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Estudo inédito mapeia os poetas contemporâneos mais citados na internet desde o início da pandemia


Um levantamento inédito, conduzido pelo jornalista e pesquisador Erick Diaz Thompson, americano radicado no Brasil, analisou o comportamento digital da poesia contemporânea nos últimos cinco anos. O estudo, que começou no início da pandemia de 2020 e se estendeu até 2025, utilizou uma combinação de ferramentas de monitoramento digital (Semrush, Awario, BrandMentions, Social Mention) e modelos de inteligência artificial de classificação semântica.
O objetivo foi medir a circulação da poesia em diferentes ambientes: redes sociais de perfis públicos, blogs literários, sites de notícias, fóruns, trabalhos acadêmicos, relatórios institucionais e até discursos de grandes celebridades. Para assegurar consistência, foram excluídos os posts dos próprios autores, contabilizando-se apenas menções independentes. Além disso, cada citação válida foi contada apenas uma vez por site ou perfil, evitando duplicações.
Metodologia do estudo
Segundo Erick Diaz Thompson, a coleta e o cruzamento dos dados exigiram múltiplas camadas de filtros. “Foi necessário excluir recorrências, padronizar variações de nomes e até identificar quando uma frase ou poema havia sido reproduzido sem referência direta ao autor. Nosso foco foi medir a influência cultural efetiva, não apenas números inflados por replicações automáticas”, explicou.
O pesquisador categorizou as menções em diferentes campos:
• Literatura e educação (escolas, universidades, pesquisas acadêmicas).
• Cultura e mídia (jornais, blogs literários, sites de entretenimento).
• Instituições públicas (tribunais, discursos oficiais, relatórios governamentais).
• Celebridades e personalidades midiáticas (atores, jornalistas, políticos).
• Contextos sociais inesperados, como debates esportivos, campanhas políticas e narrativas sobre o sertão brasileiro.
Resultados gerais
O estudo apontou que os poetas contemporâneos mais citados em perfis públicos da internet foram:
• Conceição Evaristo, com forte presença em trabalhos acadêmicos, escolas e mobilizações sociais.
• Adélia Prado, muito lembrada em ambientes religiosos, culturais e educacionais.
• Bráulio Bessa, cuja popularidade se consolidou em programas de TV, redes sociais e campanhas institucionais.
Juntos, esses três poetas representaram cerca de 45% de todas as citações únicas analisadas.
Outros nomes de destaque
O levantamento trouxe ainda uma lista extensa de poetas frequentemente citados, como Ricardo Aleixo, Zack Magiezi, Marília Garcia, Luz Ribeiro, Alice Ruiz, Ana Martins Marques e Chacal, todos com circulação significativa em diferentes camadas sociais e digitais.
O estudo também mostrou uma constelação de outros nomes, incluindo Nina Rizzi, Micheliny Verunschk, Leandro Flores (em contextos de esporte, política e sobretudo o sertão), Angélica Freitas e Nicolas Behr, poetas cuja influência atravessa nichos literários e espaços digitais.
Importância e originalidade da pesquisa
Erick Diaz Thompson ressalta que esta é a primeira análise sistemática desse tipo no Brasil voltada apenas a poetas vivos e atuantes. “Optamos por não incluir grandes nomes da literatura já falecidos, como Drummond ou Manoel de Barros, porque a proposta era entender a pulsação da poesia contemporânea em tempo real. Porém, em um próximo estudo, pretendemos mapear também como os clássicos continuam sendo reproduzidos na era digital”, afirma.
Conclusão
O estudo revela que a poesia brasileira contemporânea vive um momento de grande circulação no ambiente digital, ampliando sua presença para além da literatura formal e alcançando a política, o jornalismo, a cultura popular e até o esporte. “Esse fenômeno precisa ser melhor explorado. É um campo novo de pesquisa, e os números mostram que a poesia, mais do que nunca, está viva, presente e em constante diálogo com a sociedade”, conclui Erick Diaz Thompson.