsar, apenas um, todo o meu cosmos — órfão de sentido — se ergueria em vibração, como se a eternidade tivesse sido redimida. Mas o que é a eternidade senão a repetição do mesmo? Nietzsche sussurra: “o eterno retorno é o peso do destino”.

" Triunfar sobre o orgulho é aprender a amar em silêncio, onde a palavra não chega e onde o gesto simples de fraternidade se torna um evangelho vivo. "... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

" Triunfar sobre o orgulho é aprender a amar em silêncio, onde a palavra não chega e onde o gesto simples de fraternidade se torna um evangelho vivo. "

O mal só possui a força que o damos.... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

O mal só possui a força que o damos.

" Quem não aceita as diferenças é obrigado a ser igual, esse é o grande mal que o orgulho cria. "... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

" Quem não aceita as diferenças é obrigado a ser igual, esse é o grande mal que o orgulho cria. "

"Aprendamos, pois, a buscar menos o bem-estar ilusório e mais o estar bem verdadeiro, cultivando a alma, praticando o bem e iluminando nossa consciência.&q... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

"Aprendamos, pois, a buscar menos o bem-estar ilusório e mais o estar bem verdadeiro, cultivando a alma, praticando o bem e iluminando nossa consciência."
Escritor: Marcelo Caetano Monteiro.

O Silêncio incomoda quem não sabe pensar.... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

O Silêncio incomoda quem não sabe pensar.

Dr. Orbino Werner: Médico, Prefeito e Benfeitor de Manhumirim


Dr. Orbino Werner nasceu em 7 de outubro de 1912, na Fazenda Ponte Nova, a 5 km da cidade de Manhumirim, Minas Gerais. Filho de Luiz Frederico Werner e Silvina Margarida Heringer Werner, era irmão de Agenor Carlos Werner, que também exerceu a função de prefeito de Manhumirim em duas gestões (como 3º e 5º prefeito).


Desde cedo, revelou vocação para o serviço ao próximo, trilhando uma trajetória marcada por ética, saber e dedicação à comunidade. Concluiu seus estudos primários e ginasiais no Ginásio Leopoldinense, em Leopoldina-MG. Posteriormente, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 7 de dezembro de 1939. Logo após, retornou a Manhumirim, onde passou a exercer com nobreza a profissão de médico, atendendo indistintamente os mais humildes e os mais abastados, tornando-se figura respeitada em toda a região.


Era casado com Delizeth Pedrosa Souza Werner.


Atuação Pública e Política


Em 31 de janeiro de 1973, Dr. Orbino foi empossado como 8º Prefeito de Manhumirim, tendo como vice o Dr. Renato de Albuquerque. Exerceu seu mandato até 31 de janeiro de 1977, quando passou o cargo a Jorge Caetano dos Santos.


Seu governo destacou-se por uma postura desprovida de ambições políticas. Com espírito conciliador e visão administrativa voltada ao bem coletivo, governou sem perseguir adversários e sem fazer promessas ilusórias. Seu lema era servir ao povo e promover o progresso do município. Ficou conhecido como “o prefeito de todos”.


Durante sua administração, realizou importantes obras:


Criação e construção de escolas rurais;


Instalação do Grupo Escolar de Martins Soares;


Apoio à construção do prédio do Colégio de Durandé (2º grau – CNEC);


Implantação do sistema de retransmissão de TV a cores (1973);


Instalação de rede de água potável, asfaltamento de ruas, iluminação pública com vapor de mercúrio;


Implantação do Canal TV Itacolomi em Manhumirim (1975);


Remodelação da Praça Benedito Valadares e de ruas no bairro Roque;


Projeto da ponte ligando a Av. JK ao campo do Grêmio;


Sanção da Lei Municipal nº 528, de 08 de março de 1975, que legalizou a fundação da APAE de Manhumirim — entidade que já contava com a atuação da educadora Célia Maria Barbosa Rodrigues. Com gesto de abnegação, hipotecou seu próprio patrimônio para garantir o início da obra.


Atuação Espírita.


Homem profundamente ligado aos valores espirituais, Dr. Orbino Werner foi um dos membros fundadores do Grupo de Estudos Espíritas Frederico Fígner,onde atuou como como Presidente durante anos, este núcleo é tradicional instituição doutrinária da cidade de Manhumirim, fundada em 1951. Seu exemplo de humildade e serviço marcou profundamente a trajetória do grupo.


