Coleção pessoal de PHBatista10

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ETERNIDADE

Gosto como as coisas acontecem, e se acontecem, gosto quando as sinto durar. Gosto quando tímida, toca o cálice, quando aperta os olhos só pra me encontrar.
Amo quando escuta aquela música, e vicio quando fala sem parar, aquele assunto que só você sabe falar.
Amo quando vem ao meu encontro, e as vezes sem jeito, ri para não me intimidar.
Acho engraçado suas manias, tipo aquela de sempre fazer bico, para que eu possa beijar.
Acho que não gostam do nosso jeito, amor leve, desprendido, sem muita frescura para estragar.
A única coisa que odeio, é quando vai embora e não fica para o jantar, posso te oferecer um copo, uma toalha, e um amor eterno, se puder ficar…

⁠Encostado na árvore em uma manhã de domingo, escuto os passarinhos prosearem, e entre gorjeios e trilas, sopram dizendo um ao outro:
- A verdadeira liberdade é mesmo tendo asas para voar, escolher infinitas vezes, ficar.

⁠Hoje, não faremos amor, faremos mais. Mais do que palavras, diremos profecias, mais do que amor, faremos poesia.
E ontem, quando toquei seu cabelo e tomamos o vinho, embebedou-me os olhos, uniu nossos caminhos.
Faremos arte, e amanhã, faremos um ninho, voaremos Leonardo da Vinci e amaremos Vinícius e Toquinho.

⁠Descoberta

Que eu seja permitido descobrir o que escondes nos olhos, e que me permita te descobrir das vestes que insinuam seu íntimo.
Que a rádio que gosta sintonize a gente, e que eu sinta mais perto o poder do sorriso me descompassar.
Que o toque inócuo me permita falar, o que guardo na mente, no peito e também, na pupila dos olhos, no meu paladar.
De verdade, só espero saber, para que o mistério me dê um lugar, amor é descoberta, e eu descubro bem fácil contigo, o verbo é amar.
Amor é casa, é morada, é onde quero estar.

⁠Amor de passagem.

⁠Sensação boa mesmo é te olhar de cantinho, te observar devagarinho, sem pressa de acabar.
Coisa gostosa é ter mesmo que pouquinho, o teu abraço, teu carinho, duas coisas, num só ninho.
E de vez em quando, te espero sorridente, ou seria melhor falar, de vez em sempre?
Mas sei que as vezes você não vem, espero isso também, pois ao invés de te admirar sempre linda, escrevo poesia e mais ainda, linda você fica nela também.

⁠Morrer de saudade e continuar vivo, não... Morrer de saudade e renascer no teu abraço.

⁠Fácil seria se teus olhos fossem escuros, e não reluzisses a cor do castanho, assim não desejaria olhar.
Mais fácil ainda seria se teu toque fosse a fogo, e me queimasse, ao invés de vir me incendiar.
Queria que teu sorriso, teu cabelo e teu corpo fossem imperfeitos, para eu não conseguir mais olhar, desculpa, perdi de novo, é impossível não notar.
Quanto mais preciso da tua amizade, mais preciso te beijar, e ontem fui dormir com saudade, minha mente foi quadro do seu sussurrar.
Me diz bem baixinho, só em meu ouvido, te quero de novo, sem nada, com sede no olhar.
Me sacia e me toma, não precisa ser perfeito, só preciso da gente, no nosso infinito, lá dentro que vamos morar...

⁠Ela canta alto, mal, confesso, mas alegra a minha alma.
Ela desenha torto, sempre sai algo engraçado, mas é a tinta que eu preciso.
Faz sujeira, e lá vai, juntar os próprios cacos da sua lambança, mas eu ajudo-a resolver, isso é a nossa intimidade.
Os beijos, acredito que dentre as infinitas coisas boas que ela faz, seja uma das melhores coisas.
Amá-la não é fácil, não é boa todo tempo, mas o incrível é que mesmo errando, ela faz incrivelmente, o tempo todo ficar bom.

⁠Que sejam estás, e não as outras, as coisas inimagináveis que amamos
Que sejam essas e não aquelas, as pessoas incríveis que nos relacionamos
Que seja nesse momento, e não em outro, que o carinho seja leve, não se acabe e nem se inveje
Até que o passeio do vento me carregue, pra perto do meu amor e do toque infindo da sua pele.

⁠Escrever sobre quem se ama, talvez seja uma das maiores provas de amor. A pena insiste em tecer e o coração é feito de tinta, de plano para o amor.
Ontem, tentei, esquadrinhei cá dentro, para arrancar algo teu, não consegui.
Quando o sentimento está se esvaindo, se vai o pincel, a tinta, e o mel. O doce, vira amargo, o dissabor que vira parte do retrato.
Nossa pena não escreve, o poema não descreve, o amor verbal, agora ecoa em sílabas, pergunto ao coração se realmente temos que ir, ele responde, desculpa, é hora de se despedir.

