Bodas de Madeira

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"Há duas maneiras de fazer uma fogueira: uma com madeira seca e outra com sementes. Os herdeiros preferem a madeira, pois querem resultados rápidos. Já os sucessores preferem as sementes, pois, plantando-as, sabem que terão uma floresta e nunca mais lhes faltará madeira para se aquecer... Você prefere a medeira ou as sementes?"

Um quadro de minha existência mostraria uma inútil estaca de madeira coberta de neve, cravada, numa escura noite de inverno, inclinada e sem muita firmeza, num campo lavrado à beira de uma imensa planície.

Prefiro sentar à mesa de madeira velha, sem toalha, para comer feijão com farinha fazendo bolinhos com a mão, que me juntar à um bando de burguesinho moralista se achando melhor que os outros só por que tem um diploma, um carro... Prefiro dar bom dia a um gari do que comprimentar um idiota de terno e gravata me olhando com ar de superiorida... Prefiro dar minha cara a tapa do que usar mascara! Quero ver quem ousará bater...

"Golpeia, pois não acharás madeira tão dura que possa fazer-me desistir de conseguir que me digas alguma coisa, como me parece que é o teu dever"

⁠#ORIXÁS

Em uma casa branca...
De telhados cinzentos...
Grande portão de madeira...
Eu me vi ali dentro...

Uma bandeira alva...
Bem no alto tremulava...
Silêncio respeitoso...
De yawôs que ali estavam...

Sobre a esteira - eni...
Um ancião sentado ali...

Sagrados objetos de Opon-Ifá...
Pude bem observar...
O jogo estava pronto...
Era hora de Orumilá falar...

Tinha já hora marcada...
Muito queria saber...
Tantas perguntas...
Para o babalawô responder...

Abanou-se com o irum-kerê...
E os okins foram jogados...
E maravilhado...
Pude ver...

Ifá começou a falar...
Odu manifestou...
Traçado singelo escrito...
Cheios de significados...
Se revelou...

Agora já era sabido...
Qual destino era meu...
O que eu tinha a fazer...
Que atitudes a tomar...

Me banhei de ervas frescas..
Alecrim e mangericão...
Arruda, guiné...
Erva tostão...

Então comecei...
Com minha grande jornada...
Em grande encruzilhada aberta...

Com farofa e aguardente...
Exu invoquei...
Pedi licença e segui adiante...
Para trás não mais olhei...

Seguindo caminhada...
Pela longa estrada...
Ogum gritei...

Que me desse bons caminhos...
Em minha jornada...
Se eu tivesse inimigos...
Que a vitória me fosse dada...

Na beira da mata...
Odé estava lá...
Se eu quisesse a fartura...
Ele poderia me dar...

Me aconselhou a ter persistência...
"- Tudo tem que ter paciência...
- Um bom caçador - avisou...
- Tem que ter prudência..."

Moedas e fumo de rolo...
Com Aroni pude barganhar...
Somente assim...
Ossãe poderia me ajudar...

A fronte no chão bati...
Paó ecoou...
A terra tremeu...
Na rachadura...
Omulu apareceu...

Em meus braços e tornozelos...
Amarrou palha da costa...
Força me seria dada...
Eu venceria...
Não conheceria a dor da derrota...

Também eu teria...
Saúde e paz...
Me prometeu o senhor da terra...
Que não me abandonaria jamais...

Então ao meu encontro veio...
Um poderoso rei...
De cabelos trançados...

Todo garboso...
Do trovão o poder...
Tamanha foi a visão...
Diante de sua autoridade...
Me prostei...

Sua voz poderosa...
Grande e forte brado...
Empunhando dois oxês...
Dois machados...

Usando esplêndida coroa...
Tirou de sua cabeça...
Colocando em minha mão...
Justiça sendo feita...
Com toda precisão...

Era Xangô...
Que ordenou a Oiá...
A todos os maus eguns...
Afastar...

Forte vento soprou...
Levantando muita poeira...
O céu relampejou...
De imensa beleza...

Iansã os chifres de búfalo me deu...
Toda vez que eu precisasse...
Era só por ela chamar...
"- Filho...Agora você também é meu..."

Me levou na cachoeira...
Onde a mãe do ouro se banhava...
Tão linda me encantou...
Oxum também me presenteou...

Pequeno seixo branco...
Tirada de seu adê...
" -Leve contigo esse seixo...
- Em hora certa saberá o que fazer..."

Mãe me alimentou...
Com a caça de Logun Edé...
Matou minha sede...
Me deixando ali ficar...
"- Durante o tempo que você quiser..."

Porém, não era essa minha intenção...
Por mais assim quisesse eu...
Carinhosamente me indicou...
Segui o rio abaixo...
Que era seu...

Ondes as águas eram mais bravas...
Obá eu encontrei....
Valorosa guerreira...
Disposta a me guiar...
Me levou para a lagoa de Ewá...