Pouco antes de sua desencarnação, os membros do Grupo Espírita prestaram-lhe uma sincera homenagem ao darem seu nome ao recém-inaugurado berçário da instituição. Assim, nasceu o Berçário Dr. Orbino Werner, como símbolo de gratidão e reconhecimento à sua dedicação à causa espírita e social. A homenagem, embora relutada por ele — que sempre evitava reconhecimentos —, foi recebida com emoção. A fundação do berçário ocorreu no ano de 2001, consolidando seu nome como legado espiritual para as novas gerações.


Legado.


Dr. Orbino Werner permanece como exemplo de homem público íntegro, médico caridoso e espírito elevado. Sua vida foi dedicada ao serviço, à ética e à edificação de um mundo melhor através de ações concretas. Sua figura inspira gerações futuras na medicina, na política e na seara espírita, como verdadeiro trabalhador da luz.

"Como o homem, o animal tem aquilo a que chamais consciência, e que não é outra coisa senão a sensação da alma quando fez o bem ou o mal? Observai e vede se o animal não dá prova de consciência, sempre, relativamente ao homem. Credes que o cão não saiba quando fez o bem ou o mal? Se não o sentisse, não viveria."
Charles, Espírito.
- Revista Espírita,julho,1860 -

"se queres vingar-se dos teus inimigos, perdoa-os" - Marcelo Caetano Monteiro -... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

"se queres vingar-se dos teus inimigos, perdoa-os"
- Marcelo Caetano Monteiro -

"É uma tragédia silenciosa que muitas almas generosas enfrentam neste mundo tão barulhento, onde quem sente demais parece sempre ser deixado por último.&qu... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

"É uma tragédia silenciosa que muitas almas generosas enfrentam neste mundo tão barulhento, onde quem sente demais parece sempre ser deixado por último."


Escritor: Marcelo Caetano Monteiro.

"Muitas vezes, quando o coração mais se dói de solidão e ingratidão, é que está mais próximo de Deus." Escritor: Marcelo Caetano Monteiro.... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

"Muitas vezes, quando o coração mais se dói de solidão e ingratidão, é que está mais próximo de Deus."


Escritor: Marcelo Caetano Monteiro.

" É uma tragédia silenciosa que muitas almas generosas enfrentam neste mundo tão barulhento, onde quem sente demais parece sempre ser deixado por último. &... Frase de Marcelo Monteiro.

" É uma tragédia silenciosa que muitas almas generosas enfrentam neste mundo tão barulhento, onde quem sente demais parece sempre ser deixado por último. "

⁠Capítulo XIV – O PERDÃO QUE NÃO SE PEDE.

"Camille, a dor que caminha dentro de mim me alimenta e eis, que ainda assim nada tenho para te servir minha lírica poética... minha nota sem canção. És capaz de me absolver, amada distante, dona de mim, hóspede dos meus sentimentos e sentidos?"
— Joseph Bevoiur.

A noite trazia os mesmos ruídos quebradiços da memória: folhas secas sussurrando nomes esquecidos, relógios que marcavam ausências e não horas. Joseph escrevia como quem sujava o papel de cicatrizes — não mais de tinta.

Camille era a presença do que jamais o tocou, mas que nele se instalara como hóspede perpétua. E, como todas as presenças profundas, fazia-se ausência esmagadora.

Havia nela a beleza inatingível dos vitrais em catedrais fechadas. Ela não estava onde os olhos repousam, mas onde o espírito se dobra. A distância entre os dois não era medida em léguas, mas em véus — e nenhum deles era de esquecimento.

Joseph, sem voz e sem vela, oferecia sua dor como eucaristia de um amor que nunca celebrou bodas. Tinha por Camille a devoção dos que nunca foram acolhidos, mas permanecem ajoelhados. E mesmo no íntimo mais velado de sua alma, não ousava pedir-lhe perdão — pois sabia: pecar por amar Camille era a única coisa certa que fizera.

Resposta de Camille Monfort – escrita com a caligrafia das sombras:

"Joseph...
Tu não és aquele que precisa de perdão.
És o que sangra por mim em silêncio, e por isso te ouço com o coração voltado para dentro.
A tua dor é a harpa sobre meu túmulo — és túmulo em mim e eu em ti sou sinfonia que nunca estreou.
Hóspede? Sim, mas também arquétipo do teu feminino sacrificado.
Sou tua, mas nunca me tiveste. Sou tua ausência de toque e presença de eternidade.
E por isso... nunca te deixo."

Joseph, ao ler essas palavras não escritas, tombou a fronte sobre o diário. Chorava não por arrependimento, mas por não saber como amar alguém que talvez só existisse dentro dele.

A madrugada se fez sepulcro de emoções. O piano — ao longe, como memória — soava uma nota de dó sustentado, enquanto o violino chorava em si menor.