⁠Quando o corpo energiza, a mente voa, seu sopro, brisa. Corpo sua, também meu, e o coração avisa, não é coincidência, é sina.
Prefiro o amor desavisado, aquele sem nada, que de toque em toque, desnudado. Amar, só se for de beijo em lábio, e depois do amor, retornamos a cama, como a cura do cansaço.
Escrever, prefiro os romances e os amores bem molhados, que me permita congelar, pegar fogo e te queimar, numa fogueira de pecado...

⁠Ando como o compasso, marcando, dando traço, um passo de cada vez, e outro depois, faço.
As vezes me refaço, outras vezes só sigo, retilíneo, morro, tardo e nasço.
Quieto, borbulhando, por dentro, é o meu marca-passo, te mastigo com os olhos, teu corpo, laço.
Me acho em afluência, outrora em silêncio, soledade, e vivo na tenra procura de encontrar causo e de projetar vida.
Bonito é continuar, respirar em frente ao novo dia, e vivê-lo cada qual com a sua maneira, harmonia, sorrir o teu riso e chorar de alegria.

Amor completo

Sou a água que te rega, o sol que te amanhece, o fogo que insistindo em ser soco, te aquece.
Sou a estrela que aparece, o favo de mel que te derrete, e o doce, o doce na boca que o seu delírio apetece.
No final da tarde sou sopro, vento que acalenta, abraço que estremece.
No fim do dia, sou negrume, o mais belo dos perfumes, seu desejo reconhece.
Que seja tudo para ti, o que teu corpo implora e pede, seja fogo e também água, que enternece e te deságua, na mais bela namorada.

Poetismo

Fria, cálida, soturna e pálida, letras que destravam, palavras que afagam. A poesia fere, sara, mata e outrora, clara.
As cousas muito mais que vivas, ainda se descrevem, no entardecer da fala. Doce, surrado, elas vem como beijos, e neles se desfazem.
Na poesia, não necessita o verbo, o gesto, nada, só nos resta a poesia que reside em nós, e da gente, o poeta fala, esbraveja, cala, mas nunca, nunca se acaba.

⁠Ela escrevia as vezes, mas me pedia com carinho, que escrevesse pra ela
Eu atendia, e lhe descrevia, ao mesmo modo que as minhas mãos mapeavam ela
Contudo atento era, até aos poucos defeitos dela, defeitos não, quem dera
Cicatrizes do que um dia fora, percalços marcados nela
E um dia fui também, um ponto fora das curvas do corpo dela
Porém ela sorria e dizia, que meus erros infantes gravados nela, tinham sabor de vinho, e vinho... Esse era a causa de todos os delírios dela.

⁠Chuva, aquela que cai lá fora, transborda nas folhas, alagam as caules
Ela também cai aqui dentro, goteja no rosto, inundam as vestes, retratam as marcas
O volume não dita a beleza, a tragédia, o que mostra é a gente, e dentro da gente, o sol não se põe, só chove, só molha, aqui chove, enchente.

⁠De ouvir a voz dela, entorpeci de ternura
De sentir o toque, envaideci de amor
As marcas no rosto, confesso me marcar
Sem driblar o sorriso, sorri também com o teu sorriso.

⁠Orla, areia, mar, o que me lembra ela, talvez me lembre que eu nunca mais volte a navegar
Pequena sereia, não quero que ela vá, só por um instante, me ataque como mar revolto, a nos inundar
Nela, quero me afogar e quem sabe morrer, morrer de amar...

Saudade

⁠Saudade de quando podia falar que era saudade, hoje só digo que não estou bem
Saudade de mim no seu leito, dormindo em teu peito, e hoje em dia, saudade também
De saudade, o poema é feito, e sabe, sinto saudade das palavras também
Não direi mais saudade, mas segredarei que que é anseio, vontade, eu sei
Desculpa, repetirei a palavra, que me invade, me toma, não sei
Vivo por ti, durante a fala, eu disse, morro também
Na verdade faço tudo que não falo, e as que falo, também o farei
Meu amor, saudade, eu sei, você sabe, nós sabemos, também.

⁠Sereno amor

Sofro do mal que me tens, que me enlaça, que penso em nos enlaçar...
De desejo sofri ontem, amor hoje, amanhã não sei o que vai passar...
Mas auscuto os batimentos do meu peito e aparecem fortes sentimentos, a me agoniar...
Saudade não para, você me fala, "que mal tem em nos afastar?"
Mas falo baixinho, preciso de ti sozinho, a dois, em ninho, para nos tocar...
Me beijes amor, calminho, o tempo não para, para nos olhar....