Em lago plácido entrei...
Para a menina deusa encontrar...
Com Oxumarê a donzela brincava...
Junto às águas sagradas...
Da lagoa encantada...

Flores rosas eu ganhei...
E a grande dã ofereceu...
Comigo cruzar o firmamento...
Às águas de Iemanjá...
Poderia me guiar..

A grande mãe já me esperava...
Em seu palácio submerso...
Feito de corais...
Montanhas de ouro...
Navios naufragados...
Eram seu tesouro...

Me mostrou todo o okum...
Nosso berço ancestral...
Aonde ela aprisionava...
Todo e qualquer mal...

Em barco de espuma naveguei...
Ao encontro da nossa origem...
Junto a mim...
Levando os presentes que ganhei...

Seria bem recebido pela grande senhora...
Dona da fatídica hora...

Conheceria a grande Nanã Buruquê...
Anciã de grande respeito...
Morava em casa de barro e estuque...
Já estava assim tão perto...
De tudo esclarecer...

A mais idosa...
Senhora do mistério...
Carinhosamente me recebeu...
Me indicando o caminho...

Antes me aconselhou...
Às Iamins não ignorar...
Sem a precisão delas...
Ninguém poderia me auxiliar...

Oxumarê que ainda...
Junto a mim estava...
Me guiou pela terra...
Das grandes águas paradas...

Então chegando ao cume...
De uma grande montanha...
Estava ali quem eu tanto procurava...
Dando fim a minha campanha...

Ajalá...
O grande orixá...
Moldador de todo ori...
A quem eu deveria...
Que de Oxum ganhei...
Entregar o okutá...

Olodumare então sorriu...
Olorum ficou em festa...

Todo o mundo tremeu...
Tal qual palmeira ao vento...

Ergui minhas mãos aos céus...
Fazendo meu agradecimento...
Pela dádiva recebida...
Reforçando meu comprometimento...

Agradeci a Ifá...
Agradeci a Orumilá...
Pedi a benção a Oxoguiã...
Beijei a mão de Oxalufã...

Me deitei aos pés de meu senhor...
Ododuwá...

Meu odum estava completo...
Meu destino se cumpriu...
Meu coração em paz...
Minha alma floriu...

O bom humor é que tempera a vida.

Sempre fui o tipo de menina sonhadora. Aquela que assistia mil vezes cada um dos contos de fadas, usava os velhos vestidos da mãe para se vestir de princesa e criava um mundo de "faz de conta" na cabeça. Uma criança que vivia no mundo da lua, no mundo dos sonhos, da imaginação... Cresci, e continuei igual. Eu queria tanto, mais tanto, um casamento lindo e perfeito com tudo que tinha direito, inclusive, é claro, um príncipe para chamar de meu. Eu idealizei esse dia. Idealizei o casamento, a vida toda. E idealizava o príncipe também, perfeito, como nos contos de fadas. Pois nos contos o príncipe só vem para trazer a felicidade eterna. Hoje, faz UM ANO que estou casada. Bodas de papel. O dia oito de Junho foi inesquecível, um momento mágico para sempre. A realização de um sonho, a concretização de um momento ansiosamente esperado por quase todos os dias da minha vida. Lembro desse dia com emoção e com gratidão, por Deus ter me permitido vivê-lo. Pois bem, mais disso tudo, acho que todos já sabem. A pergunta que escuto quase todos os dias desde que casei é: "E ai? Como está a vida de casada?" É claro que nessas horas, eu resumo com um simples "vai bem". Mais a verdade é que em um ano, já tenho muito a dizer. A primeira é: Não, não é um conto de fadas. E também não, meu marido não é nenhum príncipe e nem consegui o meu "Felizes para sempre". Muitos dizem que o primeiro ano de casamento é uma constante lua de mel. Mais na realidade eu acredito que seja um dos mais difíceis. É difícil aprender a conviver com os defeitos e diferenças a cada dia, é difícil entrar em acordo com tudo que o outro decide, fala, pensa... E é difícil se acostumar com os problemas, responsabilidades e dificuldades que essa nova realidade traz. Mais é exatamente por não ser fácil, que é tão importante. Foi neste primeiro ano que vimos que precisamos um do outro para caminhar e para sermos felizes, que precisamos saber ouvir, nos calar muitas vezes, baixar a guarda, entender e aceitar as diferenças, respeitar as fraquezas, abrir mão de algumas coisas, aprender a gostar de outras... É como um barco, os dois tem que remar, sempre. Só assim o barco vai em frente. Em um ano, aprendemos o verdadeiro significado de amor. Amor não é gostar de alguém perfeito para nós. Não é ter alguém que te agrade sempre. Amar é quando conhecemos os piores defeitos de alguém, e mesmo assim queremos estar juntos. Amor é cuidado, é respeito, é construção. Uma construção que precisa de uma base forte e bem feita, bem trabalhada. Relaciono essa base a esse primeiro ano. Eu poderia escrever aqui um texto perfeito relatando só coisas boas e maravilhosas. Mais preferi descrever a verdade. A verdade é que tivemos momentos lindos e felizes, de alegrias, sorrisos e diversão. Passeamos, viajamos, fomos ao cinema, dormimos agarradinhos, comemos muito brigadeiro e pipoca na cama assistindo tv, brincamos, conversamos, desabafamos... Mas também choramos, discutimos, gritamos, discordamos.... Enfim, uma vida real, de um casal real, com protagonistas reais.

