Cainã Koweiter.

1 - 25 do total de 32 pensamentos de Cainã Koweiter.

Nós nos tornamos saudade quando encontramos alguém na pequena rua da felicidade.

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Foi à meia-noite
Daquele dia,
Larguei os cigarros
Cobri-me de sorrisos
Resplandeci a volta.
Ao mergulho de cabeça
De ponta
No escuro
No curto segundo
Do cintilar dos olhares.
À meia-volta
Eu estive lá
Despido pela brisa.
Mostrei-me
Esperei-te
No escuro.
À meia-noite
Numa meia-volta
Que estive
E ceguei-me.
Acreditei
No nada,
Que leva tua feição,
Para fazer-me bem.
Mas nada
Só faz bem
Ao não procurar por alguém.
Ceguei-me
.

Inserida por writerbook

Foi sem mim.
Foi-se em mim.
Em mim se foi.
Se foi.
Foi.

Não importa como
Só sei que foi.

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O amargo da bebida não chega aos pés do amargo da sua ida.

Inserida por writerbook

A saudade sentou-se ao meu lado, me perguntou sobre você.

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O passado era nostalgia
Um energético doloroso nas veias.
O passado era droga para o coração
Já condenado pelo vício
Porque não sabe viver mais.

E depois daquele beijo eu quis dizer: te amo. Mas me lembrei que estava beijando outra boca, e não a sua.

Inserida por writerbook

Eu te mostrei os erros, e você errou em concertá-los.

Inserida por writerbook

Transborda para dentro
Em desalento
Um frio
Que não me faz
Congelar

Decepção.

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Tu fora a ventania
Que me causou tempestade;
Nós dois
Contínuos.

Quando pararmos
Quem será
Nosso sol?

Inserida por writerbook

Mantinha os olhos no céu negro
De uma única nuvem prateada
Tinha os pés no chão
O mundo nas mãos
Mas você que é bom
Nada.

Inserida por writerbook

Nas festas de São João
Eu passava as noites na porta de casa
Distante da fogueira
Que queimava

Eu fazia cara feia
Desaprovando toda aquela fumaça
Só depois voltava
Para me aquecer perto das brasas

Ciente do tempo perdido
Enganando a mim mesmo
Dizendo que tudo aquilo
Que eu tinha feito
Não seria em vão

Quando você chegava
Fazia tudo para eu perceber
Fazia de conta que não me via
E eu te encarava
Pensava
Naquela rua calma
Que o meu maior erro
Foi você

Mesmo que eu não pudesse esquecer
Não era meu tipo se arrepender
Mas olha que ironia
Eu estava ali
Sentado no meio-fio
Sorrindo
Dos frutos do meio termo
De meio caminho andado
Lembrando do que eu fiz
Pra te ver
Lembrando do que eu não fiz
Pra te ter.

Inserida por writerbook

Não era pra ser uma data especial. Sem falar que a palavra "especial" me soa muito clichê, uma palavra bonitinha que todos usam descaradamente pra acobertar o falso sentimento de compaixão e harmonia. E sem falar que naquele dia você estava mais bêbado que frequentador de boteco numa quinta. Você transparecia o vazio, a necessidade de ser feliz saía como odor da sua boca.
Naquele dia senti seu verdadeiro lado, aquele que você escondia. Sentia que tinha textura de carne podre. Você estava apodrecendo, se segurando a um sentido de vida manipulado. Você se enganou, não é assim que as coisas acontecem. Você não é um coitadinho sem meios de sobrevivência mais digno.
Migalhas,
Migalhas de você mesmo
Migalhas de medo inventado
Migalhas
Grito de socorro induzido por um passado que você se recusa a superar.
Não era uma data especial. Acredite. Aquilo foi um golpe da vida que lhe socou o estômago e você preferiu achar que o mesmo arrancou-lhe suas pernas.
Você corre em círculos
Círculos milimetricamente feito por você mesmo,
Desprezível,
Eu sei de seu drama, eu sei quem você é. Eu sei o que você quer.

"...Ah! não acredito! Então vamos comemorar. Mas primeiro dê-me um abraço"

Inserida por writerbook

Tô aqui num porre
Tomando dois goles
Um de cachaça
Um de você
Pensando seriamente
Em te esquecer.

Vá sem medo
Porque desejo
Acaba
Por ir
Nas lacunas
De ilusões
Remoídas.

Inserida por writerbook

Asteroide.
Era intenso
Seus lábios
Moldando-se aos meus;
A força gravitacional
Que teu corpo
Mantinha no meu;
Os dedos
Deslizantes
Nos arrepios
De sussurros teus.
Asteroide.
Tu foste esplendido,
Sublime,
Único,
Até quando tocou
Meu chão.