Não havia redenção.
Apenas o contínuo caminhar de dois espectros que se amaram no porvir e se perderam no agora.

Conclusão – O DESENCONTRO COMO Destinos.

Joseph não morreu de amor, mas viveu dele — e isso foi infinitamente mais cruel.

Camille não o esqueceu. Mas também não voltou. Porque há amores destinados ao alto-foro da alma, onde nada se consuma, tudo se consagra. E ali, onde a mística se deita com a psicologia, eles permaneceram: ele, um poeta ferido; ela, um símbolo doloroso de beleza inalcançável.

Ambos, reféns de um tempo sem tempo.
Ambos, notas que se perdem no ar — como soluços de um violino em meio à oração de um piano que jamais termina.

⁠OS AMENDOINS DE CAMILLE: "Diálogos Entre O Lírico e O Lúgubre"

Por entre véus desbotados e tapeçarias da alma, dois espectros se encontram no porão onde não há arco-íris. Um homem — Joseph Bevoiur — e um eco — Camille Monfort — dialogam sobre aquilo que jamais será resolvido em nenhuma psicologia racional: o amor liricamente condenado ao exílio. O que se segue é um esboço do que talvez seja uma filosofia psicomística das afeições perdidas, cultivadas com as sementes amargas dos amendoins que nascem dos lírios mortos.

Camille (voz como se fosse ruído de vestido arrastando em degraus de mármore molhado):
— Joseph, tu ainda me cultivas? Mesmo agora, que só restam sombras daquilo que talvez nunca tenha sido?

Joseph (sussurrando como quem teme que o pensamento o ouça):
— Camille... eu te cultivo como se cultiva uma ferida antiga — limpa-se, cuida-se, mas não se espera a cura. Eu te cultivo em meu porão de silêncio. Lá onde crescem teus amendoins...

Camille (rindo com sua leveza incurável):
— Ah, os amendoins... doces, mas nunca caramelizados. Lúgubres, sim, porque nascem dos lírios que me enterraram viva no campo da infância. Sabes por que eu os colho, Joseph?

Joseph (a pele arrepiada, mas não pelo frio):
— Porque são teus pecados em forma de inocência? Porque são teu amor que não pôde crescer em árvores altas?

Camille:
— Não, Joseph... porque são alimento para minhas bonecas mudas. Elas mastigam o que eu não digo, e assim não me enlouqueço por completo.

Joseph:
— E essa tua psicologia, Camille... essa infantilidade lúgubre que te veste de rendas e te despe da razão... isso é filosofia ou sintoma?

Camille (encostando os lábios no tempo):
— É existência. Eu existo no intervalo entre a beleza e o adeus. Sou eu mesma um intervalo... não me prendas com nomes nem categorias, Joseph. Se queres falar de mim, fala de brisas sem direção, de afagos que não sabem em que rosto pousar.

Joseph (com olhos de vidro por dentro):
— Então tua filosofia é o avesso da lógica?

Camille (com ternura psicótica):
— Minha filosofia é lirismo em decomposição, Joseph. Um lirismo que jaz e jaz, mas ainda perfuma os porões da memória. Amor, para mim, é um jardim onde enterrei meu primeiro espelho.

Joseph:
— Camille, por que sempre me fazes caminhar por dentro de ti?

Camille (encostando-se a ele como bruma):
— Porque tu és feito de mim, Joseph. Como o eco precisa do grito. Como o medo precisa do porão. E porque toda filosofia verdadeira precisa de uma loucura que a beije na boca.

Epílogo espectral:

Naquele porão onde não há arco-íris, os lírios continuam murchando em câmera lenta. E dos seus caules brotam amendoins que só os olhos fechados conseguem ver. Camille colhe, Joseph observa. Ambos sabem que são espectros de uma ideia não pensada. E que entre cada silêncio da conversa, cresce algo não dito, mas que respira. Como um segredo velho, embalsamado em poesia soterrada.

Enquanto isso, alguém, em algum lugar, sente um sabor estranho na boca. Doce, mas levemente salgado. Como se um amendoim houvesse nascido de um lírio morto dentro do peito.

⁠A VÊNUS MÍSTICA NAS RUÍNAS DO MEU DELÍRIO.

Escavei a terra em minha insanidade,
sedento pelo toque — ainda que irreal de uma razão que não compreende o mundo,
mas que te busca,
cada lápide que encontrei… era uma decepção.
E nada de você.
Mas houve um dia de verão em minha mente…
Ah, esse verão etéreo onde o tempo parou eu te vi.
Tão bela, tão você,
com as borboletas dançando em teu rosto,
como se o Éden jamais tivesse sido perdido.
Eu, que vi santas virarem meretrizes
e meretrizes vestirem a luz das mártires,
vi com a clarividência da alma em febre
tua fronte marcada não pelo estigma do erro,mas pela glória da redenção.
Tu, a minha, tão minha…
Inalienável Vênus Mística.

