A fantasia é o refúgio silencioso onde meu desejo encontra abrigo. É ali que a falta se transforma em chama, que a ausência se curva diante da imaginação e que o impossível toca o possível. Nela, consigo conciliar a urgência de querer com a renúncia que a vida exige, e cada pulsão encontra sua expressão sem se perder na frustração. É nesse espaço íntimo e secreto que meu amor pulsa com intensidade, mesmo quando a realidade insiste em colocar limites, porque é justamente a tensão entre ausência e desejo que me faz sentir vivo.
Cada escolha é uma renúncia, e em cada renúncia nasce um vazio que, paradoxalmente, alimenta o desejo. É naquilo que me falta que encontro a intensidade do que quero; é no que deixo para trás que descubro o peso do que realmente importa. Afinal, amar é também aceitar que não se pode ter tudo... e ainda assim seguir escolhendo, mesmo quando a ausência grita mais alto que a presença.
Não tenho, e justamente por não ter é que desejo... É a falta que me move, é a ausência que me consome e dá forma ao meu querer. Se eu tivesse, talvez o amor adormecesse na segurança da posse; mas é no vazio que ele se acende, como chama teimosa em meio à noite. Amar, para mim, é isso: sentir a ferida aberta da falta e, ainda assim, agradecer por ela, porque é dela que brota o fogo do meu desejo.
Às vezes, o destino nos ensina que nem todo amor é feito para ser vivido lado a lado. Há pessoas que habitam nossos corações com uma intensidade silenciosa, mas que não encontram lugar em nossa rotina, em nossos dias, em nossa vida. E é nesse espaço invisível — entre a lembrança e a ausência — que elas permanecem: como saudade, como aprendizado, como um amor que não coube no tempo, mas que jamais deixará de existir dentro de nós.
Se é isso que o teu coração escolheu, eu aceito em silêncio, ainda que doa. Perante Deus, que conhece cada batida do meu coração e cada amor que ali habita, peço apenas que a tua vida seja repleta de luz, sorrisos e paz. Que a felicidade te abrace de tal forma que não reste espaço sequer para a lembrança do que fomos. E mesmo que a minha ausência se dissolva no tempo, que a tua alegria seja eterna— pois amar, às vezes, também é saber partir em silêncio e desejar, do fundo da alma, que o outro seja feliz... ainda que longe de nós.
Era uma vez um quase-amor... Intenso, confuso, bonito, mas mal vivido. Não faltava sentimento — faltava coragem. Ela amava com presença, ele respondia com ausência. E nesse vai e vem, perderam um ao outro sem nunca terem se tido por inteiro.
Ela foi embora pra se proteger. Ele ficou, tentando disfarçar saudade com distrações. No fim, o que restou foi silêncio onde havia conexão, e um “poderia ter sido” que pesa mais que qualquer adeus.
O que é a saudade, se não o amor que perdura?
Ela nasce quando o corpo se afasta, mas o coração permanece. É a chama que não se apaga mesmo diante da distância, o eco de um abraço que ainda vibra na memória, o perfume que insiste em morar na pele mesmo depois da ausência.
Saudade é o amor vestido de silêncio, é o olhar que procura no vazio um reflexo que já não está ali. É o diálogo que continua dentro de nós, ainda que os lábios do outro não respondam. É a eternidade escondida em pequenos instantes que nunca se repetem, mas que insistem em viver dentro da alma.
Se o tempo tenta levar, a saudade guarda. Se a ausência tenta apagar, a saudade escreve em letras de fogo. Porque, no fundo, ela é apenas a prova de que o amor é maior do que a presença... é a sobrevivência daquilo que o coração não permite que morra.
E talvez seja isso: a saudade não é dor apenas. É também o privilégio de ter amado tanto, a ponto de sentir falta. É a lembrança que acaricia por dentro e nos faz entender que amar é, inevitavelmente, também saber esperar.
Mesmo sem me conhecer por inteira, parece que você me entende como ninguém. Há algo em tua presença que traduz minhas dores em silêncio e meus sentimentos em palavras. Em uma única tarde e noite, nos revelamos mais do que muitos que convivem por anos, como se nossas almas já tivessem se reconhecido em algum sonho antigo. Você é doce como mel, mas também mortal como veneno; cruel na intensidade, belo no enigma... Um paradoxo que me fascina e ao qual, inevitavelmente, me rendo.