Muitos só reparam a cobertura e a cereja do bolo, e acabam desprezando a festa. Esses nunca saberão o gosto da essência do recheio.

Não sabíamos muito, um sobre o outro, vinte anos atrás. Fomos criados por nossa intuição; você me deixou arrebatado de paixão. Nevava quando nos casamos no Ahwahnee. Passaram-se anos, vieram os filhos, bons tempos, tempos difíceis, mas nunca tempos ruins. Nosso amor e nosso respeito perduraram e cresceram. Passamos por tanta coisa juntos e aqui estamos, de volta ao lugar onde começamos 20 anos atrás - mais velhos, mais sábios -, com rugas no rosto e no coração. Agora conhecemos boa parte das alegrias, dos sofrimentos, dos segredos e das maravilhas da vida, e ainda estamos juntos. Meus pés nunca voltaram a tocar no chão.

(Discurso de Bodas)

Steve Jobs
ISAACSON, W., Steve Jobs, Companhia das Letras

A Quinta Primavera

A noite despiu o véu
Para nossas Bodas de Papel

Brindamos a gratidão
Nas Bodas de Algodão

Um no outro encontrou abrigo
Em nossas Bodas de Trigo

No amor se misturaram as cores
Para colorir nossas Bodas de Flores

E em nossa quinta primavera
Planejamos uma vida inteira.
Parabéns, amor!
Já são nossas Bodas de Madeira.

Inserida por crislaine_maria

A única "coisa" eterna é o tempo.
Nem as estrelas são.

Ivan Madeira

E nem ao menos tive tempo de sentir a falta que ele me fez. Estava ocupada demais sufocando minha própria carência.
Acho que poder-se-ia dizer que fui egoísta e só pensei em mim e esqueci o que vivemos juntos. Mas há momentos em que salvar-se exige muito de si mesmo, e só se tem a si próprio quando se abre mão dos outros.

Odeio desencontros, eles me deixam com um gosto amargo na boca.

Deve haver honra no viver.
Deve haver honra no morrer.

Deve haver luta e persistência no caminho.
Deve haver uma razão em tudo.

Deve haver amor no olhar.
Deve haver compaixão no falar.

Se nada disso acontecer,
Por que continuar?

Se for pra se arrepender, se arrependa do que fez e não do que deixou de fazer, porque a duvida mata, só de pensar, se vc tivesse feito o que teria mudado.

⁠Distante paixão!
Você se afastou de mim amor, o ir esfriou ,a paixão se acabou...
Que fazer com a distância que colocou no meio de nós, reencontrar o amor que existe em mim que não terá fim por ti...

A saudade bate forte as noites sem fim na cama a pensar em ti, a falta dos seus beijos,o seu toque na minha pele ,o fogo da minha paixão ainda latente aqui ...
O que fazer na sua ausência tá grande?
Os dias longos nem um alô tenho mais, as noites intermináveis!Volta para eu oh paixão quente toca na minha alma e a deixa incendiar !
Se o amor acabou diga adeus, não mata essa ilusão que por mim ainda restou!

O amor, quando nasce forte, tem pressa de ser eterno. Nem se dá conta de que é carne úmida.

Carla Madeira
Tudo é rio. Rio de Janeiro: Record, 2021.

⁠Ousadia.

Em tempos adversos, aquele que está completo, pode ousar.
Com a devida vênia, é buscar novos horizontes na efêmera existência.
Sem medo ou vaidades.
É aquele momento que estamos parados, em frente a uma encruzilhada, e temos que decidir qual caminho seguir.
Os dois são caminhos desconhecidos quanto ao destino. Porém, melhor uma decisão errada, que uma não decisão.
A decisão, se for a errada, no mínimo te trará um conhecimento. Se for a certa, uma realização.
A não decisão, é a morte em vida. A estagnação.
A não decisão, só nos resta a necrose da alma.
Então, olho no horizonte e sigo em frente.
Minha herança.

Ivan Madeira

⁠Fiz minhas escolhas, não culpo a ninguém pelo que deu errado, se aconteceu foi por que eu deixei, e cada erro cometido se torna lição pra se fazer diferente, minha vida é um eterno aprendizado e serei um eterno aprendiz. Tudo que vier me torna mais forte e sábio. Só agradeço...

⁠Tudo que vivo considero um presente, os bons momentos, bons amigos, cada sorriso Tudo tem um sentido, lágrimas, derrotas e coisas ruins também agradeço, foram elas que me ajudaram a perceber o tamanho da minha força e da minha fé.