Chegamos tão perto... Eu lembro da... Karina Perussi Pinceta

Chegamos tão perto...

Eu lembro da gente ali sentado na grama,
No parque, a observar,
O sol, as flores, a doce criança,
Que livre podia brincar...
O sol, o desenho das nuvens, sob o céu...
O vento e o meu cabelo ao léu...

Eu lembro da gente ali no banco da praça...
Traçando planos que não vão chegar,
Observando estrelas e achando graça,
Pensando pra onde viajar...

Eram dias, eram noites,
Até que a alegria se entristeceu,
E os sonhos foram só sonhos,
Da realidade que não aconteceu...

Mas é hora de dizer adeus...
Eu não consigo mais agüentar,
Fazer as pazes ou terminar.
Fizemos de tudo pra tentar...
Mas nem meus erros, nem os seus,
Puderam nos ensinar...

Eu não sou mais a mesma...
Você não era o príncipe dos meus contos,
Não da forma que sonhei,
Em vão esperei, me entreguei,
Pra nunca mais voltar pra mim...

Tropeçamos, caímos...
Dessa vez pra não levantar,
Nós já tentamos, insistimos,
O que tinha pra tentar salvar...

É hora de dizer adeus...
De apagar de vez cada passo teu,
De não ouvir mais a nossa doce sinfonia...
De jogar as estrelas que você me deu,
Que o “nosso” teto um dia teria...

É hora de arrancar as fotos,
Pra nunca mais voltá-las em seus lugares
(Mas... quais eram seus lugares afinal?)
É hora de deixar pra trás
Tudo o que não deu tempo de ser,
O tempo se esgotou e não volta atrás...
Não há mais nada para acontecer.
É hora de se preparar,
Não vai ser tão fácil assim...
O telefone não vai mais tocar,
Será que você também vai lembrar de mim?

Um dia prometi a você,
“Todo o amor que houver nesta vida”
E este será sempre seu,
Independente de sua partida...

E a música que você me deu,
Sempre vai estar aqui na memória,
Assim como você me aqueceu
Quando fazia tanto frio e fomos embora...

Agora o que nos separa é mais do que uma estrada,
E tudo fica tão mais distante...
Não haverá mais o brilho nos olhos da chegada,
Só o gosto amargo do último instante.

Nossos corações ainda doem,
E gritam, querendo reviver...
Não há o que possamos fazer,
Agora apenas as lágrimas dirão...
Se tudo o que fizemos foi em vão...

E a gente chegou tão perto,
Quase no céu, quase na lua...
Uma pena que não deu certo...
A culpa não é minha, e nem sua.