Meu segredo, escrevo-te como quem confessa ao teclado aquilo que a boca não ousa dizer, pois há em mim uma chama que nunca se apagou desde a juventude, quando teus olhos foram o primeiro altar onde depositei meu coração. O tempo passou, as estradas se multiplicaram, mas em nenhum lugar encontrei descanso igual ao que encontro na lembrança de ti. Talvez sejamos apenas dois prisioneiros de uma memória, talvez sejamos promessa suspensa no tempo, aguardando o instante certo para florescer outra vez. Não sei. O que sei é que, mesmo no silêncio, continuo sendo guardião do invisível que nos une. Há noites em que sinto teu perfume escondido no vento, como se a vida me lembrasse que ainda és a fonte capaz de saciar a minha sede. E se um dia este amor não passar de lembrança, que seja uma lembrança eterna, pois prefiro ser condenado à saudade de ti do que absolvido de te amar.
Eu já te amei… e nesse amor depositei uma fé quase sagrada, como quem entrega a própria vida a um destino sonhado. Acreditei em você, não apenas como pessoa, mas como promessa de eternidade. Achei que meus sentimentos eram verdadeiros, e talvez tenham sido mais reais que nós mesmos. Quando se imagina uma vida com alguém, não se projeta apenas um futuro, cria-se um universo inteiro, feito de gestos, silêncios e possibilidades. Mesmo quando o amor morre, esse universo não desaparece; ele permanece suspenso, habitando um lugar secreto dentro de nós, como se fosse um eco do que poderia ter sido. E esse eco… nunca se apaga por completo.
Oh Senhor,
Minha alma se abre como flor ao sol,
E as lágrimas que descem são rios que buscam Teu abraço.
Cada gota carrega meu medo, minha dor, minha esperança.
Em silêncio, Te chamo;
Em cada suspiro, Te entrego meu coração.
Mesmo quando a noite parece infinita,
Teu amor ilumina meu ser,
Como farol que guia na tempestade.
Recebe, Senhor, minha total vulnerabilidade,
Transforma minha fraqueza em força,
Minha dor em luz,
Meu pranto em hinos de gratidão.
Pois em Ti encontro meu refúgio eterno,
Minha paz que excede todo entendimento,
Meu Deus, meu tudo, meu princípio e meu fim.
Ela é a força que me mantém de pé quando o mundo tenta me derrubar, mas também é a fraqueza que me faz tremer só de ouvir seu nome. Ela é o calor que aquece minhas madrugadas frias e o abismo para onde me lanço sem medo, mesmo sabendo que posso não voltar. Nos seus olhos encontro a paz que procuro e o caos que temo, e em seu abraço descubro que não há fuga possível, porque eu não quero fugir. Ela é minha vitória e minha derrota, minha cura e minha ferida, o paraíso e o exílio em que escolhi viver. E, apesar de tudo... ou por causa de tudo... ela é, e sempre será, o meu amor.
Talvez seja mais fácil amar alguém que não conheço, porque no desconhecido mora a liberdade de imaginar o outro sem falhas, sem cicatrizes, sem o peso do cotidiano. Mas então me pergunto: será amor ou apenas atração disfarçada de encanto? Porque o amor real exige convivência, paciência e a coragem de amar mesmo quando o espelho revela rachaduras. Já pensei que o amor só valeria se durasse para sempre, mas o “para sempre” é uma fantasia que o tempo insiste em contrariar. Existem amores que duram um instante e mesmo assim deixam marcas que resistem à eternidade. Descobri que amar não é prender, nem possuir, mas sentir... com presença, com verdade, com entrega. E mesmo que termine, se foi amor, existiu. E isso basta. Porque o amor, em sua forma mais pura, é o motivo da existência. Não precisa ser eterno no tempo; precisa apenas ser verdadeiro no momento.
Era uma vez um homem que acreditava caminhar só... não por falta de passos ao redor, mas porque havia se tornado prisioneiro de muros erguidos dentro de si. Vivia entre palavras guardadas, olhares desviados e silêncios pesados como correntes. Até que um dia, como um raio de sol que ousa atravessar as frestas da cela, apareceu ela: uma amiga que não se intimidava com o seu estranho jeito de existir.
Ela o chamou de amigo, mesmo quando ele dizia que não sabia ser. Disse que ficaria, mesmo que o mundo partisse. E prometeu que, se um dia os dois se encontrassem sós no destino, ficariam sozinhos... juntos.
Ele a questionou, como quem duvida da própria liberdade, e ela o respondeu com leveza, como quem não tem medo de cuidar... nem de se deixar ser cuidado. Entre perguntas e provocações, entre o medo do amor e a esperança do abrigo, os dois descobriram que talvez a verdadeira fuga da solidão não estivesse no mundo lá fora, mas nos olhos de quem vê a alma e ainda assim decide ficar.