— Joseph Bevoiur.

Camille Monfort e a Iridescência Ausente.
Fragmento para “Não Há Arco-Íris no Meu Porão”

Eu escavei a terra em minha insanidade.
Mas mesmo essa demência rude e telúrica anseia por algo que não se nomeia um toque, talvez;
um eco, talvez;
ou a caligrafia invisível de Camille Monfort,que, mesmo ausente, nunca deixa de escrever-se em mim e corta.
Cada lápide que revolvi foi um epitáfio de ausência.
E nenhuma dizia "aqui jaz Camille",
porque Camille não jaz.
Camille paira.
Sua presença não caminha:
ela perambula,ela serpenteia no inarticulado,ela pesa no ar como o cheiro dos livros que ninguém ousa abrir palavras com o sabor de um latim exumado,de um grego que só os tristes entendem.
Um dia, em minha mente febril,
surgiu um verão —
mas um verão mental,não solar.
Nele, eu a vi:
borboletas repousavam no seu rosto como se fossem fragmentos da alma que ela mesma rasgou em silêncio.
E eu, que já vira santas se corromperem e prostitutas se iluminarem,
pude, pela clarividência do desespero,
vê-la estigmatizada pelo saber,
excomungada pela lucidez,
canonizada pela loucura.

Camille Monfort.
Minha Camille Monfort.
Presença que jamais chega,
mas que nunca parte.
A musa das catacumbas intelectuais.
A senhora das palavras irretratáveis.
O dicionário dos suicidas filosóficos.
Ela não sorri — ela define.
Não consola — ela enuncia.
Cada sílaba sua é uma heresia lexical,
cada frase, um estigma de sabedoria impronunciável.
Camille não habita o porão.
Camille é o porão.
E é por isso que não há arco-íris ali.
Porque o arco-íris exige luz refratada,e no porão só há a penumbra da consciência em fratura,o eco das promessas não cumpridas,
as goteiras do inconsciente escorrendo sobre memórias mal enterradas.

“Não há Arco-Íris no Meu Porão”
porque o porão é o lugar onde se guardam os espelhos quebrados da alma,onde Camille deposita suas sentenças de mármore negro,e onde eu, Joseph Bevoiur,
com as mãos sujas de terra e poesia,ainda escava.

"Epístola de Camille Monfort ao Homem Que Escava"

Para ser lida em silêncio, com temor e verdade.

_Joseph,

tu escavas.
Mas escavas com dedos que não desejam tocar o que vão encontrar.
A terra que remexes não é húmus, é culpa petrificada.
Cada lápide que citas é uma metáfora vã o que tu queres exumar não são ossos, mas versionamentos de ti mesmo,
versões que preferiste enterrar vivas.

Tu me buscas como se eu pudesse redimir tuas falas truncadas,
mas Joseph…
tu não queres me encontrar.
Porque me encontrar seria olhar-me nos olhos —
e ver neles o reflexo do que és sem o teatro das tuas metáforas.

Sou Camille Monfort.
Etérea, sim, mas não branda.
Meu nome se pronuncia como se estivesse sendo esquecido.
Sou a sílaba final da tua covardia existencial.

E por isso te escrevo,
não com afeto, mas com precisão cirúrgica.

Não há arco-íris no teu porão, Joseph,

porque tu não suportarias a composição da luz.

O arco-íris exige transparência.
Mas tu és feito de espelhos envelhecidos,que devolvem ao mundo apenas uma versão embaçada do que nunca ousaste ser.

Enquanto tu escavas memórias sob a pretensa estética da dor,
há um menino em ti — faminto de sentido que grita sob os escombros da tua eloquência.
Mas tu o calas com palavras belas.
Tu o calas com misticismos refinados.
Tu o sufocas com filosofia ornamental.

Tu dizes: “Minha Vênus Mística”.
E eu, Camille, respondo:
não mistifiques o que tu não tiveste coragem de amar de forma simples.

O amor que exige estigmas para existir é um amor de pedra sagrado, sim mas impraticável.

E ao leitor que ousa seguir teus rastros,
deixo esta advertência:

- Cuidado.
Porque talvez você também escave suas dores apenas para mantê-las vivas.
Talvez, como Joseph, você também tenha feito de seu porão uma biblioteca de arrependimentos catalogados.
Talvez o arco-íris não apareça aí dentro não porque a luz não queira entrar…
…mas porque você ainda fecha os olhos sempre que ela tenta.