- Decisão suicida. Em memória de um mundo que era teu.

Inserida por writerbook

É o encontro de duas ruas sem saída.

Eu corria
E sentia
O odor
De uma viagem
Perdida
Em tuas mãos
Caía o mar
Onde um barco
Sem velas
Tentava não naufragar.

Inserida por writerbook

É uma diferença necessária;
Eu sou o futuro
E você tende a ser o agora.

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O dia em que o amor acabou;

Não era para eu estar aqui agora, numa insônia de três dias fazendo o coração se acelerar a qualquer esforço. Ver os dias passarem e perceber que você resolveu parar na semana passada não me acalma. Sua redenção me incomoda, me faz perguntar o motivo de você não ter pedido pra ficar contigo, para observar mais uma estrela explodindo de glória, espalhando vida pelo espaço. Mas nem tudo para você era coberto por metáforas fajutas. Você parou por mim e eu continuei por você, e dias antes, tomada pelo álcool chorou em meu ombro por não ter saída. É terrível quando não temos escolhas, eu sei. Eu também não sabia o que fazer a não ser te confortar te dando mais certeza do que fazer no dia seguinte. Ninguém vai entender, eles não estavam na nossa pele e lerão isso achando que é mais uma história fictícia inventada por aí. Estou decidido a não te deixar para trás, mas não tem como voltar e eu sei que você não quer que eu volte porque o que já aconteceu não importa mais. Tudo perdeu a consistência e só espera o prazo de validade expirar. Não me lembro mais dos motivos que fizeram-nos felizes por alguns minutos e isso é o que dói mais. Eu também estou sem saída e nunca foi só por causa de um amor em ruínas, isso só faz parte do pacote. Mais um peso pra colocar nas costas e vamos pensar pelo lado bom: Quanto mais pesado, mais rápido chego ao chão.

Inserida por writerbook

Jeans escuro
Camisa apertada
Cabelo bagunçado
Olhos embaçados,

E em teus lábios
Escorria a frieza
De sonhos
Que não jazia
Ambição.

Entre o vão
Só cabíamos nós,
Em vão
Tentei colocar
Um não.

Explodimos.

Imagino-me em lugares onde não posso estar

Tenho três dias pra decidir
Se eu tenho que ficar
Ou prosseguir

Tenho dois segredos
Revelados quando sustento teu olhar
Meu coração é um cofre
Mas não quero te guardar

Meu corpo entorpece
E tudo tende a parar
Quando estou no mesmo ambiente
Em que você está.

E na escuridão do quarto
Iludo-me com teu beijo,
Mas você parece não se interessar.
E percebo que a experiência de te amar
Não é tão ruim,
Mas já basta,
Quando estou com você eu me perco

E me perder não é tão bom assim.

Inserida por writerbook

Sou folhas secas
Papéis amassados
Vidros quebrados
Sou o choro inconsolado

Sou raio de verão
Livros no lixo
Sou o pó
O irreversível
O Chão frio

Sou vazio
Pois transbordei
E não fui tua enchente.

Inserida por writerbook

Toma tua dose
No teu silêncio
Da tua poesia
Da tua descrença,
No alto mar
Que tu refez
Com dores,
Passados,
Indolores.

Toma tua dose
Em teu copo
Em teu modo
Em teu.
Teu.
É teu.
Tudo.

Até eu.

Inserida por writerbook

Você me abraçava forte, bem forte mesmo querendo ter forças suficientes para segurar uma alma que se partia enquanto eu tentava não surtar. Você dizia que o dia seguinte estaria tudo bem do mesmo jeito que alguém não menos importante já dissera há meses atrás. Eu não conseguia sair do transe que meus olhos vidrados na escuridão da madrugada impôs. Sentia que meu espírito se esvaíra para algum lugar. Minha alma se partia e vazava constelações. Mundos que deixei de viver por estender a mão a um mendigo faminto; eu só queria acertar. Não me restara segredos a guardar. Não me restara loucuras a fazer. Não me restou nada além da dor inexplicável por não ter os pés no chão. Por não entender o motivo das estrelas não terem esmagado o mundo com o brilho feroz que destaca um céu que eu um dia toquei e me decepcionei ao sobreviver à queda. Que me julgue egoísta, mas não desejaria tamanhos pensamentos sem respostas a quem já sobrevive a dias difíceis...

Você me abraçava forte e me trouxe de volta quando sussurrou ao meu ouvido “Você foi forte, você ainda é. Eu sei que vai conseguir...”.

Deixe seu coração determinar sua ida.
O mundo é um labirinto semi-conhecido, só vire à direita se quiser.

Inserida por writerbook

Pássaros de papel gostariam de sobreviver a grandes tempestades; ser livre nem sempre é ter uma liberdade ilimitada.

Inserida por writerbook