Coleção pessoal de clarique07

41 - 60 do total de 267 pensamentos na coleção de clarique07

SOM DE GAITA ( Autor: Henrique R. de Oliveira).
O som da gaita é triste
na boca riste que toca
arrancando a nota
e a melodia existe.

Como Stevie Wonder
onde seus olhos escondem
e a sua musica responde
o sentimento expelido.

No sentimento do sopro
se dissipa a melodia
e o que não existia
O som da gaita exibe.

A CHUVA (HRO)
a chuva
pra matar a saudade.
Só a saudade.
A chuva
pra inundar a vontade.
Só a vontade.
A chuva
pra transbordar de felicidade o agricultor.
Só a felicidade.
Uma chuva precisa.
Como o povo precisa:
nutrindo a terra
e encontrando o rio.
Sem danos.

FILHO ADOTIVO (Autor: Henrique R. de Oliveira).
A poesia me adotou desde criança.
E como filho
na rebeldia ou comportadamente
descrevo.
Todo meu apego
nas palavras que me amamentam dia a dia.
E repousam no berço de papel os versos da poesia.

Onde engatinho até aprender caminhar.
Transfigurando no tempo a face até ficar senil.
Fiel acompanho os pais adotivos,
até a inercia das mãos, fim.
E que se eternizem os poemas vindos de mim.

MARIA E A PRECE ( Autor: Henrique R. de Oliveira).
Maria com voz baixa
faz uma prece...
pra chegar ao céu,
mas dispersa ao vento...

No tempo que fez do seu dia,
a boca clamar
o corpo curvar
e a alma doendo.

E apressa a prece.
Se apresse prece!
E a solução não atende.

Maria desconhece
que algumas turbulências,
tem um significado
lá na frente.

Mãos postas, joelho e chão: Maria.
Rosto molhado, pele e suor: vida fria.
E de todo amor e fé,lábios quentes.
Quarto fechado,cotovelo apoiado
no lençol estampado ardia.

A ardência, Maria....
Que te fez assim neste dia.
Curvar-se em prece.
pra verticalizar a alma
que desenha a face abatida.

Criando forças, embora prostrada
pra enganar a armadilha.
Do laço nos pés e desatar fugindo.
enganando o falso destino.

Que te puseram p/ lhe desviar do caminho...
E você fingindo um óbito da vitória,
mostrando derrota pra vencer.
Porque para o inimigo, curvar-se é perder,
sofrer, entregar-se e ceder .

Mas a força do gesto é mais forte que a prece
E só o céu entende.....
Maria e a prece no quarto fechado.
Desata o nó p/ vida à frente.

Coisas de Maria.....

CONTEMPORÂNEO (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Lá se vai o suor proveniente do desgaste.
Vai a luta molhando a face.
Porque a vida não é fácil.
E de ferro finge a carne.

Porque preocupação é um vírus
E em excesso abate.
Manifesta no semblante.
E adoece a alma.

Pesado viver contemporâneo.
E na multidão caminhar sozinho.
Enferma sociedade.
Com psicológico em desalinhos.

JOSÈ WILKER (Autor: Henrique R. de Oliveira).
E de repente a luz se apagou
A plateia se calou
E a cortina fechou.

Sem prenuncio
De surpresa
Sem rima para seu sobrenome
Na poesia sem graça

E agora José; disse Drummond
Viu que é verdade
Viu que acabou
Wilker e Viu que.....
José se foi.

FELIZ CONSIGO MESMO (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Ser feliz consigo, de forma simples,
sem dependências....
Apenas ser porque está vivo.

Com aquela alegria que vem de dentro.
Movimentando e sustentando a felicidade:
apenas ela, a sua luz e você.

Que você não divida a felicidade: Apenas multiplique.
E caso perca este múltiplo.
Não fique pela metade.

A felicidade tem que ser sua.
Construída por você, zelada por você.
Originalmente, pertencente, branca, paz, sua...

Não dê ela a ninguém.
Apenas use-a para despertar a felicidade do outro,
fazendo-o descobrir que é possível ser feliz.
Mas não com a sua presença e sim com ele mesmo.

E se um dia sofrer: Chore!
Deixe a água sair com aquele gosto de soro.
Limpando, suavizando o espírito e o corpo.
Será apenas a sua felicidade precisando ser lavada.

POEMA TRISTE. (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Ondas em rochedos.
Canção do mar.
Brisa no rosto a acariciar.

Por que de todo peso.
A leveza ao avistar.
O mar, o céu, um beijo.
E o horizonte o encontrar.

Expirar, botar pra fora.
Deixar o ar sustentar.
Repentino vento sopra.
E os problemas a dissipar.

Num vai e vem incessante.
Uma onda grande a formar.
Forte, bate no rochedo.
Formando gotas no ar.

Só pra me banhar.
Pra me lavar.
E a natureza me curando.
Sabendo o meu necessitar.

As pedras sem arestas que avisto.
Polidas pelo oceano num confrontar.
Eram pontiagudas, com cantos vivos.
Mas se sucumbiram e vivem a se moldar.

Pela persistência do mar, a força do mar
No meu observar.
Eu na pedra sozinho.
E os sinais da paisagem a me ensinar.

QUANDO EU ESTIVER ORANDO (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Quando eu estiver orando
quero que minha concentração cale,
convertendo o barulho em silêncio.
e o nirvana se instale.

E a prece baixa que meus lábios clamam.
Seja a exatidão do sentimento.
Para eu ouvir a resposta de Deus,
na segunda voz, que é o meu pensamento.

Quero recebê-lo, senti-lo.
E como filho,
receber o afago do pai.
Da atmosfera que me envolve com a leveza da paz.

