Anaíza Durval
"Eu sabia desde o início que ele não compreenderia o meu problema de demonstrar afeto, que não teria coragem para ficar ao meu lado e que iria embora como todos os outros.
Não me restava escolha, a não ser calçar as botas e esquecer tudo aquilo. Às vezes eu odiava estar certa..."
"Encarava a xícara vazia, enquanto a realidade me cuspia e gritava as diferenças entre a teoria e a prática."
"Depois de argumentar comigo mesma por horas até a garganta arder, eu pude finalmente admitir a possibilidade de estar gostando dele."
"Por que? Por que? Por que? Por que entre bilhões e bilhões de seres humanos tinha que ser justo ele?"
"Ele sempre pareceu mais sensato do que eu, a amizade que tínhamos era carregada de significado e eu o admirava...
Mas ele já não era mais a mesma pessoa, estava de frente para um desconhecido. O amigo de sorriso caloroso que eu tanto me importava tinha morrido. Era assustador ver alguém com o mesmo rosto caminhando por aí."
"Quando alguém me pergunta "o que houve?", sempre trocamos um breve olhar cúmplice. Ambos sabemos que eu não quero falar a respeito, e que a pessoa no fundo também não quer saber a resposta."
"Por que está fazendo isso comigo? Foi tudo em que consegui pensar naquela hora.
Mas finalmente entendi porque nos aconselham tanto a não criar expectativas."
"Eu deveria ter vergonha da minha rosa azul porque estou rodeada pelos ramalhetes das outras pessoas?"
"Sei que nem sempre as mensagens são claras, basicamente as histórias acabam do mesmo jeito. Eu sou culpada por meus muros, mas não me culpe por defender minha alma. Compreenda que preciso de equilíbrio e prezo por ele, exatamente como uma balança.
Devia ter me deixado como estava, não devia ter interferido, porque como uma criança que derruba o vaso e sai correndo, me sobra apenas o papel da vendedora deixada aos pedaços."
"Enquanto lia "O Peregrino" de John Bunyan, percebi que sabemos e quase nos cansamos por saber que a vida é um caminho esburacado.
As pessoas se baseiam em seu próprio conhecimento incompleto e deixam que a arrogância lhes dê a falsa segurança de que estão preparados para embarcarem sozinhas na jornada. Elas ignoram, esquecem e até afastam o Único Guia dessa viagem."
"Lembrei da personagem da Sylvia Plath em sua Redoma de Vidro. Por que? Bem... Eu havia ganhado aquela brincadeira de quem fica mais tempo embaixo d'água. Queria sorrir e gritar uma provocação jocosa, mas não sentia nada. Não sentia nada há alguns meses.
Por isso mergulhei de novo, já não tinha certeza se o que de fato banhava o meu rosto eram as ondas."
"Mesmo que tenha sido mergulhado em solda cáustica, mesmo que aparentemente não tenha sobrado mais nada. Aquela sopa borbulhante traz uma esperança divina."
"Você não pode encarar a vida como eu a encaro. Não é só porque somos diferentes, mesmo que ache milhares de coisas, você não chegaria nem perto de uma suposição. Afinal, não sabe onde "eu" começo e onde o "eu lírico" termina."
"Há um monstro em cada ser humano, fomos criados sem ele, mas ele foi criado por nós.
Vemos nos noticiários que nem sempre podem ser controlados. Que Deus nos dê forças para lutar contra nossos monstros interiores durante as batalhas do dia. Skillet tocava "Monster" e aumentei o volume.
"Em algum momento da vida, temos aquela sensação de percorrer uma estrada na qual não sabemos, nem enxergamos onde terminará... Mesmo com mapas, não há certeza de que vamos conseguir encontrar o que procuramos. O medo oferece a opção de parar e dar meia volta... Mas espero que assim como eu, você não desista."
"Eu não acho que posso ser tudo o que você quer que eu seja... Eu não posso fazê-lo feliz, nem você a mim, mas gostaria que dividíssemos nossa felicidade um com o outro."
"Se em tese o amor traz vida e você vai se casar com alguém que não ama... Vai poder chamar isso de vida no futuro?"
"Não se pode passar a vida correndo em vão, tentando alcançar alguém que claramente não se importa com você. Enquanto continuar insistindo, continuará se machucando ainda mais..."