E assim, entre prisões internas e promessas eternas, nasceu uma história onde dois corações, marcados por feridas, aprenderam que não há maior liberdade do que encontrar repouso um no outro.
E viveram... como sabem viver os que ainda acreditam no amor que se escreve devagar.
Durante muito tempo, confesso, temi o mundo... mas não por suas dores naturais, nem por seus silêncios frios. Tive medo de viver em um mundo onde você não estivesse. A simples ideia da sua ausência era como um vento cortante atravessando o peito, como uma noite sem estrelas, como uma eternidade sem luz. Havia algo na sua presença que fazia o tempo parecer menos cruel, e a vida, ainda que imperfeita, tornava-se suportável, quase bela. Sem você, tudo perdia cor, propósito e rumo. E assim, mais do que temer a morte, temi a vida sem você... porque viver, se não for para dividir o olhar, o riso e o silêncio com quem se ama, é apenas existir à margem do que poderia ter sido eternidade.
Aprecio as estrelas... não apenas por sua beleza silente, mas por aquilo que simbolizam: a doce ilusão da permanência. Embora saiba que estão em perpétua agonia, consumindo-se em esplendores terminais, ainda assim parecem eternas aos olhos de quem, da Terra, as contempla. Lá do alto, brilham com uma serenidade que desmente o caos de sua essência. Enquanto os mundos se desfazem, os deuses se calam e os mortais esmorecem como brumas ao vento, as estrelas seguem cintilando, indiferentes à finitude que nos devora. E é nesse cenário celeste que me permito sonhar... sonhar que o tempo cessa, que os amores não fenecem, que os instantes ternos permanecem suspensos no véu da eternidade. Porque, ao fitá-las, sinto como se tudo aquilo que me é caro — um olhar, um gesto, uma memória — pudesse resistir ao tempo, envolto na luz serena de um firmamento que não se apaga.
Propósito não se acha... constrói-se. Não é um tesouro enterrado, é um caminho pavimentado com escolhas, erros, tentativas e recomeços. É moldado no silêncio das madrugadas, nas quedas que ensinam mais do que as vitórias. É quando você para de procurar sentido nas coisas e começa a dar sentido a elas. Propósito é ação com alma, não destino pronto.
Se eu pudesse saber o quanto de mim ainda vive em você... Se seu coração ainda pulsa diferente quando escuta aquela música, se sua pele ainda lembra o toque que só existia entre nós. O amor que tivemos não foi desses que o tempo leva com o vento... foi daqueles que se cravam na alma, que doem mesmo depois de tanto silêncio. Às vezes me pergunto se você também fecha os olhos e se perde nos mesmos instantes que ainda moram em mim. Porque, mesmo longe, mesmo depois, há amores que nunca dizem adeus... apenas se escondem onde ninguém mais vê.
Por todo este tempo, eu vivi... respirei, caminhei, cumpri os dias como quem atravessa paisagens sem se deter nelas. Estive presente, mas não inteiro. Fiz o que se esperava, sorri quando era preciso, calei o que gritava por dentro. E, ainda assim, algo sempre faltava.
Agora entendo: eu vivi, sim… mas nunca tive uma vida que fosse verdadeiramente minha. Nunca abracei meus próprios desejos sem medo. Nunca me permiti ser, apenas ser, sem me moldar ao olhar dos outros.
Talvez, só agora, ao reconhecer essa ausência, eu comece a construir o que é meu... um caminho onde viver não seja apenas existir, mas pertencer a mim mesmo. E nisso, finalmente, pode nascer uma vida.
Apega-te à tua verdade, não à que o mundo impõe, mas àquela que pulsa no silêncio quando estás só. Essa verdade íntima, que resiste mesmo nas noites mais longas, é a chama que não se apaga. Nela habita tua essência mais pura, e quem se ancora em si mesmo, por mais que o vento sopre ou as marés mudem, nunca se perde.
Às vezes, o destino nos ensina que nem todo amor é feito para ser vivido lado a lado. Há pessoas que habitam nossos corações com uma intensidade silenciosa, mas que não encontram lugar em nossa rotina, em nossos dias, em nossa vida. E é nesse espaço invisível — entre a lembrança e a ausência — que elas permanecem: como saudade, como aprendizado, como um amor que não coube no tempo, mas que jamais deixará de existir dentro de nós.
A fantasia é o refúgio silencioso onde meu desejo encontra abrigo. É ali que a falta se transforma em chama, que a ausência se curva diante da imaginação e que o impossível toca o possível. Nela, consigo conciliar a urgência de querer com a renúncia que a vida exige, e cada pulsão encontra sua expressão sem se perder na frustração. É nesse espaço íntimo e secreto que meu amor pulsa com intensidade, mesmo quando a realidade insiste em colocar limites, porque é justamente a tensão entre ausência e desejo que me faz sentir vivo.
