Coleção pessoal de I004145959

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⁠Conversa Franca

Não adianta!
Com a alma armada,
A conversa franca
É sempre cilada.

Peito blindado,
Olhar desviado,
Cada frase dita
Um golpe desferido.

O diálogo sincero
Não encontra abrigo,
Na alma ferida
É sempre mal visto.

Peito em defesa,
Olhos cerrados,
Palavras se tornam
Lanças afiadas.

Coração cercado,
A mente em tormento,
O diálogo sincero
É sempre mal interpretado.

E até quem ama,
Se vê afastado,
Pois a conversa franca
Machuca o amado.

⁠Ceder em demasia às vontades das crianças pode criar um desequilíbrio na dinâmica familiar, enfraquecendo a autoridade dos pais e permitindo que a tirania infantil floresça.

Pais infantilizados incapazes de perceber filhos angustiados deixam brechas para o mercado publicitário explorar essa dor.

Tirania Infantil

Com medo de perder o amor dos filhos, pais renunciam ao seu pátrio poder, entregando-se ao jogo sutil e hostil da tirania infantil, tornando-se frágeis e subservientes.

Colocados no trono por pais sem firmeza, sem voz, reféns de uma culpa atroz, acreditam que não dedicaram tempo e atenção suficientes para esses rebentos algozes.

Infantes exigentes, pais obedientes, autoridade enfraquecida, valência perdida, tirania fortalecida na culpa assumida.

No lar, o caos reina, pais sem direção, remorso que nutre em vão, jovens onipotentes em ascensão determinam o refrão.

Transfigurados em pais dos pais, esses pequenos tiranos comandam cada vez mais, numa inversão de papéis onde os filhos mandam e os pais apenas obedecem.

⁠A transição para estruturas familiares mais democráticas não justifica a abdicação do pátrio poder por parte dos pais, nem a permissão de comportamentos tirânicos por parte dos filhos.

⁠Na nova dinâmica familiar da pós-modernidade, mães provedoras, pais pastores e filhos desafiadores.

Na sociedade pós-moderna, observamos uma hipervalorização da juventude, concomitantemente à negação da maturidade, o que resulta no prolongamento da adolescência na fase adulta e na manifestação de comportamentos joviais em pessoas mais velhas, os "cinquentões adolescentes".

⁠Comparações

Na vida, somos envolvidos em comparações. Pela vaidade, menosprezamos os menos afortunados. Pela inveja, repugnamos os mais privilegiados, num ciclo eterno de insatisfações e contradições.

Narcisistas, julgamos sem permissões, rotulando os outros com todo desatino. Ambicioso é quem nunca se satisfaz, acomodado é quem com pouco faz.

Cegos nos afetos, esquecemos as razões, que, para além das comparações, encontra-se a verdadeira paz.

⁠A vaidade obsessiva, vida vivida para os outros, refém da busca incessante por validação externa e da encenação, resultando no esquecimento de si.

A vaidade compassiva, valorização de si, sem negligenciar relações genuínas, promovendo o bem-estar, o equilíbrio na vida.

⁠Paz de Espírito

No peito, um espírito despedaçado busca nas estradas o alívio esperado. Um acalanto, mas a alma sabe: é um breve encanto.

Onde o coração sangra em desalento, a mudança de lugar é um mero vento.

A dor, entranhada, não se cura na estrada; é uma ferida gravada na alma.

Por mais que se viaje, por mais que se ande, a enfermidade na alma permanece constante.

É preciso mais que mudança de cenário para curar o espírito; é um processo lento e diário, um luto necessário.

Um registro profundo das dores vividas, das lágrimas derramadas, das despedidas.

Um mergulho no íntimo, um olhar atento, um ombro amigo, um desabafo com o divino que traga a paz de espírito.

⁠Para evitar surfar nas ondas dos delírios, é essencial identificar metas factíveis de quimeras impossíveis.

⁠Ciúme, sombra do amor que nos devora; em seu jogo, perdemos o discernimento de outora.

Ciúme, neblina da alma, onde nos perdemos em desespero; mas com apreço, transformamos em laços sinceros.

Ciúme, fio tênue entre paixão e loucura; navegar por ele, é uma arte de bravura.

Ciúme, estrutura do desejo, impossível não tê-lo, em demasia torna-se patologia, com zelo mantém a magia.

⁠Para se integrar à sociedade, os seres humanos às vezes reprimem pensamentos, desejos ou memórias considerados dolorosos, ameaçadores ou socialmente inaceitáveis, a fim de evitar julgamentos e manter a harmonia social.

⁠O costume de medir os outros com nossa régua nos faz esquecer que cada um tem sua maneira própria de ser e agir.

⁠Na carência, a alma implora; no excesso, o coração cansa; no meio, a paz mora.

A falta gera angústia: tudo aperta e grita; na vida aflita, o peito chora.

No excesso, tudo sufoca, tudo irrita; o fôlego vai embora.

Nos extremos, a busca é longa; no meio-termo, a paz vigora. O equilíbrio prolonga, serenidade aflora.

Tanto idoso quanto velho têm aspectos relacionados ao biológico.

No entanto, velho tem uma conotação pejorativa associada à perda de vitalidade, enquanto idoso está relacionado à idade cronológica.

⁠Nosso cérebro tende a preferir prazeres imediatos, mesmo que prejudiciais (vícios), em detrimento de comportamentos moralmente corretos ou benéficos (virtudes).

⁠A angústia é verdade, não há disfarce; não deve ser suprimida com substâncias químicas fugazes.

Reconheça sua face, não a evite em fuga; encare-a de frente, com alma, com força e com arte.

⁠Hipocrisias e mentiras fazem parte do jogo social; compelido ao falso para se adequar às expectativas sociais ou evitar conflitos, o misantropo aflito se isola e se retira.

⁠A carência doentia por reconhecimento, especialmente em assuntos triviais reflete a decadência de valores morais mais constitutivos nas sociedades ocidentais.