Bodas de Madeira
O amor não é incondicional coisa nenhuma, tem suas fragilidades de matéria orgânica. Estraga, esgarça, rasga, inflama, acaba. E como acaba. É feito gente, depende do que vive.
E o amor? O que é senão um monte de gostar? Gostar de falar, gostar de tocar, gostar de cheirar, gostar de ouvir, gostar de olhar. Gostar de se abandonar no outro. O amor não passa de um gostar de muitos verbos ao mesmo tempo.
É preciso uma coincidência qualquer para que o amor se instale. Existe um certo milagre nos encontros. Não é tolo dizer que o amor é sagrado.
São sempre enormes as coisas da infância, as maiores que teremos na vida, eu penso. As mais inesquecíveis. Talvez, as mais sentidas como verdadeiras. Passamos o resto do tempo atrás dessa sensação.
Não há consolo em dizer que o que nos acontece, nos acontece. Parte fazemos, parte nos fazem. Às vezes, é preciso ir longe para chegar vindo de trás e alcançar a véspera da véspera da véspera do acontecimento. O momento preciso em que tomamos ou somos tomados por uma direção e um belo dia… ou um triste dia, somos o que somos.
A gente passa a vida pelejando com o dilema de existir ou desistir, com o que é bom e o que é ruim, o certo e o errado, a morte e a vida. Essas coisas não se separam. O lugar que dói é o mesmo que sente arrepios.
Um dia feliz tem mais poder que a tristeza de uma vida inteira. Nele moram as reviravoltas.
O que mais existe no mundo são pessoas que nunca vão se conhecer. Nasceram em um lugar distante, e o acaso não fará com que se cruzem. Um desperdício. Muitos desses encontros destinados a não acontecer poderiam ter sido arrebatadores.
A morte põe um olho no passado e outro no futuro e deixa a gente cego na hora, no encontro do que foi e do que será, na tortura do que poderia ter sido. Impõe o desespero do definitivo, trava os movimentos. Embrulha o estômago indigesta. Faz frio nos ossos. A morte é vida intensa demais para quem fica.
Mas saiba que dói quando a loucura passa. O intervalo da loucura é a verdadeira tortura. A lucidez é uma jaula.
Há verdades íntimas demais para serem aceitas em público. Todos sabem. Todos fingem não saber.
Tudo passa, você vai ver, tudo passa. Ela tinha razão. A vida dá um jeito de manter a gente vivo mesmo quando a gente morre de dor.
O amor tem nome, mas não é nada que a gente possa reconhecer só de olhar.
Às vezes penso que não me deixo ser feliz. Parece-me que quando me vem a felicidade extrema esta me é tão insuportável que logo procuro uma razão para a infelicidade.
Reverter prioridade, valorizar o recíproco, dar oportunidade ao novo... O que for velho não doe, jogue fora, o que não te serve... não fará bem a outra pessoa...
Tenho em mim todos os sentimentos do mundo sei ser bom,ser cruel... cultivar amor e usar o ódio, sei muitas coisas e todas definem o que você pode ou não representar na minha vida. Descobrir o que cabe a você, depende de como você se mostra pra mim... cada qual tem de mim o que lhe é de direito...