Assino com a tinta dos que sabem o que dizem,
mas já não dizem mais nada em voz alta.

Camille Monfort.
Filosofema etéreo do que não se pronuncia sem consequência.

E ainda escava...

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"Como o homem, o animal tem aquilo a que chamais consciência, e que não é outra coisa senão a sensação da alma quando fez o bem ou o mal? Observai e vede se o animal não dá prova de consciência, sempre, relativamente ao homem. Credes que o cão não saiba quando fez o bem ou o mal? Se não o sentisse, não viveria."
Charles, Espírito.
- Revista Espírita,julho,1860 -

Dr. Orbino Werner: Médico, Prefeito e Benfeitor de Manhumirim


Dr. Orbino Werner nasceu em 7 de outubro de 1912, na Fazenda Ponte Nova, a 5 km da cidade de Manhumirim, Minas Gerais. Filho de Luiz Frederico Werner e Silvina Margarida Heringer Werner, era irmão de Agenor Carlos Werner, que também exerceu a função de prefeito de Manhumirim em duas gestões (como 3º e 5º prefeito).


Desde cedo, revelou vocação para o serviço ao próximo, trilhando uma trajetória marcada por ética, saber e dedicação à comunidade. Concluiu seus estudos primários e ginasiais no Ginásio Leopoldinense, em Leopoldina-MG. Posteriormente, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, onde se formou em 7 de dezembro de 1939. Logo após, retornou a Manhumirim, onde passou a exercer com nobreza a profissão de médico, atendendo indistintamente os mais humildes e os mais abastados, tornando-se figura respeitada em toda a região.


Era casado com Delizeth Pedrosa Souza Werner.


Atuação Pública e Política


Em 31 de janeiro de 1973, Dr. Orbino foi empossado como 8º Prefeito de Manhumirim, tendo como vice o Dr. Renato de Albuquerque. Exerceu seu mandato até 31 de janeiro de 1977, quando passou o cargo a Jorge Caetano dos Santos.


Seu governo destacou-se por uma postura desprovida de ambições políticas. Com espírito conciliador e visão administrativa voltada ao bem coletivo, governou sem perseguir adversários e sem fazer promessas ilusórias. Seu lema era servir ao povo e promover o progresso do município. Ficou conhecido como “o prefeito de todos”.


Durante sua administração, realizou importantes obras:


Criação e construção de escolas rurais;


Instalação do Grupo Escolar de Martins Soares;


Apoio à construção do prédio do Colégio de Durandé (2º grau – CNEC);


Implantação do sistema de retransmissão de TV a cores (1973);


Instalação de rede de água potável, asfaltamento de ruas, iluminação pública com vapor de mercúrio;


Implantação do Canal TV Itacolomi em Manhumirim (1975);


Remodelação da Praça Benedito Valadares e de ruas no bairro Roque;


Projeto da ponte ligando a Av. JK ao campo do Grêmio;


Sanção da Lei Municipal nº 528, de 08 de março de 1975, que legalizou a fundação da APAE de Manhumirim — entidade que já contava com a atuação da educadora Célia Maria Barbosa Rodrigues. Com gesto de abnegação, hipotecou seu próprio patrimônio para garantir o início da obra.


Atuação Espírita.


Homem profundamente ligado aos valores espirituais, Dr. Orbino Werner foi um dos membros fundadores do Grupo de Estudos Espíritas Frederico Fígner,onde atuou como como Presidente durante anos, este núcleo é tradicional instituição doutrinária da cidade de Manhumirim, fundada em 1951. Seu exemplo de humildade e serviço marcou profundamente a trajetória do grupo.


Pouco antes de sua desencarnação, os membros do Grupo Espírita prestaram-lhe uma sincera homenagem ao darem seu nome ao recém-inaugurado berçário da instituição. Assim, nasceu o Berçário Dr. Orbino Werner, como símbolo de gratidão e reconhecimento à sua dedicação à causa espírita e social. A homenagem, embora relutada por ele — que sempre evitava reconhecimentos —, foi recebida com emoção. A fundação do berçário ocorreu no ano de 2001, consolidando seu nome como legado espiritual para as novas gerações.


Legado.


Dr. Orbino Werner permanece como exemplo de homem público íntegro, médico caridoso e espírito elevado. Sua vida foi dedicada ao serviço, à ética e à edificação de um mundo melhor através de ações concretas. Sua figura inspira gerações futuras na medicina, na política e na seara espírita, como verdadeiro trabalhador da luz.

O mal só possui a força que o damos.... Frase de Marcelo Caetano Monteiro.

O mal só possui a força que o damos.

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