Não tenho, e justamente por não ter é que desejo... É a falta que me move, é a ausência que me consome e dá forma ao meu querer. Se eu tivesse, talvez o amor adormecesse na segurança da posse; mas é no vazio que ele se acende, como chama teimosa em meio à noite. Amar, para mim, é isso: sentir a ferida aberta da falta e, ainda assim, agradecer por ela, porque é dela que brota o fogo do meu desejo.
Cada escolha é uma renúncia, e em cada renúncia nasce um vazio que, paradoxalmente, alimenta o desejo. É naquilo que me falta que encontro a intensidade do que quero; é no que deixo para trás que descubro o peso do que realmente importa. Afinal, amar é também aceitar que não se pode ter tudo... e ainda assim seguir escolhendo, mesmo quando a ausência grita mais alto que a presença.
Era uma vez um quase-amor... Intenso, confuso, bonito, mas mal vivido. Não faltava sentimento — faltava coragem. Ela amava com presença, ele respondia com ausência. E nesse vai e vem, perderam um ao outro sem nunca terem se tido por inteiro.
Ela foi embora pra se proteger. Ele ficou, tentando disfarçar saudade com distrações. No fim, o que restou foi silêncio onde havia conexão, e um “poderia ter sido” que pesa mais que qualquer adeus.
Eu já te amei… e nesse amor depositei uma fé quase sagrada, como quem entrega a própria vida a um destino sonhado. Acreditei em você, não apenas como pessoa, mas como promessa de eternidade. Achei que meus sentimentos eram verdadeiros, e talvez tenham sido mais reais que nós mesmos. Quando se imagina uma vida com alguém, não se projeta apenas um futuro, cria-se um universo inteiro, feito de gestos, silêncios e possibilidades. Mesmo quando o amor morre, esse universo não desaparece; ele permanece suspenso, habitando um lugar secreto dentro de nós, como se fosse um eco do que poderia ter sido. E esse eco… nunca se apaga por completo.
Se é isso que o teu coração escolheu, eu aceito em silêncio, ainda que doa. Perante Deus, que conhece cada batida do meu coração e cada amor que ali habita, peço apenas que a tua vida seja repleta de luz, sorrisos e paz. Que a felicidade te abrace de tal forma que não reste espaço sequer para a lembrança do que fomos. E mesmo que a minha ausência se dissolva no tempo, que a tua alegria seja eterna— pois amar, às vezes, também é saber partir em silêncio e desejar, do fundo da alma, que o outro seja feliz... ainda que longe de nós.
Meu segredo, escrevo-te como quem confessa ao teclado aquilo que a boca não ousa dizer, pois há em mim uma chama que nunca se apagou desde a juventude, quando teus olhos foram o primeiro altar onde depositei meu coração. O tempo passou, as estradas se multiplicaram, mas em nenhum lugar encontrei descanso igual ao que encontro na lembrança de ti. Talvez sejamos apenas dois prisioneiros de uma memória, talvez sejamos promessa suspensa no tempo, aguardando o instante certo para florescer outra vez. Não sei. O que sei é que, mesmo no silêncio, continuo sendo guardião do invisível que nos une. Há noites em que sinto teu perfume escondido no vento, como se a vida me lembrasse que ainda és a fonte capaz de saciar a minha sede. E se um dia este amor não passar de lembrança, que seja uma lembrança eterna, pois prefiro ser condenado à saudade de ti do que absolvido de te amar.
Oh Senhor,
Minha alma se abre como flor ao sol,
E as lágrimas que descem são rios que buscam Teu abraço.
Cada gota carrega meu medo, minha dor, minha esperança.
Em silêncio, Te chamo;
Em cada suspiro, Te entrego meu coração.
Mesmo quando a noite parece infinita,
Teu amor ilumina meu ser,
Como farol que guia na tempestade.
Recebe, Senhor, minha total vulnerabilidade,
Transforma minha fraqueza em força,
Minha dor em luz,
Meu pranto em hinos de gratidão.
Pois em Ti encontro meu refúgio eterno,
Minha paz que excede todo entendimento,
Meu Deus, meu tudo, meu princípio e meu fim.