Quando eu estiver orando
Que meus olhos umedeçam
Brotando um sorriso chorando
germinado pelo Espírito Santo.

E a graça seja recebida.
Porque quando eu estiver orando.
Que o silêncio e a luz me fale.

SONHAR ACORDADO (Autor: Henrique R. de Oliveira)
Do olhar pra dentro,
sonhar acordado,
nas imagens que criamos.
E sorrimos só pra gente
do que pensamos.
Vivenciando o imaginário.
Acreditando.
Querendo e ensaiando.
Para torna-lo verdadeiro.
E ocupar a vida real
Mais desinteressante
Daquilo que sonhamos.

A ARVORE CAPITALISTA
A árvore capitalista em terra fértil asfalto.
Tem troncos de madeira política, roubo.
Galhos grossos, de classe media alta vaidade.
Galhos finos de sacrifício e tráfico.
Com frutos, que são as nossas atitudes.
De sabor: violento e vaidoso cítrico.
Frutificando o ano inteiro
Com efeito daquela fruta mordida.
Nutridos pela raiz de todo mal.
O dinheiro.

UM POEMA SEM QUERER
As mãos inertes,
a folha em branco é o retrato da mente e nada.
O papel nu, sem vestes
num pudor sem palavras.

A mente quieta, no escuro vagam,
frases repentinas e embaralhadas.
Breve, indecifrável a utopia me cala,
sem inspiração das poesia apagadas.

Na epiderme fria, outrora cálida.
Um poema sem querer
ameniza a tentativa árdua
de resgatar estrofes naufragadas.

BONS VIZINHOS (Autor: Henrique Rodrigues de Oliveira).
Ser morador deste mundo
Buscando a felicidade
Saltar ou desviar do muro
Aproveitar da ponte à passagem.

Viver controlando o impulso
E adormecer a maldade
Com vozes de crianças no fundo
Canção de ingenuidade.

Semeador, aprendendo
Semear a dor, aprendizagem
Porque toda vida tem luto
Eu luto em conviver com a saudade.

Figueira é estéril do fruto
Ser fértil ao decorrer da passagem
Nos gestos ensinar como busco
Sem contradizer com as palavras.

Boneca, barco de papel
Pipa no ar, brincadeira
Bolha de sabão arrisca o céu
Brincar de pique bandeira.

Deixar o sentimento como herança
E da paz fazê-los herdeiros
Ser morador deste mundo
Pra realizar o quê hoje não é verdadeiro.

ME FIZ TE ACONTECER (AUTOR: Henrique R. de Oliveira).
...ver-te acontecer
ver-te, ver
da mente pra fora,
fazer
de cada outrora
agora ser
sonho embora
bem vindo o ter.
onde imaginar
foi querer
e praticar
o fazer
onde o tudo que quis
foi o doer
e o conseguir,
adormecer,
ficando indolor
com o merecer
nas doses dos passos
com o verbo crer
e no tempo
o fato viver
as coisas do pensamento
concretizando você.

Uma conversa é feita de perguntas e respostas (óbvio). Eu respondo, debato....mas de alguma forma evolui....Se vc ficar em silêncio,eu suponho o seu silêncio, afirmo, atiço, atiro no escuro...observo vc ... e te traduzo por conta própria...Mas sempre acho....uma conversa tem que ser feita de perguntas e respostas.....

NADA (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Vela no barco, mar, leme
sem vento pra direção, reme
porque de todo mal que teme
nadar num naufrágio, contra,
a onda que volta e te encontra
na exaustão dos braços os mesmos
apontam
a faixa do litoral a frente
neste naufragio, mar, sem leme
nas adversidades que não teme
depois sorrir da fase escura
com o dorso, praia, lua cheia
tomando banho de areia.

QUEM É BICHO? (Autor: Henrique R. de Oliveira).
Aprender dos meus semelhantes
e deixar os bichos pra lá,
porém, falar cansa
e invejo o irracional.
Por que a língua é lança,
de palavras pior que metal,
expostas, você, ela alcança,
e decreta um previsível astral.
Onde quem não aprende, se cansa.
Onde quem aprende da dança,
do corte que fere e não sangra,
da língua não mansa, metal.
No tempo, feridas se fecham
cicatrizes no tempo se formam,
e deformam a conduta,
pra defender-se do mal.
Que pode ser em silencio.
Que pode ser agressivo.
Da reação outrora ferido.
Ferindo ou sendo letal.
Os animais não falam,
invejo seu extinto,
que na verdade lhe digo,
que são irracionais racionais.

"As vezes você carrega dentro de si, virtudes que incomodam as pessoas.
Cada um tem um jeito!
Quer ser? Que seja! Mas, você mesmo!
Perder tempo se incomodando com os outros é perder tempo de conhecer o melhor de si, também".

Campistas
C ampistas não ligam as setas no trânsito.
A ndam pelo centro devagar nas calçadas estreitas.
B ebem nos bares pra relaxar do estresse.
R ecebem você no comércio sem muita cerimônia.
U sam roupas de festas para o shopping.
N ão abrem a janela da Van no calor.
C ontam os dias pra chegar o verão do Farol.
O deia a prefeitura mas é doido por uma bocada.

EU A REDE E A PAZ (Autor: Henrique R. de Oliveira)
Relaxar o corpo numa rede
vagarosamente pra lá e pra cá.
aliar o silencio ao aconchego
para a paz se instalar.

transformar o tarde no cedo
retirando o nunca do pensar
ser coragem sem ser medo
para o sonho se concretizar.

Por mais que a vida exija batalha
vencê-la, sem prejudicar ninguém
do som das teclas ao balanço da rede
eu e a paz no vai e vem.