Ela é a força que me mantém de pé quando o mundo tenta me derrubar, mas também é a fraqueza que me faz tremer só de ouvir seu nome. Ela é o calor que aquece minhas madrugadas frias e o abismo para onde me lanço sem medo, mesmo sabendo que posso não voltar. Nos seus olhos encontro a paz que procuro e o caos que temo, e em seu abraço descubro que não há fuga possível, porque eu não quero fugir. Ela é minha vitória e minha derrota, minha cura e minha ferida, o paraíso e o exílio em que escolhi viver. E, apesar de tudo... ou por causa de tudo... ela é, e sempre será, o meu amor.
O que é a saudade, se não o amor que perdura?
Ela nasce quando o corpo se afasta, mas o coração permanece. É a chama que não se apaga mesmo diante da distância, o eco de um abraço que ainda vibra na memória, o perfume que insiste em morar na pele mesmo depois da ausência.
Saudade é o amor vestido de silêncio, é o olhar que procura no vazio um reflexo que já não está ali. É o diálogo que continua dentro de nós, ainda que os lábios do outro não respondam. É a eternidade escondida em pequenos instantes que nunca se repetem, mas que insistem em viver dentro da alma.
Se o tempo tenta levar, a saudade guarda. Se a ausência tenta apagar, a saudade escreve em letras de fogo. Porque, no fundo, ela é apenas a prova de que o amor é maior do que a presença... é a sobrevivência daquilo que o coração não permite que morra.
E talvez seja isso: a saudade não é dor apenas. É também o privilégio de ter amado tanto, a ponto de sentir falta. É a lembrança que acaricia por dentro e nos faz entender que amar é, inevitavelmente, também saber esperar.
Talvez seja mais fácil amar alguém que não conheço, porque no desconhecido mora a liberdade de imaginar o outro sem falhas, sem cicatrizes, sem o peso do cotidiano. Mas então me pergunto: será amor ou apenas atração disfarçada de encanto? Porque o amor real exige convivência, paciência e a coragem de amar mesmo quando o espelho revela rachaduras. Já pensei que o amor só valeria se durasse para sempre, mas o “para sempre” é uma fantasia que o tempo insiste em contrariar. Existem amores que duram um instante e mesmo assim deixam marcas que resistem à eternidade. Descobri que amar não é prender, nem possuir, mas sentir... com presença, com verdade, com entrega. E mesmo que termine, se foi amor, existiu. E isso basta. Porque o amor, em sua forma mais pura, é o motivo da existência. Não precisa ser eterno no tempo; precisa apenas ser verdadeiro no momento.
Mesmo sem me conhecer por inteira, parece que você me entende como ninguém. Há algo em tua presença que traduz minhas dores em silêncio e meus sentimentos em palavras. Em uma única tarde e noite, nos revelamos mais do que muitos que convivem por anos, como se nossas almas já tivessem se reconhecido em algum sonho antigo. Você é doce como mel, mas também mortal como veneno; cruel na intensidade, belo no enigma... Um paradoxo que me fascina e ao qual, inevitavelmente, me rendo.
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Cada escolha é uma renúncia, e em cada renúncia nasce um vazio que, paradoxalmente, alimenta o desejo. É naquilo que me falta que encontro a intensidade do que quero; é no que deixo para trás que descubro o peso do que realmente importa. Afinal, amar é também aceitar que não se pode ter tudo... e ainda assim seguir escolhendo, mesmo quando a ausência grita mais alto que a presença.
Às vezes, o destino nos ensina que nem todo amor é feito para ser vivido lado a lado. Há pessoas que habitam nossos corações com uma intensidade silenciosa, mas que não encontram lugar em nossa rotina, em nossos dias, em nossa vida. E é nesse espaço invisível — entre a lembrança e a ausência — que elas permanecem: como saudade, como aprendizado, como um amor que não coube no tempo, mas que jamais deixará de existir dentro de nós.
Se é isso que o teu coração escolheu, eu aceito em silêncio, ainda que doa. Perante Deus, que conhece cada batida do meu coração e cada amor que ali habita, peço apenas que a tua vida seja repleta de luz, sorrisos e paz. Que a felicidade te abrace de tal forma que não reste espaço sequer para a lembrança do que fomos. E mesmo que a minha ausência se dissolva no tempo, que a tua alegria seja eterna— pois amar, às vezes, também é saber partir em silêncio e desejar, do fundo da alma, que o outro seja feliz... ainda que longe de nós.
Era uma vez um quase-amor... Intenso, confuso, bonito, mas mal vivido. Não faltava sentimento — faltava coragem. Ela amava com presença, ele respondia com ausência. E nesse vai e vem, perderam um ao outro sem nunca terem se tido por inteiro.
Ela foi embora pra se proteger. Ele ficou, tentando disfarçar saudade com distrações. No fim, o que restou foi silêncio onde havia conexão, e um “poderia ter sido” que pesa mais que qualquer adeus.